"Galinha Cabidela": o súbito cumprimento de uma proibição de mais de dez anos, baseada... |
A “Galinha Cabidela”,
“à cabidela”, “de cabidela” ou “ao molho pardo”, um dos mais característicos
pratos regionais do Nordeste brasileiro e do Rio Grande do Norte, não mais pode
ser servido pelos restaurantes de Natal, devido a uma proibição imposta pela
Vigilância Sanitária.
...em regulamento de 1952, tirou o prato do cardápio do "Âncora Caipira",... |
O veto não foi amplamente
divulgado e só na mesa chegou ao conhecimento dos comensais que neste fim de
semana dirigiram-se a restaurantes especializados em comida típica regional
pensando em se fartar com o guisado em que à carne de frango se adiciona,
durante o cozimento, o sangue avinagrado do animal colhido no abate. Um grupo
dos que mais sofreram é constituído por freqüentadores do “Âncora Caipira”,
na avenida Campos Sales, em Petrópolis, cujos atendentes contiveram a demanda
oferecendo outras iguarias. A Galinha Cabidela era uma das peças de resistência do cardápio da casa, atraindo para lá muitos potiguares famosos, como o senador e ex-ministro Garibaldi Alves Filho (PMDB).
A tristeza dos
apreciadores da guloseima ainda não “bombou” nas redes sociais, a despeito de as
primeiras queixas terem despertado eco em alguns grupos. Nenhum internauta,
porém, logrou apontar instância de origem da proibição, também não explicada
pelos garçons. O que este blog conseguiu levantar é que a proibição, de âmbito
nacional, teria sido determinada ainda em 2010, as vinha se firmando como letra
morta pelo desconhecimento por parte das casas de pasto.
Importação européia
Baseada no “Regulamento
da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal”, baixado em
1952 pelo legendário presidente Getúlio Vargas, a portaria é filha de uma associação
de dois textos castrantes em vários sentidos editados por dois órgãos distintos
de duas pastas específicas, o Serviço de Inspeção Federal, que faz pane do
Mapa, ou ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anivsa), do ministério da Saúde.
...para onde atraía fregueses importantes,como Garibaldi Alves Filho. |
Não se sabe a causa
da proibição, muito menos se ela se estende à preparação do prato em casa.
Quanto à causa, não parece ter origem em qualquer descoberta onde há mais tempo
a galinha cabidela atrai comensais, o Norte de Portugal e na França.
Decididamente, com origem atribuída ao Oriente Médio, a galinha a cabidela
chegou aqui como importação da culinária do espaço latino da Europa.
Acompanhada de
arroz branco no Nordeste brasileiro, a galinha cabidela é guarnecida no centro-sul
com angu e couve refogada. Cozinhar com sangue é um costume antigo de vários
povos; em Portugal a cabidela tem registros desde o século XVI, e igualmente
pode ser preparada com outras aves ou animais (pato, peru, porco, cabrito ou
caça. Na gastronomia francesa, vários pratos semelhantes, como “poulet en
barbouille”, “canard au sang” e “coq au vin”, são servidos sem empulhação
burocrática.
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Ignorar uma cabidela? "JAMÉ"
ResponderExcluirPoxa, mas que sacanagem !!! Por isso que nunca mais vi um frango ao molho pardo...
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