quinta-feira, 25 de junho de 2015

Procurador “puxa orelha” do Governador, que pode ter-se tornado inelegível

Recomendação do procurador de Contas Carlos Roberto Barros mostra que Robinson agiu erradamente ao tentar corrigir na sombra o auto-reajuste que o secretário de Planejamento, Gustavo Nogueira, se concedeu, abrindo a porteira para beneficiar ilegalmente outros auxiliares do governador. Ao adotar conduta diferente da que lhe recomendara o procurador Wilkie Rebouças o Governador abriu caminho para seu “impeachment” ou para se tornar inelegível até para sua sucessão em 2018.
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A recomendação do procurador Carlos Roberto mostra que....

...Robinson não agiu na forma da lei ao só informalmente mandar ....

...mandar Gustavo (E) devolver ao erário o que recebeu ilegalmente.
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ROBERTO GUEDES
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Nos os meios jurídicos do Rio Grande do Norte soou como verdadeiro “puxão de orelhas” no governador Robinson Faria e perigosa advertência para este a recomendação que oficialmente lhe foi encaminhada nesta quarta-feira, 24, ontem, pela Procuradoria Geral de Contas do Rio Grande do Norte para que suspenda imediatamente o pagamento de segundo salário ao secretário estadual de Administração e de Planejamento, economista e psicólogo Gustavo Nogueira.
Assinada pelo chefe interino da repartição, procurador Carlos Roberto Galvão Barros, a recomendação fixou prazo de trinta dias para que Robinson faça, oficialmente, o que na semana passada recomendou que Gustavo fizesse por debaixo do pano.
Corrigir ilegalmente
Como o Blog de Roberto Guedes informou no último dia 18, exatamente há uma semana, o Governador checou as informações sobre a ilegalidade do pagamento a mais, com base em informações que solicitara ao procurador geral do Estado, advogado Francisco Wilkie Rebouças, e em vez de adotar providências às claras, investigando para valer o ocorrido, terminou sendo chamado à atenção pelo procurador Carlos Roberto Barros.
O carão que o Procurador passou no Governador se prende ao fato de uma verdadeira gang encastelada nos escaninhos do poder haver criado uma “jurisprudência” própria para elevar em 50% os vencimentos de servidores efetivos de outros espaços do poder que integram o secretariado de Robinson.
Galinhas mineiras
Pelas normas ancestrais, esses secretários podem optar pelo salário de seus empregadores efetivos e receber apenas a verba de representação correspondente a seus cargos. Graças a um parecer jurídico altamente contestado nos meios forenses de Natal, subscrito pelo consultor geral do Estado, advogado Eduardo Nobre, Gustavo se concedeu o reajuste abrindo caminho para que o benefício se estendesse a outros integrantes do estafe governamental.
Segundo consta na Governadoria, o auto-reajuste beneficiaria a seguir próprio Eduardo Nobre, sub-procurador geral da República aposentado, à chefe da Casa Civil, Tatiana Mendes Cunha, servidora da Assembléia Legislativa, ao secretário de Agricultura, geólogo Haroldo Abuana, e ao titular da pasta do Esporte, vereador George Câmara (PCdoB), que é também funcionário da Petróleo Brasileiro (S/A) Petrobras.
Ao não adotar o conselho de Wilkie, o Governador pode
ter aberto caminho para ser declarado inelegível.
Fontes da Governadoria garantem que Robinson mandou e Gustavo já providenciou a devolução ao erário do que embolsou indevidamente, mas tudo foi feito no maior sigilo do mundo, a partir da recomendação de Robinson. Este não acatou plenamente o parecer que Wilkie lhe apresentou após investigar informalmente o problema.
Desconsiderou
Segundo fontes da Governadoria, Robinson desconsiderou olimpicamente um conselho que Wilkie lhe apresentou como inescapável. O Procurador Geral recomendou que Robinson, bacharel em Direito e auto-proclamado Governador da Transparência, fizesse tudo às claras: além de mandar Gustavo devolver o dinheiro, cabia-lhe determinar a realização de investigação, inclusive para mostrar a participação de cada um de seus auxiliares nesse “imbroglio”.
Se o fizesse, Robinson mostraria uma face que seu Governo faz tudo para esconder, reconhecendo que se caracteriza mesmo como um espaço próprio para “galinhas mineiras”, aves que, segundo o advogado e ex-deputado Manoel de Medeiros Brito, 86 anos, só ciscam para dentro de seus quintais, em prejuízo do espaço à sua volta. Mas transmitiria a impressão de que pelo menos neste caso não conviveu com a improbidade.
“Res” privada
O “dossiê” de Wilkie mostrou ao Governador que tudo para turbinar os vencimentos de alguns secretários de Estado foi feito orquestradamente, consoante uma partitura em que uma aparente não participação é, na verdade, o supra-sumo da vetorização do projeto, cuja consumação estabeleceria uma regra nefasta para o erário potiguar. Com boa fé, não haveria como o Governador fugir a esta orientação.
Lastimavelmente, porém, como, aliás, registrei no “Jornal de Roberto Guedes” veiculado nesta quarta-feira, 24, ontem, no matutino impresso “Novo Jornal”, neste caso Robinson agiu como quem administra “res” primária, e não pública. Pois foi no maior sigilo do mundo que, obedecendo a Robinson, Gustavo mandou auxiliares calcularem o que recebeu a mais a título de salário para devolver correndo ao erário. 
Ficar inelegível
A opção pelo conserto à sombra pode custar caro a Robinson, porque Carlos Roberto não foi a única autoridade que se deu conta da ilegalidade adredemente orquestrada em busca do reajuste ilegal dos vencimentos de pouco mais de meia dúzia de secretários de Estado.
O Tribunal de Contas do Estado e um braço do ministério público estadual voltado para a defesa do patrimônio público já vinham investigando a apropriação indébita de dinheiro do erário pelo secretário que controla o cofre estadual, o titular da pasta do Planejamento e das Finanças, com o comprometimento de outros integrantes do estafe de Robinson. O fato novo que o Procurador de Contas protagonizou esta semana foi mostrar oficialmente que aos olhos do direito positivo não bastou consertar também ao arrepio da lei o feito ilícito com o qual Gustavo envolveu várias secretarias de Estado.
Segundo operadores do direito em Natal, a investigação a respeito da omissão governamental pode até indexar Robinson Faria entre os gestores públicos que não mais podem disputar mandatos eletivos, tornando-se inelegível, para começar, em sua própria sucessão, em 2018, quando pretende se reeleger, e mesmo abrir caminho para um processo de “impeachment” por conivência com ilegalidade flagrante.
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