Presidente de uma das principais entidades de representação do comércio potiguar, o empresário Afrânio Miranda já vinha organizando os lojistas de outros centros semelhantes ao Natal Shopping quando constatou que é necessário escolher entre donos de imóveis que exploram colegas e vendedores que tentam escapar à crise econômica que se impõe ao Brasil. “Numa hora dessas, mais do que nunca, nosso lado é o dos lojistas”, garante..
Afrânio: entre lojistas que lutam e dono de imóvel, fica com os colegas. |
A Federação de Câmaras de Diretores
Lojistas (FCDL) e outras entidades de representação do comércio no Rio Grande
do Norte deverão se unir e agir com o objetivo de organizar e apoiar os
comerciantes estabelecidos no Natal Shopping Centera fim de tentar reverter decisões
com que o centro comercial os está prejudicando, a começar pelo reajuste da
tarifa do estacionamento situado junto à praça da alimentação do
estabelecimento.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira,
12, hoje, pelo presidente da FCDL, empresário Afrânio Miranda, para quem é “uma
crueldade” o que o Natal e outros shopping centers estão fazendo contra seus
lojistas.
Para quem ainda não o conhece, Afrânio Miranda é o empresário que está protagonizando através das emissoras de televisão potiguares uma campanha visando estimular os empreendedores conterrâneos a não se deixar abater pelo pessimismo espargido sobre todo o país pela crise econômica que o governo federal provocou com sua incúria.
Para quem ainda não o conhece, Afrânio Miranda é o empresário que está protagonizando através das emissoras de televisão potiguares uma campanha visando estimular os empreendedores conterrâneos a não se deixar abater pelo pessimismo espargido sobre todo o país pela crise econômica que o governo federal provocou com sua incúria.
“Numa época de crise, em que o
comerciante faz tudo para que o cliente interaja com seu negócio, produzindo e
procurando faturar, esse reajuste de taxa de estacionamento vai na contra-mão”,
disse, torcendo para que os administradores do Natal Shopping repensem o que
estão fazendo.
Imposto a pretexto da criação de um
estacionamento “VIP”, o reajuste, de 66%, esvaziou completamente o espaço junto
à praça da alimentação e as mesas desta.
Crueldade
“Um aumento destes é cruel, é perverso e
tende a matar muitos negócios”, avançou, elencando pequenos lojistas de
shopping centers que ao longo deste semeste estão chegando à conclusão de que é
melhor fechar suas lojas a bancar o funcionamento desses centros comerciais.
Afrânio telefonou espontaneamente para o
Blog de Roberto Guedes para, como
disse ao iniciar a conversa, agradecer porque este periódico virtual mostrou
bem e suficientemente as dificuldades que seus colegas instalados no Natal
Shopping Center estão enfrentando desde segunda-feira passada, quando a tarifa
do estacionamento foi elevada de seis para dez reais.
Disse então que a melhor contribuição
dada por este veículo à causa dos lojistas pressionados pelo Natal Shopping
Center foi mostrar o quanto é necessária a união de todos pela causa.
Sofrimento
Dono da rede de lojas de informática
Miranda Computação, que se destaca no mix do Natal Shopping Center, Afrânio
achou bom experimentar com o blog o “insight” para conhecer o sofrimento a que
estão sendo progressivamente submetidos os lojistas do centro comercial.
Ele ainda não se havia voltado
especificamente para o drama imposto a esses lojistas porque há semanas vinha
cuidando de neutralizar problema semelhante que se impõe crescentemente na interação
de lojistas colegas estabelecidos em outros centros do gênero.
Nos últimos dias, ele e outros líderes
do empresariado do comércio vinham organizando os colegas instalados no Cidade
Jardim, no Midway Mall, no Praia Shopping e no Via Direta, na zona sul, e no
North Shopping, à esquerda do rio Potengí, com o propósito claro de enfrentar
os erros de estratégia cometidos pelos administradores desses centros
comerciais.
“Não poderíamos fazer um trabalho desses
em quatro ou cinco shoppings centers sem acordarmos para a necessidade operar
igual mudança de atitude no mais antigo estabelecimento do gênero de nossa
cidade”, disse, ratificando as críticas que os lojistas vinculados ao Natal
Shopping Center elencam contra a conduta dos gestores deste.
Reverter
os prejuízos
Salientando que no caso do Natal
Shopping Center o que mais se impõe no momento é tentar reverter os efeitos
negativos do aumento imposto à tarifa do estacionamento junto à praça da
alimentação, ele chamou a atenção para conflitos que se vêm esticando há bem
mais tempo.
“Parece até que os administradores dos shopping
center se uniram para prejudicar os comerciantes daqui vinculados a esses
estabelecimentos”, lastima Afrânio, cuja rede está presente em praticamente
todos os grandes centros comerciais da região metropolitana.
Sua constatação emerge em momento
singular da trajetória da Miranda Computação, pois desde 2014 Afrânio investe
no sentido exatamente de fortalecer sua presença em shopping centers. Há pouco
tempo, sua empresa se instalou no Via Direta.
De acordo com funcionários da Miranda
Computação, enquanto providenciava o desembarque no centro comercial, situado
em frente ao Natal Shopping, na alça sul do trecho da BR 101 que corta Natal, a
empresa estaria fechando uma de suas mais antigas lojas, uma que abria suas
portas diretamente para a via pública, na avenida Salgado Filho.
Cobrança
errada
Nas reuniões que promoveu nos últimos dias
com lojistas dos shoppings centers, diz Afrânio, todo mundo condenou a elevação
das tarifas de estacionamento, que teria sido “puxada”, ainda no semestre
passado, pelo Natal Shopping Center.
Os centros congêneres que cobram
estacionamento passaram a adotar os mesmos percentuais de reajuste, se bem que
mantendo diferenças entre os valores absolutos, diz, mostrando uma exceção. A
seu ver, os donos de shopping center deveriam se espelhar na conduta do Midway
Mall, que não cobram nada pelo estacionamento. Longe disso, cada vez mais os
administradores de shopping centers agem mais como gestores de estacionamentos
situados junto a lojas a explorar, no pior do sentido.
Exemplo
de Nevaldo
“Não se concebe que o Praia Shopping
cobre quatro ou cinco reais para o consumidor manter seu carro ali durante o
tempo em que cuida, exatamente, de fazer compras nas lojas do próprio
estabelecimento”, diz.
Ele vai mais longe, abraçando uma tese
esposada pelo empresário Nevaldo Rocha, controlador do grupo Guararapes e principal
responsável pela criação do shopping center Midway Mall.
Apontado como de longe o maior de Natal,
o Midway não cobra taxa de estacionamento, enquanto os concorrentes o fazem
adotando como referências os valores adotados por shopping centers de São
Paulo.
“As culturas, os valores de uma região
não podem se impor aos filhos da terra na região destes”, diz, preocupando-se,
ao mesmo tempo, com a constatação a que muitos comerciantes já chegaram, de que
os donos do Natal Shopping Center procuram substituir por concorrentes de fora
os lojistas potiguares presentes em sua área locável de vendas.
Segundo ele, a não cobrança pelo estacionamento
está levando muitos consumidores do Natal e Praia Shopping a se dirigir ao
estabelecimento comandado por Nevaldo Rocha.
Fechar
as lojas
A maior raiz dos conflitos que se
alargam entre o Natal Shopping está justamente na renovação dos contratos de
aluguel, em cujo enfrentamento os gestores do centro comercial sufocam os
comerciantes e demonstram não ter o menor interesse em prorrogá-los.
“Por conta disso, em todas as conversas
que mantivemos com lojistas de outros shopping centers a pior referência era
esta: amigos com lojas abertas no Natal Shopping e principalmente na praça de
alimentação dele estão quase fechando seus estabelecimentos, porque não podem
satisfazer as exigências do dono do imóvel, e só ainda não fecharam porque não
podem lançar tudo passivamente na conta do prejuízo insolúvel”, diz Afrânio.
Reunir
líderes
Mostrando haver assimilado perfeitamente
a situação dos colegas, ele assegurou que não apenas mobilizará a FCDL em
defesa deles. Citando colegas que ao longo dos últimos vinte anos se destacaram
na cúpula de várias entidades de representação do empresariado lojista de Natal
e do Rio Grande do Norte, a exemplo de Flávio Alcides Araújo, George Ramalho, Orismar
Carlos de Almeida e Ricardo Abreu, que o Blog
de Roberto Guedes mencionou em reportagem postada na madrugada de hoje,
Afrânio disse que procurará cada um deles pensando em expor as dificuldades
enfrentadas pelos lojistas do centro comercial e pedindo que encampem a luta
deles.
“Tenho certeza que a Federação do
Comércio defenderá os comerciantes potiguares, assim como a Associação
Comercial e sindicatos setoriais vamos entrar em campo, ouvindo os colegas e
agindo em defesa deles”, assegurou, dizendo que, agindo apenas como donos de
imóveis, sem perceber o que acontece à sua volta, os shopping centers não tentaram se colocar no lugar dos seus
lojistas, que têm um grande inimigo comum pela frente, que é a crise econômica
brasileira, e precisam de apoio para sobreviverema a ela”, diz, para focalizar
o “affaire” mais momentâneo com a visão de quem passou a vida inteira atrás do
balcão:
“Nós somos comerciantes, vivemos do que
vendemos, e numa época de crise fazemos de tudo para vender, até reduzir os
preços das mercadorias nos limites mais corrosivos, e numa situação destas não
podemos ficar de braços cruzados quando os shopping centers, que deveriam ser
nossos parceiros, se voltam contra nós, impondo-nos alugueis exorbitantes e afastando
os potenciais compradores de nossas lojas com medidas absurdas como a elevação
de taxas de estacionamento”.
Para ele, não pode haver dúvida, braços cruzados
ou falsa equidistância, pesando-se principalmente a necessidade de
manter boas relações com todo mundo:
“Numa hora dessas, mais do que nunca,
nosso lado é o dos lojistas”, garante, pedindo que quem estiver sofrendo na lida com os gestores de shopping centers devem procurá-lo e aos colegas que mobilizar em defesa da causa.
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(Em
150612).
De parabéns Afrânio Miranda por essa iniciativa. Se a própria imprensa não divulga os fatos, a sua atitude se fez providencial. Acho que na atual situação econômica em que se encontra o país essa medida tenha sido uma atitude gerencial não pensada...
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