A quimera oferecida agora em relação ao aeroporto Dix-sept Rosado,.... |
Por não terem mais o que mostrar como
realização suas ou perspectivas de algo nobilitante a oferecer ao Rio Grande do
Norte; por bajulação, algo comum em políticos; pelo vício em aclamar o que lhes
chega de cima ou apenas por ingenuidade, se lhes é possível cultuar este
atributo, líderes do Rio Grande do Norte exultaram há poucos dias porque o ministro
chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, ex-deputado
federal Eliseu Padilha, filiado ao PMDB, anunciou “a instalação” dos aeroportos
regionais de Mossoró e Caicó.
Ele se fez arauto desta novidade em
audiência pública conjunta que as comissões de Serviços de Infra-estrutura (CI)
e de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado realizaram, por gentileza da base
governista na casa congressual, para que divulgasse a nova utopia que impulsiona
as asas do Palácio do Planalto, o “Plano de Desenvolvimento da Aviação Regional”.
Ministro
se esquivou
Conforme Padilha apregoou, os dois
integram a relação dos 270 aeroportos que, em quatro anos, deverão estar
operando com vôos regulares no interior do Brasil. Com outras palavras, lançou
a mesma quimera que mossoroenses e caicoenses têm ouvido há décadas.
...pelo ministro Padilha, é a mesma que o primeiro governo Dilma Rousseff... |
O próprio Padilha cuidou, antes de
voltar para casa, de se eximir previamente em caso de cobranças futuras ao
enfatizar que, embora estejam “no nosso cronograma”, “não posso fazer previsão
quanto ao prazo” de investimentos nos dois terminais, “porque o processo ainda
não está concluído e pode surgir algum óbice no caminho”.
Na verdade, a única novidade tangível
que ele apresentou foi a informação de que o Banco do Brasil seria o
responsável pela execução do programa de aviação regional, válida genericamente
para todo o roteiro de viagens nacional e nada específico para os terminais
potiguares. De resto, o programa de aeroporto tem a mesma consistência dos muitos
projetos que o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit)
vive anunciando para o Rio Grande do Norte.
Vício
velho
Lastimavelmente, os potiguares não podem
fazer qualquer plano a partir deste anúncio, porquanto sistematicamente a União
tem mostrado que somente os caicoenses e os mossoroenses se interessam pela
potencialização dos terminais existentes nos territórios de seus municípios. Estarem
“no radar” da Secretaria de Aviação Civil nada significa, e não somente porque
esta é paupérrima em termos de instrumental de trabalho e de orçamento.
O pior, em relação à pasta, é que sua
principal atividade é sempre anunciar para mais adiante investimentos que
deveriam ter sido realizados há tempos. O Rio Grande do Norte não conta nos
dedos das mãos as vezes em que, vindo aqui ou falando lá longe, o antecessor
imediato de Padilha na secretaria, o fluminense Wellington Moreira Franco,
anunciou investimentos decisivos nos dois terminais, principalmente no de
Mossoró.
Enquanto Moreira Franco falava, a
Aeronáutica, instituição militar que cuidou do aeroporto mossoroense, o
Dix-sept Rosado, se afastava mais e mais do equipamento. Esse distanciamento
ajudou muito os moradores da vizinhança a transformar a pista de pouso e
decolagem do Dix-sept Rosado em perigoso caminho para pedestres e animais de
todo tipo e tamanho.
Dilma
blefou
Para que não se diga que a política de “oba
oba” em relação aos dois terminais se restringiu aos titulares dessa pasta, a
presidanta Silma Rousseff também discursou investimentos no Dix-sept Rosado
quando mostrava interesse pelos votos daqui. No entanto, ao lançar o programa
nacional de aviação regional, a princípio excluiu um terminal interiorano daqui.
...apregoou por intermédio de Moreira, que cuidava da aviação civil. |
Sua conduta foi igual em relação à oportunidade
inédita que se lhe apresentou de anunciar o Aluizio Alves, em São Gonçalo do
Amarante, como o HUB do Nordeste brasileiro, cometendo uma omissão que hoje
impõe ao Rio Grande do Norte disputar esta condição, e apenas nos planos de uma
empresa privada, a LanTam, com Ceará e Pernambuco. Pressionada em período
pré-eleitoral, Dilma sugeriu meio por alto que incluiria o terminal mossoroense
no programa da aviação regional, mas nunca deu eficácia tilintante a esta
promessa.
Fraude,
embuste...
Também pelas condutas de Dilma, Moreira
Franco e Padilha, lamentavelmente, o “Plano de Desenvolvimento da Aviação
Regional” é visto como outra fraude, outro embuste para criar uma atmosfera de
otimismo e gerar imagem positiva para o governo federal, como acusou há poucos
dias um blog especializado neste segmento do transporte.
Eis o que o blog “Para Ser Piloto”
publicou a respeito:
Ferraço: projeto não passa de "power point". |
“Em fevereiro deste ano, este blog já
perguntava que no atual cenário político e econômico, qual a chance de o PDAR
realmente ser implementado? (e respondia a si próprio que ‘dificilmente o PDAR
sairá do papel este ano’). Em março, o tom das notícias sobre o plano da SAC
para a aviação regional já se tornava mais sombrio… Até que agora, em maio, o
Portal do Senado informa que ‘[o Ministro da SAC, Eliseu] Padilha admite que
existe uma ‘disputa legítima’ entre o Ministério da Fazenda e a Secretaria de
Aviação Civil em torno do contingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de
Aviação Civil’ – o que significa, na prática, que o governo vai mesmo segurar
as verbas do PDAR pelo menos até 2016 (eu, pessoalmente, acho que antes de
2017, nada acontece).
Apesar disso, a mesma nota do Portal do
Senado acima destacada também informa que um outro programa da SAC está sendo
coroado de êxitos. Segundo o Senador Ricardo Ferraço (PRE-ES), ‘há alguns anos
acompanhamos o desenvolvimento de alguns programas do governo Federal, me
perdoe a sinceridade, que se transformaram em PowerPoint. Eles são colocados,
mas, na prática, estão se transformando em projetos de ficção’. Bingo! O
PdAR-Powerpoint da Aviação Regional é um sucesso!
É muito enrolation!”
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