quinta-feira, 18 de junho de 2015

Robinson mandou Secretário "Galinha Mineira" devolver o que recebeu a mais

Sem o menor respeito à lei da transparência e curvando-se diante do assédio patrimonialista de alguns auxiliares o governador Robinson Faria mandou o economista Getúlio Rebouças, hoje a mais notória “galinha mineira” de sua equipe, devolver o que recebeu ilegalmente, como quem passa água quente sobre a mancha do batom na cueca.


Por decisão que Robinson tomou decepcionado,... 
Dizendo-se escandalizado com o reajuste salarial que o secretário estadual de Planejamento e Finanças, economista administrador Gustavo Maurício Filgueiras Nogueira, se concedeu à sua revelia, em abril último, o governador Robinson Faria determinou nesta quinta-feira, 18, hoje, que ele devolvesse imediatamente ao erário o que recebeu a mais e corrigisse a forma de cálculo de seus vencimentos para, se quiser, continuar a se remunerar da maneira correta.
Para alguns operadores do direito que o Blog de Roberto Guedes consultou, a decisão de Robinson pode atender a uma parte do problema, com a reposição do que o erário havia perdido graças à manobra capitaneada pelo Secretário de Planejamento e Finanças, mas a forma como está sendo executada depõe contra o Governador. O Governador teria agido como quem cuida de rês privada, e não pública, e passou a mão sobre praticantes do patrimonialismo da forma primitiva. 
“Essa devolução não poderia ser feita ‘por debaixo do pano’”, disse um promotor aposentado, dizendo que, flagrada a ilicitude e a partir do momento em que a conheceu, o chefe do executivo deveria mandar investigar formalmente o ocorrido, punindo na forma da lei os autores das ilegalidades.
...ainda hoje Gustavo deve devolver o dinheiro ao erário.
Agindo como preferiu, o Governador acabou com todo arremedo de transparência que tem sugerido adotar no cargo. “Ele agiu como o homem que tentou tirar a mancha de batom da cueca antes que a esposa a descobrisse”. Ainda segundo o operador do direito, a brandura da reação de Robinson diante do caso sugere que ele não quer se desligar dos auxiliares que se caracterizam como “galinhas mineiras”, aquelas que só ciscam para seus quintais, em detrimento do interesse público, dedicando-se à reza segundo a qual “Mateus, primeiros os teus”.
Pagar hoje
Transmitida ao Blog de Roberto Guedes por fonte fidedigna da Governadoria, a decisão foi adotada depois que Robinson recebeu do procurador geral do Estado, advogado Francisco Wilkie Rebouças, relatório confirmando a ilicitude e apresentando em detalhes as contribuições que outros secretários de Estado proporcionaram à construção da ilegalidade.
De acordo com a mesma fonte, Robinson deu prazo para que por toda esta quinta-feira Gustavo providenciasse o estorno do que recebeu a mais, quantia que o chefe do executivo não conhecia até hoje. A Casa Civil e a Procuradoria tomaram a iniciativa de fazer com que assessores de Gustavo cuidasse de providenciar o que fosse necessário para que o dinheiro retornasse aos cofres do Estado antes da meia-noite de hoje.
O monitoramento que Robinson implementou para confirmar a efetivação do estorno mostrou esta tarde que funcionários da secretaria de Planejamento haviam promovido o levantamento do valor do débito e providenciavam a confecção da guia necessária à efetivação do retorno do dinheiro ao erário.
Evitar investigação externa
Aos olhos do observadores do problema, o Governador tentou “apagar fogo com fogo”. Para ele, a devolução rápida e da forma mais discreta possível elidiria a questão antes que o ministério público e o Tribunal de Contas do Estado mostrassem o que apuraram com as investigações que promovem a respeito do esforço que Gustavo e outros secretários de Estado despenderam para que este elevasse em 50% os próprios vencimentos, abrindo caminho para que os companheiros de empenho também se locupletassem.
Como a imprensa noticiou, Gustavo, que também é administrador de empresas e psicólogo, não integra os quadros do governo potiguar, e sim o de uma universidade governamental sediada em Campina Grande, Paraíba. Servidores em situação homóloga optam pelo salário do empregador permanente ou pelo do Estado quando ocupam neste cargos de confiança. Quando optam pelo salário de origem, passam a receber daqui somente 50% dos vencimentos inerentes ao cargo, o que ancestralmente correspondia à verba de representação.
Revogar a lei
Investigação informal de Wilkie confirmou a ilegalidade.
Acumpliciado com alguns colegas, em poucas horas ele conseguiu que um seu pedido no sentido de receber 100% do salário pago pelo governo potiguar viabilizasse a dupla remuneração graças a um parecer no mínimo altamente controvertido, no qual o consultor geral do Estado, advogado Eduardo Nobre, considerou inconstitucional o trecho da lei potiguar que impede o acesso à metade dos vencimentos a servidor de fora em situação análoga à de Gustavo.
O levantamento que Wilkie fez sobre este processo confirmou aos olhos do Governador o que já havia sido divulgado e motivara a decisão de investigar tomada pelo Tribunal de Contas e pelo ministério público estadual. O reajuste salarial só foi providenciado depois que Eduardo Nobre considerou inconstitucional o trecho de uma lei estadual que só concede ao secretário de Estado que recebe vencimentos integrais de outro empregador os 50% correspondentes à verba de representação do cargo.
Segundo o que Wilkie mostrou a Robinson, se tivesse constatado a inconstitucionalidade do dispositivo legal, o que Nobre deveria fazer era propor à Procuradoria Geral do Estado a revogação do texto em questão, via apresentação de projeto de lei à Assembléia Legislativa ou ajuizamento de ação declaratória de inconstitucionalidade na justiça. Nunca o Secretário de Estado poderia passar a cumprir como lhe parece, ao arrepio da lei.

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(Em 150618).

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