sexta-feira, 15 de maio de 2015

Mídia noticia uma semana depois do blog

Cassiano: primeira vítima potiguar identificada pela imprensa.
É com uma semana de atraso em relação a este blog que a mídia potiguar está registrando a ocorrência da “Zika Vírus” no Rio Grande do Norte, algo que foi informado neste espaço virtual na última sexta-feira, 8. Ela foi divulgada nesta quinta-feira, 14, ontem, nos demais veículos da internet editados aqui, e hoje virou manchete nos dois jornais impressos de Natal. Com um agravante: todos esses veículos mostraram que tiveram como fonte um periódico do Rio de Janeiro, o matutino “O Globo”, o qual, por sua vez, tomou por base informação oficial do ministério da Saúde. E ainda omitem informações de ordem geográfica.
De modo geral, todos dizem que ao confirmar a ocorrência de dezesseis casos de Zika no Brasil, o ministério da Saúde os localizou apenas na Bahia e no Rio Grande do Norte, onde registrou oito casos. Há uma semana já se sabia de casos verificados em Caicó antes que as autoridades federais conhecessem a doença, que teria chegado ao Nordeste brasileiro com torcedores atraídos pelos jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014.
Não há o menor registro às ocorrências verificadas em João Pessoa, Paraíba, onde há mais de dez dias técnicos do ministério da Saúde investigam suspeitas da presença da Zika em virtude de casos com toda a sua sintomatologia, das manchas e erupções na pele à afetação dos olhos com vermelhidão e irritação nos olhos, semelhantes às provocadas pela conjuntivite. A nova notícia, aliás, expõe omissão maior.
Cassiano, a primeira vítima
O “Novo Jornal” deixou escapar a possibilidade de transmitir o depoimento de um natalense que sofreu com a nova doença. Idealizador, criador e principal vetor do periódico, o jornalista Cassiano Arruda Câmara informou que esteve na casa por causa da Zika ao agradecer aos companheiros de redação que produziram sua coluna, “Roda Viva”, durante o período em que ficou acamado por imposição da doença.
Cassiano foi a primeira vítima da Zika no Rio Grande do Norte a ser identificada em meios de informação. Uma experiência destas, principalmente em casa, valeria uma ampla reportagem em qualquer jornal, e principalmente num periódico que tem a cara do paciente.
Esta atitude reflete e corresponde à carência que os periódicos sofrem quanto à fonte oficial para ter notícia. Poderiam dar desdobramento, ao longo de uma semana, à notícia da sexta-feira passada, que desconheceram olimpicamente. Mas, de qualquer forma, pendurados ou não ao oficialismo jornalístico, chegaram à doença e ajudam a alertar a população sobre ela e como tentar evitá-la, se possível, o que não tem acontecido aos natalenses no tocante à dengue.
Mais completas do que a que veiculei há uma semana, as novas notícias acrescentam a possibilidade de o paciente sentir fotofobia e detalham a interação entre a doença e as pessoas. Confirmando que ela é transmitida pelo “aedes aegypti, o mesmo inseto que difunde a dengue e a chikungunya, a informação de fonte oficial diz que a incubação da Zica é de quatro dias, assim como a doença leva de dois a sete dias estorvando a vida do paciente, que deve se tratar com paracetamol, o mesmo remédio indicado para amenizar as dores provocadas pela dengue e pela chikungunya.   
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