Aliados acham difícil Fábio Dantas (D) e Robinson voltarem ao clima festivo... |
De olho no desgaste que las
relações entre o governador Robinson Faria e o vice-governador Fábio Dantas sofreram nos últimos três meses, um
“expert” da política potiguar salienta que o segundo é um dos quatro candidatos
em sua faixa que mais ajudaram o cabeça de chapa. Os outros dois
vice-governadores que mais ajudaram foram Iberê Ferreira de Souza na última
condução da atual vice-prefeita Wilma de Faria ao Palácio Potengí, em 2006, e
monsenhor Walfredo Gurgel, que teria sido mais votado do que o cabeça da chapa,
Aluizio Alves, na histórica eleição de 1960. E não menos importante foi
Garibaldi Alves, pai, cuja presença na chapa encabeçada por Geraldo Melo
garantiu o aval de todo o PMDB à candidatura deste em 1986.
Em lances objetivos da ciência
política, o atual Vice-governador não seria, portanto, um nome a se jogar fora
e muito menos a empurrar para os braços dos adversários do chefe do executivo.
Fábio, entretanto, sofre há meses com um esforço de fogo amigo no sentido de
escanteá-lo. Iniciado na área pontificada pelo deputado federal Fábio Faria,
primogênito e liderado de Robinson no PSD, o movimento já afastou muito o
Governador do segundo nome na linha de sua sucessão no poder.
Pelo que admitiu há poucos dias
numa roda de amigos, Fábio Dantas não emplaca ninguém na equipe de Robinson.
Ele tem escapado ao conseguir espaços para seus aliados em espaços de outros
poderes. Na Assembléia Legislativa, por exemplo.
Reconhecida por gregos, troianos e macaibenses, a competência que Dantas esbanja lembra a sapiência de seu avô materno, o saudoso prefeito e deputado Waldemar Veras, de Alexandria, na "Tromba do Elefante". E aumenta as interrogações sobre a origem do esgarçamento da sua relação com Robinson.
Habilidades
Esposo da deputada Cristiane
Dantas, sua liderada no PCdoB, o Vice-governador adotou uma estratégia de
mérito para ocupar espaços no parlamento. Sabendo que o presidente da casa,
deputado estadual Ezequiel Ferreira (PMDB), precisa de quadros para refazer o
estafe administrativo da Assembléia Legislativa, Fábio só lhe tem apresentado
nomes que, semanas depois de empossados, recebem muitos elogios pela
competência no preenchimento dos casos.
O sucesso alcançado longe de casa
pelos seus indicados lembra ainda o fato de que, sem procuração ou nomeação de
Robinson, Fábio Dantas tem sido o melhor interlocutor que faz a interface entre
o Governador e a Assembléia Legislativa, o que também explica a receptividade
de Ezequiel aos nomes que ele oferece à casa.
Ao mesmo tempo, porém, a eficácia
com que Fábio Dantas costura nos bastidores da Assembléia Legislativa apoios
parlamentares a Robinson reforça a tese da ingratidão com que, sob pressão do
filho, o Governador estaria pagando a seu companheiro de chapa.
...da posse da campanha, devido a jogadas do primeiro-filho Fábio Faria. |
O fulcro do problema é a disputa
por espaços no poder executivo. Arvorando-se em informações privilegiadas,
Fabio Faria vem sistematicamente conquistando para seus jabutis cargos para os
quais o xará Dantas tem indicado aliados. O pior é que em muitos casos ele
atropela o aliado com nomes de adversários deste em municípios em que colidem
eleitoralmente no Agreste, região em que têm maior força as famílias do
Governador e do Vice-governador.
Este tipo de utilização do cargo
de primeiro filho expõe Fábio a uma comparação deprimente com o xará Dantas.
Aliados de Robinson dizem que Fábio Dantas tem oferecido nomes de competência comprovada
para ocuparem cargos de projeção em outros poderes, sem direito sequer a ser
acusado de praticar o nepotismo cruzado, porque não tem no executivo qualquer
espaço onde alojar contrapartidas.
Enquanto isto, o xará Faria seria
o responsável pelas nomeações que criaram problemas na administração do pai, do
Departamento Estadual de Trânsito (Detran) às secretarias de Planejamento e de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio, passando pela do Turismo, cujo titular
só pensaria no segmento que representa no “trade” setorial, o da hotelaria
instalada na Via Costeira, torpedeando iniciativas que não o beneficiam
diretamente.
Segundo políticos de todas as correntes,
Robinson não teria conquistado o governo se Fábio Dantas não o coadjuvasse,
pois este responde por todo o esforço de atração de não aliados para o palanque
de ambos, notadamente na passagem do primeiro para o segundo turno da sucessão
na Governadoria. Na mesma época, Fábio Faria descansava do esforço que
empreendeu no primeiro turno com o objetivo de reconquistar seu mandato na
câmara federal. O filho, entretanto, tem uma ascendência extraordinária sobre o
pai.
==========================
Siga e recomende o Blog de
Roberto Guedes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário