Natal Shopping Center: cobrar estacionamento é hostilizar os lojistas. |
A direção do Natal Shopping Center irritou
nesta quinta-feira, 28, ontem, proprietários e dirigentes de lojas situadas no
local ao lhes vetar o acesso gratuito às vagas de estacionamento em que seus
veículos automotores passavam o dia ali, no chamado “horário comercial”, desde
a inauguração do centro comercial, há 22 anos.
Sem esconder o mal-estar, vários gerentes
de lojas reclamaram ontem, argumentando que passariam a pagar mais de dez reais
por cada dia de presença dos veículos onde os consumidores estacionam, pagando
seis reais pelas quatro primeiras horas de uso de cada vaga e um real por cada
sessenta minutos em que se arrastar a locação momentânea de cada vaga.
Em termos individuais, esta conta deveria
ficar em mais de 26 reais por mês, o que pesa em seus vencimentos. Alguns explicaram
que a gratuidade fazia parte dos contratos trabalhistas que os vinculam aos
donos das empresas.
Disputar
com carretas
Bom número de comerciários que atuam no
local admitiu que desde a manhã de ontem procuram deixar seus carros no entorno
do Natal Shopping Center, onde não encontrarão a proteção com que contavam no
estacionamento da casa. Os funcionários atingidos disseram que ainda nesta
sexta-feira discutirão objetivamente a questão com os donos das lojas tendo em
vista que o entendimento bilateral está sendo afetado, impositivamente, por um
ente que participava deles sem comparecer às reuniões e sem exercitar direito a
voto.
Para os comerciários, o concorrente Midway Mall é um centro comercial,... |
Imaginam que outros entes serão atraídos
para questão. Seriam os donos das franquias que respondem pela imensa maioria
dos estabelecimentos comerciais presentes ao shopping. A grande maioria dos
franquiadores é do centro-sul do país. De Natal, mesmo, pelas suas contas, há
apenas umas dez marcas, como as redes de lojas Ecológica, Riocenter e Tolli e
de óticas A Graciosa. Mas neste caso o negócio é diretamente explorado pelos
donos das redes, não por franquiados.
De acordo com os funcionários, também o
movimento de entrada e saída de mercadorias, pequenos móveis e objetos de
decoração entre as lojas e os automóveis que eles utilizam começou a ser
drasticamente afetado ontem.
Até anteontem, eles usavam as vagas dos
estacionamentos do centro comercial como áreas de embarque e desembarque desses
objetos. Agora, são obrigados pela administração do Natal Shopping a
desenvolver esta atividade nas docas do estabelecimento, onde ao longo desses
anos só operavam caminhões e carretas. Segundo lhes consta, todo shopping
center garante o estacionamento gratuito ao lojista e aos prepostos indicados
por este.
Evasão
Os comerciários não entendem a causa da
proibição, porque não falta espaço na área de estacionamento do Natal Shopping,
que foi extraordinariamente ampliada há pouco tempo. Eles procuram o motivo no
desempenho das vendas. Alguns dizem que as contas das quatro âncoras do centro
comercial - Rio Center, Renner, Lojas Americanas e C&A – sugerem que o
tempo é de vacas magras.
Ainda segundo eles, ninguém se surpreenda
se de repente algumas marcas notórias começarem a sair do estabelecimento,
porque a convivência está se tornando impraticável. Segundo dizem, os maiores
lojistas reclamam porque o aluguel está muito alto. A “rádio peão” do centro
comercial tem muitas informações sobre operações desse tipo em curso.
..., enquanto o Natal Shopping quer ser um estacionamento incentivado por lojas. |
Responsável pela atração de grande número
de natalenses ao shopping center, o Banco do Brasil está saindo de lá porque
achou inaceitável o reajuste que os donos do centro comercial querem impingir
ao aluguel mensal do espaço que ocupa em posição pouco estratégica da planta
baixa do local. Abandonando a incubação emprestada pelo centro comercial, o
banco resolveu reabrir a loja com porta diretamente para a rua, melhor dizendo,
para a estrada, ao lado de uma agência que a Caixa Econômica Federal está
instalando no trecho da BR 101 margeado pelo conjunto residencial Neópolis.
Paralelamente, a Cinépolis, a maior rede
de cinemas da América Latina, reexamina continuar a operar seis salas do centro
comercial, inclusive uma definida como “Vip”, que dispõe de serviços
diferenciados.
Ex-centro
lojista
O fim do estacionamento gratuito obrigou
funcionários das lojas a comparar o Natal Shopping com estabelecimentos
congêneres e assim a chegar a conclusões que intrigam. Uma é a de que o estabelecimento cada vez mais quer ser um estacionamento cercado por lojas, e não um shopping center. O maior shopping center
de Natal, o Midway Mall, que serviria de exemplo, não apenas recebe
gratuitamente os veículos dos lojistas e ajudantes destes. Ele nem cobra
estacionamento aos consumidores. Segundo dizem, por não cobrá-lo o Midway Mall
deixa mensalmente de faturar uns sete a oito milhões de reais.
Mas esta renda, garantem, chega aos donos
do shopping não como efeito de cobrança direta de estacionamento, mas através
do que as lojas lhe repassam em função de suas vendas.
“O que não paga de estacionamento, o
cliente gasta nas lojas e na praça da alimentação”, garante um gerente de loja
do Natal Shopping Center a respeito de como a questão é tratada pelo
controlador do Midway Mall, empresário Nevaldo Rocha, um dos maiores Midas que
o Brasil já ofereceu ao mundo.
Na visão do gerente, há muito tempo a
maior parte da receita do Natal Shopping Center deixou de ser gerada nas lojas
para ser capturada nas suas 1,3 mil vagas de estacionamento. É por isto que,
diferentemente do Midway Mall, nas alamedas dali muitas pessoas são vistas
passeando sem transportarem sacolas de compras carregadas.
“Faz muito tempo que o Natal Shopping
deixou de ser um centro lojista para ser um estacionamento alimentado pelo
magnetismo das lojas”, diz um gerente, pedindo anonimato a fim de não atrair
admoestações para si ou para a loja a que serve.
Hostilizando
Na visão dos comerciários, a extensão da
cobrança do estacionamento aos lojistas é uma das muitas medidas que os atuais
donos do Natal Shopping Center vêm adotando em rota de colisão com a população
e o empresariado natalenses, aos quais, na sua visão, a casa chega mesmo a
hostilizar.
A primeira foi justamente a imposição da
taxa de estacionamento aos clientes. A mais recente do que chamam de “essas agressões”
havia sido o afastamento sistemático de companhias potiguares que ajudaram o
Natal Shopping a ser firmar desde que abriu suas portas, em 1992.
Esta expulsão começou a se corporificar
depois que o grupo que implantou o centro comercial, liderado pelos
ex-senadores Fernando Bezerra e Geraldo Melo, transferiu o controle do Natal
Shopping Center a uma empresa fluminense, que seria dona de dezenove
estabelecimentos congêneres. Em 2007 o Natal Shopping foi adquirido pela Ancar
Ivanhoe e BRMalls, que juntas detêm 100% de sua propriedade.
Enquanto mostrava as portas de saída para
empresas como a rede de óticas Jóia e outras marcas natalenses, a nova
proprietária do centro comercial impunha ao local franquias do centro-sul que
preferivelmente confiassem suas representações a empresários trazidos de outras
praças.
Supermercado
Considerado como “tradicional”,
“familiar”, “aconchegante” e “seguro”, segundo uma pesquisa que a Ancar atribui
ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Pesquisa (Ibope), o Natal Shopping
Center é o preferido pelas classes A e B de Natal. Segundo os lojistas, o
levantamento diz que 52% dos consumidores natalenses frequentam o Natal Shopping
e os 26,2 mil metros quadrado de área bruta locável de suas 170 lojas pelo
menos uma vez por semana.
Uma presença destas deveria recomendar
três ou quatro decisões capazes de melhorar progressivamente o relacionamento
entre o centro comercial e a clientela. Uma seria realizar, finalmente, o
compromisso assumido com os clientes ainda quando o shopping center era
propaganda e promessa. É a de fazê-lo abrigar um grande supermercado como
âncora.
“Muitos clientes do Natal Shopping vêm
aqui, compram algumas coisas e saem a pé para comprar no Carrefour o que
precisam de supermercado, nesta ou na ordem inversa”, diz um gerente.
“Alguns clientes preferem estacionar no
Carrefour, passar algum tempo no Natal Shopping e depois voltar ao supermercado
para retirar seu carro de um estacionamento em que não lhe cobram pela
permanência do veículo”, acrescenta.
Outra providência que consideram capaz de
aumentar o fluxo de compradores no Natal Shopping atingiria diretamente o
estacionamento. Seria reduzir gradativamente a cobrança até igualar-se quanto à
rubrica ao Midway Mall. Segundo uma pesquisa que os comerciários atribuem à revista "Veja", a grande maioria dos clientes de shopping center possui automóvel e escolhe o centro comercial em função, principalmente, do estacionamento, levando em consideração o fato de pagar, não pagar ou pagar o mínimo pela vaga. Uma terceira seria reabrir espaço para lojas locais que
poderiam crescer se o Natal Shopping não quisesse substituir as daqui por
empreendedores de fora.
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