Henrique, com Dilma: sem poder nomear ninguém. |
Passados mais de quinze dias de sua
posse na pasta, o novo ministro do Turismo, ex-deputado federal Henrique
Eduardo Alves, presidente do PMDB no Rio Grande do Norte, ainda não conseguiu
delinear o estafe que gostaria de alojar no seu entorno, sugerindo que ao
nomeá-lo a presidanta Dilma Rousseff lhe confiou um cargo e não um ministério
de porteira fechada, como esperava.
Esta é a conclusão a que têm chegado
acólitos do Ministro residentes em Natal observando que ninguém ligado a
Henrique Eduardo foi ainda nomeado para seu estafe, numa situação diferente
daquela em que o senador Garibaldi Alves Filho, seu primo e aliado no PMDB,
assumiu em 2011 o ministério da Previdência. Nos primeiros dias ele colocou a
seu lado alguns conterrâneos, a exemplo dos engenheiros Jaime Mariz de Faria e
Lindolfo Sales e do jornalista José Wilde de Oliveira Cabral. Daí por diante, nomeou quem quis.
Emprego
Na Previdência, Garibaldi Filho nomeou quem quis. |
A comparação leva à conclusão de que a
Garibaldi Filho a presidanta deu um ministério, mas a Henrique Eduardo assegurou
apenas um cargo, diante da pressão que lhe fez neste sentido o comando nacional
do PMDB. O fato de ele assumir na hora a condição de coadjuvante do
vice-presidente Michel Temer na articulação política para Dilma chegou a
sugerir que na prática seria mais aquinhoado do que se ficasse apenas com sua
pasta, mas a realidade resume diferentemente a situação: Henrique Eduardo, que
estava desempregado desde o início do ano, recebeu um emprego e pronto.
Sua situação lembra a de dois outros
políticos potiguares que chegaram muito próximo a presidentes da República. Em
1983, o pai de Henrique Eduardo, o jornalista e político Aluizio, ganhou muito
mais poder político do que o de seu cargo quando o governador eleito de Minas
Gerais, o legendário Tancredo Neves, lhe entregou uma obscura diretoria de uma
empresa estatal absolutamente desconhecida além desse Estado, a seguradora
vinculada ao Banco do Estado (Bemge). Na mesma época, o hoje falecido ex-governador
Tarcísio Maia assumiu uma diretoria da Petroquisa, fortíssimo braço da Petróleo
Brasileiro S/A (Petrobras), mas ficou só no emprego, como Aluizio avaliava então.
Mala
e cuia
Para consolo dos henriquistas
potiguares, dizem, o Ministro não está nem alojando próximo a seu gabinete
auxiliares que o acompanharam durante décadas na Câmara Federal e ele gostaria
de levar para a Esplanada dos Ministérios. Citam um caso emblemático, que, como
dizem, foi exposto na mais nova edição da revista “Época”, cuja capa aponta o
ex-presidente Lula da Silva como operador de um grande esquema de tráfico de
influência a serviço de construtoras.
.... na PetroquisaTarcísio Maia tinha emprego. |
Aluizio nomeou muito e dizia que... |
“O ministro do Turismo, Henrique Alves,
quer nomear Francisco Bruzzi, seu ex-faz-tudo na Câmara dos Deputados, para
ocupar o cargo de secretário nacional de Políticas de Turismo. Bruzzei foi
flagrado em 2007 pela Polícia Federal na Operação Navalha recebendo, no
aeroporto de Brasília, uma ma mala. Segundo a PF, a mala estava cheia de
dinheiro desviado de obras públicas. De aeroporto, Bruzzi entende bastante”.
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Roberto Guedes:
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