quinta-feira, 25 de junho de 2015

Tem mistério demais na relação entre NicoLelis e a UFRN

Cada vez mais misterioso, agora Nicolelis atrai a atenção dos
investigadores que trabalham para o Tribunal de Contas da União,
por  conta de suas ligações, sempre mantidas
sob muita sombra, com a Universidade Federal (UFRN).
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Por Dinarte Assunção, do Portalnoar
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Desde que a UFRN começou a erguer os empreendimentos de pesquisa na área da neurociência, o Tribunal de Contas da União vinha acompanhando a execução das milionárias cifras confiadas à universidade para a expansão da área. Em sucessivas reprimendas, os técnicos do TCU vinham apontando falhas na execução das obras, com consequente aumento das despesas.
Em setembro do ano passado, no entanto, um documento juntado ao processo 033.685/2013-4 deu novos contornos à investigação quando obrigou os técnicos do tribunal a avaliarem a necessidade de abrirem um procedimento específico para apurar o que estava sendo denunciado em face do neurocientista Miguel Nicolelis. Em março deste ano, a Segunda Câmara do TCU acolheu a representação, e, atualmente, uma auditoria investiga a controversa relação de Nicolelis com a UFRN, considerada obscura pela Corte de Contas da União e que já demandou dos cofres do governo federal R$ 57 milhões para as obras do Campus do Cérebro, em Macaíba.
Do punho de Sidarta Ribeiro partiu o documento que levou o TCU a abrir a auditoria. Nicolelis e Sidarta tinham uma relação que lembrava o clichê ‘Criador e Criatura’. O primeiro chegou a considerar o segundo, em 2008, como “quase um filho”. No relatório que escreveu sobre o termo de cooperação, do qual era coordenador, entre a UFRN e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Sidarta aprofundou as questões que direcionaram as lupas do TCU para a relação da UFRN com Nicolelis.
No texto, Sidarta denuncia que grande parte do investimento público em equipamentos para a pesquisa em neurociência foi trancanfiada por Nicolelis no Instituto Internacional de Neurociência de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS). O caso era notório, mas só agora as consequências do ato, que estão sob investigação, começam a ganhar dimensão.
“Cumpre ressaltar que a retenção de equipamentos no IINN-ELS causou transtornos aos docentes e discentes do instituto do Cérebro-UFRN. Tivemos que enviar estudantes para outros estados e países a fim de continuarem suas pesquisas, e alguns estudantes abandonaram seus projetos por impossibilidade de continuar determinadas linhas de pesquisa”, escreveu Sidarta.
Noutro trecho do documento, o cientista pediu a intervenção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI). Sidarta usa um argumento lógico: já que o termo de cooperação entre a UFRN e Nicolelis se extingiu, os equipamentos adquiridos com dinheiro público deveriam passar para a tutela da universidade.
“[…] tenho o dever de solicitar ao MCTI que garanta a instalação da totalidade dos equipamentos vinculados a esses convênios no Instituto do Cérebro da UFRN, onde terão uso público. Cumpre ressaltar que a produtividade do Instituto do Cérebro é maior do que a do IINN-ELS, a despeito de contarmos com quantidade bem menor de equipamentos e auxílios para insumos. […] É, portanto, um imperativo da justiça e da racionalidade administrativa que, com o encerramento dos convênios, todos os equipamentos a eles vinculados sejam instalados no Instituto do Cérebro da UFRN”, ponderou Sidarta.
O conteúdo do relatório do cientista contra Nicolelis é tratado com gravidade pelo TCU. “Em uma análise rápida, as informações trazidas ao processo são graves e demonstram que as instalações prediais e os equipamentos do IINN encontram-se atualmente em poder da Aasdap [associação de Nicolelis], em detrimento do próprio Instituto do Cérebro da UFRN”.
No processo do Tribunal de Contas da União é considerado ainda que “além disso, a Universidade está proibida de manter discentes e docentes no IINN, que é custeado com recursos públicos, o que contraria o Termo de Parceria celebrado. Ao fim, verifica-se que a destinação e utilização futura do IINN e do próprio Campus do Cérebro [em Macaíba] pela UFRN encontram-se obscurecidas, devido às circunstâncias atuais que regem o relacionamento com a Aasdap”.

A reportagem não conseguiu contato na UFRN com a assessoria de imprensa para repercutir a matéria. À Aasdap, foi encaminhado email para que a associação possa apresentar sua versão sobre os fatos.
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