Previsivelmente, o Psol não julgou Marcos, que... |
A leniência que o comando nacional do
Partido Socialismo e Liberdade (Psol) adotou ao lavar as mãos em relação à
denúncia de que servidores lotados no gabinete do vereador Marcos Antônio
Ferreira da Silva, o “Marcos do Psol”, na câmara municipal de Natal, eram
obrigados a entregar ao chefe parte de seus salários lembra aos natalenses uma
omissão que se avulta a respeito desta irregularidade.
É a do ministério público. Tão zeloso
quanto a apontar gestores públicos que malversam recursos governamentais, o
ministério público ainda não mostrou interesse em investigar esta denúncia, que
chegou a domínio público graças a uma gravação em que um funcionário da
confiança de Marcos do Psol aparece recebendo o dízimo de seus colegas para o
chefe.
Faz-de-conta
Desde que veio a público, em fevereiro
último, a denúncia despertou interesse de duas instituições que anunciaram a
determinação de investigá-la. Uma foi o diretório nacional do partido, que
decidiu arquivar o processo, ajudando a projetar, junto a segmentos da
população, a imagem de inocência reclamada pelo denunciado. A outra foi a
própria casa parlamentar, que fez sua comissão de ética anunciar a instalação
de procedimento para investigar a acusação.
...pressiona Joanilson para que arquive a denúncia contra ele. |
Neste campo, o que se tem é um
verdadeiro belisca e sopra. A princípio, o serviço não avançou porque a
comissão se desmilinguiu quando seus membros a abandonaram. Depois de reconstituída,
graças à posse de três novos vereadores na câmara, a comissão pode dizer que
investigaria, sob a presidência de um renomado advogado, o professor Joanilson
de Paula Rego, presidente regional do PSDC, que chegou ao plenário graças à ascensão
de vereador à Assembléia Legislativa. Semana após semana, a comissão adiou o
depoimento do acusado, em função das mais tolas alegações e graças à
apresentação, à undécima hora, de atestado médico suspeito de ter sido dado graciosamente.
Enquanto isto, considerando-se acima de suspeitas, o acusado brandia golpes
visando desqualificar não propriamente o acusador, mas os meios de com comunicação
que inventam de noticiar o que acontece ou deixa de acontecer no campo da
investigação.
Cala
boca
O denunciante parece ter sido preservado
numa operação visando silenciá-lo que contou com a anuência da mesa da câmara municipal.
Mantido sob o mais absoluto silêncio desde então, ele viu seu salário ser
elevado, no mesmo gabinete, de pouco mais de setecentos reais para mais de
quatro mil reais, conforme informou na época o vereador Luiz Almir Filgueira
Magalhães, presidente do diretório natalense do PV e primeiro vice-presidente
do parlamento municipal. Garantida a eficácia do prêmio ao silêncio, Marcos passou a pedir o arquivamento das investigações pela comissão de colegas e a açular quem insiste em noticiar a tentativa de abafar o caso.
Luiz Almir sabe por quanto silenciaram o denunciante. |
Dado o “cala boca”, ninguém cuidou de
perseguir o dinheiro, para conferir se efetivamente chegava até Marcos ou era
utilizado no meio do caminho pelo arrecadador, e quando os interessados em
alcançar a verdade passaram a pedir o avanço dos trabalhos a Joanilson este
começou a se mostrar irritado com a cobrança. Nesta quinta-feira, 21, ontem,
mesmo, ele se estressou com um blogueiro natalense que o instou a mostrar que
efetivamente as investigações avançam.
Enquanto a ilicitude recebe esses
adjutórios, muita gente que se acostumou a ver o braço do ministério público
estadual alcançar quem mistura dinheiros públicos com o privado pergunta o que
o levou a fingir que não tomou conhecimento dessa denúncia e diante do fato não
agiu de ofício com o objetivo de alcançar a verdade almejada e, havendo
culpados, submetê-los ao julgamento pelo poder próprio.
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