Pedro receberá em Monte Carlo... |
O empresário Pedro de Alcântara Lima,
norte-rio-grandense que preside o grupo Santa Clara, o maior moedor e
distribuidor de café em todo o Brasil, acaba de ser escolhido para representar
o Brasil na edição mundial de 2015 do prêmio “Empreendedor do Ano”, promovido por
duas instituições norte-americanas de grande credibilidade em todo o mundo, a
consultoria Ernst & Young e o Instituto Endeavor.
Só esta representação já é uma homenagem
que ele receberá em Monte Carlo, a cidade-estado dos monegascos. Outra, bem
maior, será conquistar o prêmio mundial.
Esta é a terceira vez em que um norte-rio-grandense representa o Brasil
no certame. Na de 2014, a missão foi confiada ao natalense Marcelo Alecrim,
presidente da Ale, uma das maiores distribuidoras nacionais de combustíveis.
Assim ele repetiu distinção que lhe ocorreu dez anos antes, quando os
promotores o condecoraram com o prêmio na categoria “O Mais Jovem Empreendedor”.
Na época, Alecrim ainda presidia a empresa regional SAT Distribuidora, fundada
por ele, em 1996, no Rio Grande do Norte.
Simplicidade
Nascido em São Miguel, onde o grupo foi
criado por seu pai, João Alves de Lima, Pedro só ingressou na indústria de
moagem de café nos anos oitenta, e em vinte anos se transformou no que a
revista “Exame”, da Editora Abril, o título mais acreditado da imprensa
brasileira especializada em negócios, batizou como “O novo barão do café”.
Associada a grupos mineiro e israelense
sem que Pedro perdesse seu comando, a corporação assumiu em 2008 a liderança
brasileira no setor, ao responder por 19% da oferta de produtos cafeeiros e ao
faturar 1,3 bilhão de reais ao ano.
“Jamais imaginei que poderia construir
uma empresa com essas dimensões”, afirma Pedro, confirmando a imagem de
simplicidade que projeta de si com seu jeito de se conduzir. Residindo há anos
entre Fortaleza e São Paulo e possuidor de apartamento também em Natal, quando
aqui está ele se desloca num automóvel Fiat Uno.
...a mesma medalha conquistada por Marcelo Alecrim (centro). |
Segundo “Exame”, em sua essência a Santa
Clara permanece a mesma empresa que João Alves de Lima fundou na década de cinquenta.
Seu negócio consiste basicamente em comprar café de pequenos produtores em
Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo para, então, revendê-lo - processado - em
outros mercados. O que mudou foi a envergadura do negócio.
Crescendo
Sob o comando de Pedro, a Santa Clara
processa atualmente 116 mil toneladas de café por ano em suas quatro fábricas.
Isto equivale a trinta bilhões de xícaras - volume duas mil vezes maior que o
comercializado três décadas atrás. Essa expansão deve-se ao desenvolvimento de
uma gama de produtos -- e marcas -- diferentes.
A Santa Clara administra cinco marcas de
café, além do cappuccino e outros derivados. A estratégia de colocar valor numa
“commodity” -- algo descoberto há muito tempo por empresas internacionais como
a Nestlé -- foi um dos pontos que permitiram um crescimento de dois dígitos ao
ano nesta década. Outro foi a sequência de quatro aquisições empreendida por
Lima de 2003 para cá.
O dinheiro necessário para impulsionar o
crescimento veio com a venda de 50% da Santa Clara ao grupo israelense
Strauss-Elite, em dezembro de 2005. Embora a transação envolvesse um valor
relativamente pequeno, de cerca de sessenta milhões de dólares, garantiu para o
portfólio da Santa Clara a compra da mineira Três Corações, que hoje é a marca
mais importante da empresa.
“Percebemos que havia um mercado imenso
a ser explorado”, diz Lima. “As empresas que vendiam café eram pouco
profissionais e contavam com produtos de baixa qualidade. A operação com o
Strauss nos deu uma marca forte para crescer fora do Nordeste”.
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