terça-feira, 2 de junho de 2015

Filho leva Robinson a isolar vice-governador

Aliados acham difícil Fábio Dantas (D) e Robinson voltarem ao clima festivo...
De olho no desgaste  que las relações entre o governador Robinson Faria e o vice-governador Fábio Dantas sofreram nos últimos três meses, um “expert” da política potiguar salienta que o segundo é um dos quatro candidatos em sua faixa que mais ajudaram o cabeça de chapa. Os outros dois vice-governadores que mais ajudaram foram Iberê Ferreira de Souza na última condução da atual vice-prefeita Wilma de Faria ao Palácio Potengí, em 2006, e monsenhor Walfredo Gurgel, que teria sido mais votado do que o cabeça da chapa, Aluizio Alves, na histórica eleição de 1960. E não menos importante foi Garibaldi Alves, pai, cuja presença na chapa encabeçada por Geraldo Melo garantiu o aval de todo o PMDB à candidatura deste em 1986.  
Em lances objetivos da ciência política, o atual Vice-governador não seria, portanto, um nome a se jogar fora e muito menos a empurrar para os braços dos adversários do chefe do executivo. Fábio, entretanto, sofre há meses com um esforço de fogo amigo no sentido de escanteá-lo. Iniciado na área pontificada pelo deputado federal Fábio Faria, primogênito e liderado de Robinson no PSD, o movimento já afastou muito o Governador do segundo nome na linha de sua sucessão no poder.
Pelo que admitiu há poucos dias numa roda de amigos, Fábio Dantas não emplaca ninguém na equipe de Robinson. Ele tem escapado ao conseguir espaços para seus aliados em espaços de outros poderes. Na Assembléia Legislativa, por exemplo. 
Reconhecida por gregos, troianos e macaibenses, a competência que Dantas esbanja lembra a sapiência de seu avô materno, o saudoso prefeito e deputado Waldemar Veras, de Alexandria, na "Tromba do Elefante". E aumenta as interrogações sobre a origem do esgarçamento da sua relação com Robinson.   
Habilidades
Esposo da deputada Cristiane Dantas, sua liderada no PCdoB, o Vice-governador adotou uma estratégia de mérito para ocupar espaços no parlamento. Sabendo que o presidente da casa, deputado estadual Ezequiel Ferreira (PMDB), precisa de quadros para refazer o estafe administrativo da Assembléia Legislativa, Fábio só lhe tem apresentado nomes que, semanas depois de empossados, recebem muitos elogios pela competência no preenchimento dos casos.  
O sucesso alcançado longe de casa pelos seus indicados lembra ainda o fato de que, sem procuração ou nomeação de Robinson, Fábio Dantas tem sido o melhor interlocutor que faz a interface entre o Governador e a Assembléia Legislativa, o que também explica a receptividade de Ezequiel aos nomes que ele oferece à casa.   
Ao mesmo tempo, porém, a eficácia com que Fábio Dantas costura nos bastidores da Assembléia Legislativa apoios parlamentares a Robinson reforça a tese da ingratidão com que, sob pressão do filho, o Governador estaria pagando a seu companheiro de chapa.
...da posse da campanha, devido a jogadas do primeiro-filho Fábio Faria.
O fulcro do problema é a disputa por espaços no poder executivo. Arvorando-se em informações privilegiadas, Fabio Faria vem sistematicamente conquistando para seus jabutis cargos para os quais o xará Dantas tem indicado aliados. O pior é que em muitos casos ele atropela o aliado com nomes de adversários deste em municípios em que colidem eleitoralmente no Agreste, região em que têm maior força as famílias do Governador e do Vice-governador.
Este tipo de utilização do cargo de primeiro filho expõe Fábio a uma comparação deprimente com o xará Dantas. Aliados de Robinson dizem que Fábio Dantas tem oferecido nomes de competência comprovada para ocuparem cargos de projeção em outros poderes, sem direito sequer a ser acusado de praticar o nepotismo cruzado, porque não tem no executivo qualquer espaço onde alojar contrapartidas.
Enquanto isto, o xará Faria seria o responsável pelas nomeações que criaram problemas na administração do pai, do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) às secretarias de Planejamento e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, passando pela do Turismo, cujo titular só pensaria no segmento que representa no “trade” setorial, o da hotelaria instalada na Via Costeira, torpedeando iniciativas que não o beneficiam diretamente. 
Segundo políticos de todas as correntes, Robinson não teria conquistado o governo se Fábio Dantas não o coadjuvasse, pois este responde por todo o esforço de atração de não aliados para o palanque de ambos, notadamente na passagem do primeiro para o segundo turno da sucessão na Governadoria. Na mesma época, Fábio Faria descansava do esforço que empreendeu no primeiro turno com o objetivo de reconquistar seu mandato na câmara federal. O filho, entretanto, tem uma ascendência extraordinária sobre o pai.
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