Pêndulo Robinson só se trata com médicos paulistas. |
A ciclotimia que cada vez mais continuamente
preside o governo Robinson Faria voltou a se impor esta semana em prejuízo de
uma das fisionomias da gestão que mais conquistam aplausos na opinião púlbica,
o trabalho de prevenção contra as drogas comandado pela educadora Margarida
Fernandes Brandão, tenente-coronel da Polícia Militar.
Pouquíssimos dias depois de elogiar
largamente o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), em
solenidade de que participou ao lado da esposa, advogada Julianne Faria,
secretária estadual de Trabalho, Habitação e Assistência Social, Robinson meteu
a faca no empreendimento, exigindo que ceda 25 dos policiais que o integram a
outros escaninhos da Polícia Militar.
Quem primeiramente meteu a boca no
trombone, denunciando esse desserviço, foi Margarida, mas a Governadoria e o
comando da Polícia Militar a amordaçaram, proibindo-a de falar, a despeito de sempre
gostarem que falasse porque só trazia bônus para o trabalho e para a
corporação. Ontem, quem, falou em nome de Margarida já foi uma advogada.
Já são muitas as manifestações da ciclotimia
que Robinson Faria vem projetando desde que conquistou o governo do Estado, em
outubro de 2014. Em dezembro, instado a falar sobre uma crise que se prenunciava
em prejuízo do combate aos motoristas que dirigem sob o efeito do álcool, ele
procurou reduzir a zero o principal personagem desta luta, o tenente Styuvenson
Aladim, destacado nacionalmente através de reportagens e de participações
presenciais em programas de enorme audiência da Rede Globo de Televisão,
definindo-o como “um desconhecido”. Em abril, quando Styvenson ameaçou deixar o
serviço por falta de apoio de sua gestão, Robinson se apressou a tentar
aparecer junto ao oficial, que em maio promoveria a capitão. Bancou o papagaio
de pirata, sem o concurso profissional de sua assessoria de comunicação, e
cuidou de pessoalmente de tecer loas ao policial que virou emblema da “Lei Seca”
no país.
Poucas semanas atrás, saiu sorrindo da
sede do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), elogiando o bom funcionamento
da casa, para na última quinta-feira canetar a exoneração de todos os
integrantes do estafe da repartição, exceto o diretor geral, comerciante Marcos
Freire, mais conhecido como “Marquinhos Beleza”, um dos maiores financiadores
individuais da campanha que entregou à família Faria o governo do Estado e o
segundo mandato do deputado federal Fábio, o primogênito do chefe do executivo.
Só então jornalistas vinculados a Robinson divulgaram a informação de que ele
saiu irritadíssimo do Detran, porque ali não encontrara beleza nenhuma. Marquinhos
não havia ido trabalhar na ocasião.
Há poucas semanas, estendeu a mão ao
ministro do Turismo, ex-deputado Henrique Eduardo Alves, o presidente regional
do PMDB que lhe disputou sem sucesso a governadoria em outubro passado,
dizendo-o grande defensor dos interesses do Rio Grande do Norte, para ontem ostensivamente
não o cumprimentar no velório do jornalista e político Agnelo Alves,
protagonizando uma grossura que circunstantes batizaram logo como “coice de
mula”.
De tanto bancar assim o pêndulo,
viajando com muita celeridade de um extremo a outro, Robinson está espargindo
sobre seus auxiliares a certeza da total incerteza sobre o que se passa em sua
cabeça, algo que, dizem, somente sabem um ou outro publicitário ou empresário
que gravitam em torno do chefe do executivo e fariam sua cabeça, induzindo-o a
decisões, que na maioria das vezes apenas à busca de factóides. Um sorriso
governamental agora pode simplesmente está prenunciando uma degola ou rasteira que
normalmente ninguém pressentiria.
Foi um auxiliar que estudou psicologia quem
encontrou na ciclotimia uma pista para o comportamento de Robinson, que desde
menino teria este transtorno afetivo de personalidade em quase tudo semelhante
ao transtorno bipolar, antigamente chamada psicose maníaco-depressiva, se bem
que um pouco mais leve.
Também caracterizada por mudanças de
humor em poucos dias ou horas, a ciclotimia consiste em recorrentes variações
de humor, variando entre hipomania e distimia ou depressão. Um único episódio
de hipomania é suficiente para diagnosticar a ciclotimia, entretanto, a maior
parte dos afetados também sofrem com períodos de distimia. O diagnóstico da
ciclotimia não é feito quando há um histórico de episódios de mania ou
depressão profunda. A porcentagem da população que sofre com a moléstia gira em
torno de 0.4% a 1%. A frequência é igual para homens e mulheres, mas
normalmente as mulheres procuram tratamento mais rapidamente.
Médicos daqui não falam sobre isto. Há
muitos anos, desde mesmo antes de resolver promover um implante de cabelos para
inibir a calvície que desertificava a parte externa de sua cabeça, Robinson só
cuida de sua saúde com profissionais baseados em São Paulo.
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