As comportas de Coremas, na Paraíba, que distribuem água para o Rio Grande do Norte estão fechadas há alguns dias, e o leito do Rio Piranhas está seco, o que motivará, certamente, a falta d’água em Caicó, Timbaúba e São Fernando nos próximos dias.
Uma interrupção momentânea do fornecimento que tende a se repetir até fechar de vez.
Ontem, em Coremas, diretor da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), José Motta Victor, anunciou durante uma audiência pública que 26 pontos de abastecimento já começaram a ser desativados, e em dois meses o fornecimento poderá ser completamente suspenso.
“É de partir o coração. Fui visitar a cidade de Princesa Isabel onde desativamos o sistema de abastecimento de lá. Carro-pipa está custando 200 reais. Vamos chegar a uma situação de não ter mais nem água para carro-pipa”, disse Motta em entrevista ao blog do caicoense Marcos Dantas.
O
presidente do Comitê na Bacia Hidrográfica do Piancó-Piranhas-Açu,
engenheiro José Procópio de Lucena, participou da audiência e
contradisse o discurso de autoridades da paraibanas, que chegaram a
afirmar que o abastecimento por Coremas iria priorizar o atendimento da
Paraíba.
“Água
é o primeiro alimento humano, não existe outra alternativa de vida sem
água. Nessa bacia mora mais de um milhão de pessoas. Hoje o Coremas está
em uma de suas piores situações. A bacia tem 52 açudes com mais de 10
milhões de metros cúbicos d’água. Esse açude está com 119 milhões de
metros cúbicos, abastece o Rio Grande do Norte em um trecho de apenas 10
km”, disse Procópio.
Porém, como sem chuva não há como se fazer milagre, Procópio acenou como 30 de junho a data para o fim da irrigação em todo o eixo do Rio Piancó-Piranhas.
“O
momento agora é de buscar diálogo, e uma das propostas do plano é o
saneamento básico, poços, carros-pipas. Em 100 anos é a primeira vez que
os açudes chegam pior do que começaram. Em crise, primeiro o consumo
humano e animal, e depois os outros usos”, informou José Procópio Lucena.
Segunda medição de ontem, o Açude Coremas está com apenas 20,2% de sua capacidade.
Um
sinal vermelho-vivo para o governo do Rio Grande do Norte que já deve
correr atrás de dinheiro federal urgente para o combate aos próximos
efeitos da seca que, pelo visto, serão devastadores.
-Com informações e fotos do blog de Marcos Dantas
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