Robinson Faria: sorrisos e afagos para trabalhadores rurais armados e... |
O início nesta quinta-feira, 28, hoje, do
pagamento dos vencimentos de maio dos servidores do poder executivo, que deverá se encerrar hoje, reacendeu
em muitos deles a preocupação quanto a receberem até o início do ciclo de
festas juninas metade do 13º salário, cumprindo-se tradição de muitos anos.
A dúvida não é nova, pois há alguns anos o
governo os vem deixando na incerteza até poucos dias antes de fazer, plenamente
ou não, o que reza a tradição. A antecessora do governador Robinson Faria, médica
Rosalba Ciarlini, reduziu o valor da antecipação doa gratificação, pagando no
meio do ano apenas 40%, e em alguns períodos os servidores a receberam em duas
ou três parcelas.
Sobressaltos
O que dilata a insegurança dos
funcionários é o fato de Robinson lhes sobressaltar todo mês quanto ao simples
pagamento de um doze avos da remuneração anual. De fato, hoje em dia chega-se à
última semana de um mês sem que o patrão tenha dito algo a respeito do
calendário do repasse mensal.
...frieza em ambiente fechado, opressor, para dizer não aos servidores. |
Além disso, eles acham que a fonte secou,
porque de dezembro até abril o Estado só conseguia lhes pagar porque, com base
numa lei altamente questionável, assaltava o cofre do Instituto de Previdência
do Estado (Ipern), esvaziando o que resta do Fundo Previdenciário. E este mês
parece-lhes que, impedido legalmente de sacar nesta conta, o governo só pode
repassar o dinheiro aos servidores graças a um acordo que celebrou com o Banco
do Brasil e que começa a levantar suspeitas e motivar investigações. Numa
iniciativa do deputado estadual Agnelo Alves (PDT), a Assembléia Legislativa
deverá pesquisar o que levou Robinson a dar ao banco um desconto 50% do valor
da conta.
Calendário
Absurdamente negociado em sigilo, o
deságio chocou até pessoas muito próximas a Robinson, como o juiz Raimundo
Carlyle de Oliveira, marido da chefe do Gabinete Civil do governo do Estado,
advogada Tatiana Mendes Cunha, e até pouquíssimo tempo auxiliar da Presidência
do Tribunal de Justiça. Ontem ele postou estranhando a benesse dada ao Banco do
Brasil, atraindo comentários solidários de muitos funcionários públicos.
Eles não sabem se, faltando ao erário o
necessário para pagar o 13º salário, a casa bancária topará financiar a
remuneração aos servidores tendo como devedor o executivo estadual, pois se a
qualquer momento a justiça mandar suspender o contrato o patrão poderá ficar
sem condições de pagar a contraprestação mensal.
O juiz Carlyle estranhou que o governo dê 50% ao banco do Brasil. |
Para piorar, dizem, Robinson não
aproveitou o anúncio da renovação do contrato que entrega o pagamento da filha
de pessoal do Estado ao Banco do Brasil para divulgar o calendário do repasse
mensal até pelo menos dezembro. Esta omissão deixou no ar a sensação de que nem
ele tem segurança de que pode pagar os vencimentos dentro dos meses
trabalhados. Ainda por cima, o governo atual tem mantido de modo geral um
relacionamento no mínimo frio em relação a funcionários.
Ilegalidade
Os servidores comparam dois momentos do
relacionamento entre Robinson e grupos sociais aparentemente insatisfeitos,
para mostrar que Robinson reage muito mal quando está diante dos subalternos, abraçando
até a ilegalidade para aparentar que sua gestão vai bem e é popular.
Diante de pseudo-trabalhadores rurais
armados com foices que se postam diante de seu gabinete ele desce a rampa da
Governadoria para recebê-los com sorrisos cinematográficos e garantias de
atendimento. Quando quem pressiona são servidores, ele só recebe, e em gabinete
fechado, a cúpula de qualquer grupo, para dizer-lhe não ou procurar ganhar
tempo sem a intenção de atender, como quem espera que Deus resolva a parada a
seu favor.
Segundo consta, todo servidor vai
desarmado, exceto quanto a fatos e argumentos, quando se dirige ao Governador,
ao passo que este sabe que uma lei estadual proíbe ajuntamentos no âmbito do
Centro Administrativo e que mais ilegal ainda é ostensivamente esgrimir ali
instrumentos cortantes como armas letais, como fazem falsos trabalhadores
rurais sem terra aos quais Robinson desce para contracenar entre sorrisos de
aeromoça.
Instados pelo Blog de Roberto Guedes a ilustrar os dois momentos, líderes dos servidores estaduais sofreram ao mergulhar em arquivos da internet. Encontraram facilmente imagens de cenas pictóricas do chefe do executivo com rumas de sindicalistas do campo, mas quando se viram instados a comprovar que o diálogo com os servidores é encenado no ambiente onde o poder mais diminui o reclamante, se torna mais sufocante e opressor, só encontraram uma ou outra imagem. E todas parecem mostrar o Governador com autoridades enjalecadas, salvo um ou outro interlocutor com chapéu destoante.
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