A criação do Hospital Municipal de Natal
foi tema de audiência pública realizada na Câmara dos Vereadores na
manhã desta terça-feira (23). Durante a sessão, a Prefeitura Municipal
de Natal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), apresentou as
viabilidades técnica-financeira para a implantação da unidade, que
integrará os atendimentos realizados hoje pelo Pronto Atendimento
Infantil Sandra Celeste e o Hospital dos Pescadores, somados a serviços
de alta e média complexidade. A expectativa é que ele comece a funcionar
já no final do segundo semestre deste ano, usando a estrutura atual do
Hospital Médico Cirúrgico, que passará por uma pequena reforma antes.
Segundo o secretário municipal de Saúde,
Luiz Roberto Fonseca, Natal tem necessidade muito grande de um serviço
na qual o município possa desonerar o custo existente na
contratualização de procedimentos que não são feitos por ele, mas sim
por terceiros. Isso porque, ao ser detentor de 95% dos serviços de alta
complexidade e ter a gestão plena dos recursos da saúde pública, o
município é responsável pela contratação, via Programação Pactuada
Integrada (PPI), para todo o Estado e por conta disso, tem
responsabilidade de gestão e financeira muito grande. Mas, como não tem
hospital próprio para realizar os procedimentos necessários, acaba
pagando muito caro por isso.
“Hoje, Natal é a única capital do país
que não dispõe de um hospital municipal próprio, ou seja, tudo é
contratualizado com terceiros, sejam eles públicos como as unidades
estaduais ou os privados. O município tem conseguido avançar muito nessa
gestão do prefeito Carlos Eduardo, com a futura entrega de mais duas
Unidades de Pronto Atendimento (totalizando quatro no município até o
final deste ano) e a assistência materno-infantil com três maternidades.
Mas, esse hospital representará mais um ponto importante de avanço”,
afirmou Luiz Roberto Fonseca.
O secretário explicou ainda que, por
possuir apenas 22 leitos, o Hospital dos Pescadores, nas Rocas, não é
considerado nem hospital de pequeno porte pelo Ministério da Saúde – que
classifica assim aquelas unidades com 30 ou mais leitos. Já o Sandra
Celeste, em Lagoa Nova, é um pronto-socorro infantil com leitos apenas
de observação clínica, ou seja, as crianças atendidas não podem
permanecer internadas um ou mais dias, quando necessário.
“Natal precisa sair desse pragmatismo,
temos uma demanda muito grande em áreas que esse novo hospital poderá
ser decisivo, como, por exemplo, a ortopedia de média complexidade,
casos que poderiam ser facilmente resolvidos se tivéssemos um local
próprio para isso. Ao invés disso, nossos pacientes passam dias e
semanas no Hospital Walfredo Gurgel esperando por um atendimento
específico no Hospital Memorial, que é contratado para serviços
ortopédicos. Sem contar na economia financeira que teremos com isso, já
que deixará de pagar quase R$ 300 mil de contratualização”, ressaltou
Luiz Roberto.
A promotora de justiça Kalina Correia
esteve presente à audiência pública e afirmou que o Ministério Público
do Rio Grande do Norte apoia a criação do hospital, por ser uma demanda
justa da população. Mas enfatizou que é preciso encontrar uma solução a
longo prazo, já que a perspectiva é o aumento natural da procura pelos
serviços médico-hospitalares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário