Marinalva, a heroína do combate ao trabalho escravo e à exploração de crianças e adolescentes. |
Principal item da programação da Rede
Globo, detentora de quase monopólio em termos de audiência pública no Brasil, o
programa semanal “Fantástico” destacará neste domingo, 21, hoje, uma heroína norte-rio-grandense
contemporânea, à qual os direitos humanos no país e na América Latina devem
muito.
Trata-se da bacharel Marinalva Dantas, a
auditora do Ministério do Trabalho que nos últimos vinte anos se destacou no
combate ao trabalho escravo e principalmente à exploração de crianças e adolescentes
em ambientes de produção que ferem a legislação. Nascida em Campina Grande,
Paraíba, desde menina ela reside em Natal.
Chamadas para o programa que a Rede
Globo começou a veicular ontem falam sobre ela sem fornecer detalhes, mas o
fato é que a reportagem virá a público em momento ímpar da transformação,
finalmente, do nome de Marinalva em verdadeira referência nacional.
Na próxima terça-feira, 23, como se
sabe, o jornalista pernambucano Klester Cavalcanti lançará em São Paulo um
livro sobre Marinalva. “A Dama da Liberdade”, como mostra a divulgação da
editora, conta a história de Marinalva Cardoso Dantas, auditora fiscal do
trabalho que chefiou, durante dez anos, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel
do Ministério do Trabalho.
Chamada por seus próprios integrantes de
“a Móvel”, a equipe de Marinalva era o braço executor do Grupo Executivo de
Repressão ao Trabalho Forçado (Gertraf), criado em 1995. Em vinte anos de
funcionamento, o trabalho desse grupo ensejou a libertação de mais de cinqüenta
mil trabalhadores do regime de escravidão.
Livro
os
61 anos, Marinalva Dantas é uma mulher comum: mãe, avó, já foi casada e
enfrenta dramas e problemas como qualquer pessoa. A missão que abraçou,
por outro lado, é extraordinária. Auditora fiscal do Trabalho, ela
passou quase 10 anos à frente do grupo do Governo Federal que combate à
escravidão no Brasil. Mergulhada nessa causa, Marinalva libertou mais de
2.300 homens, mulheres e crianças nos rincões do país.
Cinco anos
Publicado pela Benvirá, selo de não ficção e ficção da Saraiva, "A Dama da Liberdade" é resultado de cinco anos de pesquisa de Klester Cavalcanti. Três vezes vencedor do Prêmio Jabuti de Literatura – uma delas com seu livro anterior, “Dias de Inferno na Síria” –, o jornalista tem acompanhado o trabalho de Marinalva desde o início e não apenas fez um perfil da poderosa mulher, como traz ao debate a questão ainda persistente do trabalho escravo nos dias de hoje. Klester viajou por sete Estados, entrevistando quase setenta pessoas, entre elas familiares de Marinalva, policiais, aliciadores de escravos, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso e ex-escravos. Sua pesquisa inclui quase 120 horas de entrevistas, a leitura de 2 mil páginas de documentos e a análise de cerca de 200 fotos e 30 horas de vídeos. “Acho importante contar a história dessa mulher, que representa todas as pessoas que combatem o trabalho escravo no Brasil, em pleno século 21, o que torna essa história ainda mais impactante”, diz Cavalcanti.
As ações de Marinalva lembram cenas de filmes de Hollywood, com mobilização da polícia federal, tiroteio com capangas de fazendeiros, resgate de homens, mulheres e crianças mantidos cativos em fazendas dos rincões do Brasil. Em muitos casos, os escravagistas são políticos brasileiros e grandes empresários. Como não poderia deixar de ser, Marinalva é uma dessas personalidades desconhecidas do grande público que vivem ameaçadas de morte. A publicação de sua história de luta e apego às causas libertárias pode comover as pessoas. Sua vida retratada nesse trabalho trará aos leitores algumas horas de suspense, ação, romance e aventura.
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(Madrugada
do domingo 150621).
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Gostaria de retificar que esta heroína é paraibana, não potiguar como descrito acima.
ResponderExcluirAtenciosamente,
Ava
Leia o texto antes de tentar corrigi-lo.
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