Prefeitos com Senador: o objetivo era pedir o mandato de seis anos. |
Pensando bem, as prefeituras do Rio Grande
do Norte não deveriam pagar as despesas da viagem que seus titulares fizeram
esta semana a Brasília a pretexto de emprestarem número a um movimento nacional
que objetivaria novamente reivindicar, pela enésima vez, um melhor tratamento
da União às comunas de todo o país.
Na verdade, eles foram lá para pedir para
si próprios, no caso dos que podem postular a reeleição em 2016, e seus aliados
no plano municipal que desejam transformar em sucessores, não para todos os
seus conterrâneos, os munícipes que, respeitadas as regras legais vigentes, no
próximo ano poderão escolher entre os melhores o futuro ocupante de seus
governos.
Pois o que mais o animou em Brasília foi
se reunir com parlamentares e percorrer gabinetes do Congresso Nacional para
pedir a deputados e senadores o alongamento das gestões municipais, a princípio
para a partir do próximo mandato, mediante uma alteração na legislação que dê
mais dois anos de mandato aos burgomestres.
Eles sabiam que os parlamentares estavam
envolvidos com e pelas as votações que se sucedem há dias, reunidas abaixo de
um guarda-chuva pomposamente batizado como “Reforma Política” e desembarcaram
em Brasília com todas as fichas prontas para pressionar aos senadores e
deputados que lhes devem frações dos mandatos de que desfrutam no Planalto
Central em busca desses dois anos.
Afinal, o que mais se destacou na “crônica
social” que a mídia local divulgou da convergência dos alcaides a Brasília foi,
justamente, uma reunião que os mais de 140 prefeitos potiguares mantiveram com
os onze deputados e senadores conterrâneos, arrancando-lhe o compromisso de
apoiarem os mandatos de seis anos, algo que o Brasil experimentou e reprovou
nos anos sessenta e setenta.
O argumento dos defensores desse
alongamento de mandatos é a coincidência que passaria a haver, a partir de
2022, no calendário eleitoral para que do vereador ao presidente da república
todos os agentes políticos das três instâncias em todo o país sejam escolhidos
simultaneamente. É o mesmo que se argumento para dar seis anos de mandato aos
burgomestres e vereadores que estavam no poder desde 1968.
A questão não é o mérito ou o demérito da
proposta, e sim o fato de, num período de vacas mais do que magras, as
prefeituras estarem arcando com despesas criadas com o fito de perpetuar grupos
mandatários no poder, em lugar de viabilizar soluções para os problemas que
efetivamente arrasam a vida em seus municípios.
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