Robinson, com Kassab: sem ter o que comemorar para o Rio Grande do Norte. |
O governador Robinson Faria deverá
apresentar nesta segunda-feira, 1°, hoje, ou no máximo amanhã, em Natal, um
depoimento capaz de refletir o insucesso da turnê que fez na semana passada por
gabinetes ministeriais e parlamentares, em Brasília, quando rodou o pires da
pobreza do poder executivo estadual ao lado de mais de 140 prefeitos do Rio
Grande do Norte.
Assessores querem que ele conte a verdade
para seu silêncio não alimentar a impressão equivocada de que o convescote com
os prefeitos rendeu alguma coisa para o Estado e para os municípios. Ele se
contrapõe, achando que a viagem foi um sucesso, no mínimo promissora, embora
não tenha resultados palpáveis a mostrar e muito menos justificar a cara de alegria que ele compartilhou ao bater palmas com o ministro das Cidades, ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente nacional de seu partido, o PSD, num evento que não tilintou nada para esta unidade federativa.
Nem
Kassab, nem Fátima
Segundo colaboradores de Robinson, ele não
conseguiu absolutamente nenhuma das ajudas relevantes que esperava receber na
ofensiva, que para os prefeitos teve um ganho extra em detrimento dos reais
interesses de seus munícipes: forçaram a bancada federal do Rio Grande do Norte
a se comprometer, à unanimidade, com um projeto de ampliação do
mandato de
administradores municipais.
Robinson esperava adotar como trampolim
para o sucesso das visitas uma audiência que havia agendado com o ministro das
Cidades, o ex-prefeito Gilbeto Kassab, de São Paulo, que preside o diretório
nacional de seu partido, o PSD. Para sua tristeza, porém, o desembarque do
Governador em Brasília ocorreu exatamente no dia em que a presidanta Dilma
Rousseff emplacou o pior corte orçamentário à União. A pasta de Kassab foi a
mais atingida.
Paralelamente, não lhe ajudou em nada a
senadora Fátima Bezerra (PT), que desde sua eleição, em outubro de 2014,
anunciava transformar-se em sucessora do atual ministro do Turismo, ex-deputado
federal Henrique Eduardo Alves, presidente do PMDB potiguar, como cavadora de
soluções para o Rio Grande do Norte no Palácio do Planalto. Ela não conseguiu
abrir na semana passada qualquer torneira para o erário potiguar, para
satisfação dos acólitos de Robinson que preferem vê-lo se rearticular com
Henrique Eduardo.
Migalha
em Natal
Longe de significar recebimento, o evento
mais marcante que o Governador liderou no Distrito Federal foi uma doação do
executivo potiguar, a inauguração do escritório da Federação dos Municípios do
Rio Grande do Norte (Femurn) em Brasília. Presidida pelo prefeito Francisco
José da Silveira Júnior, de Mossoró, correligionário que ajudou Robinson
decisivamente a conquistar a chefia do executivo potiguar, a entidade passou a
ocupar uma sala da sede da representação do governo do Rio Grande do Norte na
corte nacional, no edifício Oscar Niemeyer.
Cumprindo assim uma agenda enfiascada,
seria natural que Robinson retornasse no maior silêncio do mundo a Natal, onde
ainda esperava levantar o moral ao presidir uma audiência em que o ministério
da Integração Nacional transferiria duzentos milhões de reais ao executivo
potiguar.
Para seu azar, o ministro da Integração
Nacional, advogado e economiário Gilberto Occhi, frustrou técnicos e
autoridades que participaram do evento natalense, um encontro sobre o combate à
seca no Nordeste brasileiro que liderou nesta sexta-feira, 29, ontem, na Escola
de Governo, no Centro Administrativo do executivo estadual.
Ele não havia trazido nem 10% dos duzentos
milhões de reais. Occhi, que prefeitos potiguares mencionam como “Ôco”, só
liberou quatro milhões de reais, deixando 196 milhões para quando Deus quiser.
Participantes do dia a dia no Centro
Administrativo dizem que a raiva assomou tanto em Robinson que prontamente ele
decidiu não mais acompanhar Gilberto Occhi a Mossoró, onde participariam de um
evento imperdível para qualquer outro governante potiguar, um seminário em que
a União, mesmo sem credibilidade, anunciaria que no máximo em dois anos trará
ao Oeste potiguar a água do rio São Francisco. Outras fontes asseguram que a
decisão foi alicerçada também pela certeza de que, com duzentos milhões de
reais à sua mão, ou não, populares estavam se preparando para vaiar o
Governador em Mossoró.
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