segunda-feira, 25 de maio de 2015

Torcedores reagem à demissão de Roberto Vital no ABC

Torcedores querem que ABC reveja demissão como o América recuou da perda de Maeterlink Rego.

Torcedores vêem Roberto Vital como Mozart defenestrado por um Salieri qualquer. 
É péssima para a cúpula do ABC Futebol Clube a repercussão que se multiplica minuto a minuto nas redes sociais com epicentro em Natal e principalmente na comunidade esportiva potiguar a notícia de que a instituição demitiu o médico Roberto Vital, um dos maiores nomes da medicina desportiva do Brasil e conquistador de muito respeito e credibilidade no exterior. 
A reprovação não se prende apenas à defenestração do profissional em si, após quase trinta anos de trabalho mal remunerado e vetorizado por muito amor ao clube de seu coração. Alguns sentem no ar um pouco de influência política, mais pelo fato de o cardiologista Paulo Davim, ex-senador e ex-deputado estadual, estar cogitado para suceder a Vital na chefia do Departamento Médico do ABC, clube em que desde 2014 pontifica o deputado federal Rogério Marinho, presidente de honra do PSDB potiguar e presidente “de fato” da casa face a licenciamentos reiterados pelo de direito, comerciante Rubens Guilherme Silva.
Vendo a queda do médico como efeito da influência de Rogério,...
Roberto Vital, como se sabe, é mesmo um nome internacional da medicina esportiva. Há décadas ele integra os setores de saúde dos comitês olímpico e paraolímpico brasileiros e tem sido consultado por autoridades governamentais e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no enfrentamento de situações delicadas na área da medicina aplicada a esta modalidade esportiva. Enquanto isto, os abecedistas revoltados cobram uma informação qualquer que dê valor ao pivô de sua queda, levando a questão para eventos mundiais em que o vencedor formal terminou entrando para o mais desprestigioso anonimato enquanto sua vítima ascende a posições de respeito e simpatia em círculos cada vez maiores. Um deles citou Salieri, o perseguidor que perturbou a vida do compositor Amadeus Mozart e comemorou a morte deste como vitória sua. 
"Hoje, ninguém toca nada com a assinatura de Salieri, e quanto ao respeito mundial a Mozart indispensável é qualquer comentário", diz, vendo o primeiro no cartola que demitiu Roberto Vital.
...alguns esperam que Ivis leve o Conselho Deliberativo a desfazer a demissão.
Falso cartola
Os torcedores deploram também a forma como a queda se deu. Segundo lhes consta, Vital foi demitido porque não aceitou participar de uma ilegalidade adredemente preparada para burlar as normas trabalhistas.
Pelo que diziam no início das postagens, a queda teria ocorrido depois que Roberto Vital se desentendeu com um dirigente considerado “forasteiro” à comunidade alvi-negra. Por defender interesses econômicos e injeção de recursos financeiros no clube, enquanto o médico integraria, aos olhos dos novos cartolas, a equipe profissional, naturalmente onerosa, o recém-chegado teria levado vantagem ao exercitar o jogo de pressão notabilizado pelo repto excludente “ou ele ou eu”.
Na verdade, porém, o oponente no qüiproquó é também remunerado, não se sabe se pelo clube ou por pseudo-cartolas em que se travestem empresários e políticos que usam o ABC em função de outros interesses. O pivô da saída foi o superintendente de futebol do ABC, Rodrigo Pastana, o mesmo que há poucos dias provocou a defenestração de toda a equipe técnica da instituição alvinegra.
Antes de entrarem no mérito da questão, alguns torcedores comparam os dois contendores, concluindo que o ABC deve muito mais a Vital do que jamais sonharia passar a dever a Pastana se este ficasse um milênio em seu cargo, cuja remuneração é, sob vários aspectos, um mistério que muitos não querem nem imaginar, muito menos decifrar.
Férias contra a vontade
Segundo alguns torcedores, o recém-chegado à torre de comando do clube queria que Vital tirasse umas férias que ele não planejara curtir agora e diante de sua resposta negativa ambos discutiram e o cartola se tornou inimigo do médico. Diante do impasse, Pastana apresentou à sua moda a questão aos demais dirigentes e estes se renderam à sua versão, declarando de pronto a demissão.
Para piorar a situação, não quiseram oficializá-la, e o médico está exigindo que a declaração verbal ganhe logo o correspondente formal com o tilintar de notoridade indispensável a desmobilizações do gênero.
Rasgar o título de sócio
Advogados vinculados a entidades de representação de desportistas e principalmente de jogadores de futebol já se colocaram à disposição de Roberto Vital, para acionar o ABC com base na consolidação das leis trabalhistas e, segundo consta na praça, estão encontrando dificuldades para calcular o total das indenizações que o clube tem que repassar a Roberto Vital.  
Abecedistas residentes em Natal anunciaram que não mais irão assistir a jogos de seu time até que este reveja a medida. Outros, residentes longe de Natal, como o advogado Ciro José Tavares, que há anos mora em Brasília, também fizeram questão de manifestar solidariedade a Roberto Vital, pedindo que os demais torcedores não cruzem os braços diante desta situação.
Pelo menos um torcedor, Jose Siqueira, vizinho de casa de veraneio de Vital na praia de Búzios, a sul de Natal, anunciou:
“Estou cancelando o titulo de sócio torcedor e só voto ao estadio frasqueirão quando esta diretoria deixar o clube.
Voltará, como Maeterlink
Até radicais torcedores do América Futebol Clube, a mais tradicional adversária do ABC na comunidade esportiva de Natal, entraram na onda hipotecando solidariedade ao médico.
A memória de alguns destes exumou logo um precedente que causou choro e ranger de dentes em seu clube, quando picuinha do mesmo nível provocou a demissão verbal do professor Maeterlink Rego, que tem no América tempo quase igual ao de Roberto Vital no ABC e se assemelha a este pelo amor que se fez capaz de exigir-lhe trabalho mediante remuneração em muitas ocasiões aquém de irrisória.
“Ha alguns anos atrás tentaram fazer a mesma coisa com o Doutor Maeterlink no ‘Mecão’, e ele voltou, porque não é todo mundo que trabalha só por amor, não”, registrou no Facebook um torcedor do alvi-rubro da avenida Rodrigues Alves, acreditando que o ABC refluirá.
Preferência aos estranhos
Observando que ninguém sabe de onde veio o Pastana, um torcedor disse acreditar que o ABC reverá sua decisão, o que pode ser ensejado por uma reunião extraordinária do conselho deliberativo, presidido pelo médico Ivis Bezerra.
“Roberto Vital vai voltar e esse diretor nunca mais passa na frente do campo do seu ABC”, previu, emprestando alento a um amigo abecedista e deplorando um vício que muitos natalenses adotam e praticam de confundir receber bem com se curvar diante de qualquer estranho que chega a Natal.
“Profissionais da terra, abnegados como Roberto Vital e Maeterlink Rego, são desprezados por forasteiros que chegam aqui para levar dinheiro e nada mais”, acusou, enquanto um seu amigo, também americano, salientava a grandeza humana e profissional do médico que sempre procurou manter em forma os jogadores que mais maltratam seu time.
Fim do Mundo
Até olhares profissionais elevam os méritos do profissional.
“Roberto Vital é um profissional da mais alta competência. Acima de qualquer paixão clubística, Vital é um dos baluartes da medicina esportiva do Brasil”, diz, por exemplo, o cronista esportivo Marcos Lopes, um dos primeiros a divulgar em blogs a demissão do profissional.
A notícia profissional de Marcos confirma a que os desportistas espargiram pela internet: “O médico Roberto Vital deixou o ABC depois de ter tido uma reunião com a direção do clube, onde foi proposta a ele um período de afastamento temporário e remunerado”.
Segundo Lopes, a sugestão das férias não foi o que originou o conflito:
“Roberto Vital e o Superintendente de Futebol do ABC, Rodrigo Pastana ‘bateram de frente’ e para tentar contornar o episódio foi proposto o afastamento remunerado do médico, que não aceitou”.
Em decorrência, antecipou, “hoje será oficializada a saída do profissional que durante muito tempo dirigiu o Departamento Médico do ABC. O nome de Paulo Davim desponta forte como o substituto de Vital”.
Lembrando que o ABC não foi o primeiro e nem será o último clube a mudar a direção médica, Lopes lembrou que recentemente aconteceu a mesma coisa no Sport Clube de Recife, a exemplo do que se viu um pouco antes no Flamengo, no Internacional, de Porto Alegre, e até na seleção brasileira. No caso, o que sobressai é o fato de “o ABC encerrar um ciclo de um profissional que inegavelmente tem serviços prestados ao clube”. Ele torce para que, avaliando a situação de forma fria o encerramento deste ciclo não seja visto como o fim do mundo nem como algo anormal, pois não o é.
“Roberto Vital faz parte da história centenária do clube, mas agora a realidade é outra. Um dia este ciclo teria que encerrar, eu vejo assim”, conclui.
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Um comentário:

  1. Estão rasgando páginas da HISTÓRIA do Mais Querido quando os dirigentes 'prestigiam' pessoas sem história.

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