Vendo as vendas
declinarem na véspera do “Dia dos Namorados”, o Natal Shopping Center ver se
ampliar sua colisão em duas frentes, contra lojistas potiguares, que ô vêem preteri-lo
em favor de concorrentes de fora, e conta os donos de automóveis que reagem ao
aumento da tarifa do estacionamento vizinho à praça de alimentação.
Praça da alimentação vazia na véspera do "Dia dos Namorados". |
Enquanto vê sua praça de alimentação se
esvaziar corrosivamente em decorrência do erro que cometeu ao elevar em 66% a
tarifa do estacionamento de veículos no seu parque próprio situado a poucos
metros das mesas, a direção do Natal Shopping Center começou neste meio de
semana a perceber que se alargou muito, fugindo a seu controle, o fosso que
vinha cavando há algum tempo para isolar-se de comerciantes potiguares.
Diferentemente do que esperava, ele não
conseguiu chegar a um acordo na primeira audiência, justamente a de
conciliação, em que os enfrentou pela primeira vez sob a égide do poder
judiciário norte-rio-grandense. Anunciado com antecipação pelo Blog de Roberto Guedes, o encontro foi
interrompido e a justiça marcou nova audiência, sem que sentisse nas partes a
menor intenção de ceder minimamente em busca de entendimento.
A
fundo perdidoÀ parte os erros de marketing que o Natal Shopping Center vem cometendo nos últimos tempos, que atribuem a comunicólogos sem experiência e sem noção do que sejam prejuízos, os lojistas reclamam contra uma série de dificuldades que a administração do shopping está impondo na véspera de renovar a permanência de suas empresas nos espaços comerciais da casa, e acrescentam os erros que sua estratégia lhes causam topicamente – o mais recente é, justamente, a elevação da taxa do estacionamento situado no piso inferior do estabelecimento.
A pior demonstração do insucesso da
iniciativa se verificou nesta quinta-feira, 11, hoje, véspera do “Dia dos
Namorados”. O Natal Shopping Center investiu relativamente muito numa promoção
com o objetivo de atrair casais para suas lojas e para suas mesas, mas por
volta das 21 horas donos de restaurante deploravam o fiasco. A exemplo das
imediatamente anteriores, a noite de hoje foi de mesas vazias e cozinhas sem
demanda.
Orismar é o principal lojista que enfrenta o shopping. |
“Esse estacionamento vai quebrar a
gente”, lastimou-se em contato com o Blog
de Roberto Guedes o dono de uma casa de pasto aberta há pouco tempo na
praça, elencando o que investiu para a ocasião e viu perder-se no chamado “a
fundo perdido” e pedindo a Deus para que a noite desta sexta-feira lhe permita
recuperar pelo menos parte do prejuízo que amargou ao longo da semana.
Desqualificar
os críticos
Desde a criação do “Estacionamento VIP”
[da sigla em inglês “Very Important Person (ou Personnel)]”, na última
segunda-feira, o espaço do estacionamento, até à véspera lotado, está
literalmente vazio, e a ausência de condutores de automóveis para suas vagas se
reflete cruamente na falta de comensais às mesas da praça da alimentação.
De anteontem para cá, o Natal Shopping
Center assumiu uma atitude agressiva contra quem não aplaudiu seu erro,
passando a agredi-los. Sem conseguir reverter a rejeição da clientela ao
equívoco em que se resumiu o reajuste tarifário, qualquer que seja a
denominação que lhe dê, a empresa continua a não mostrar o menor lampejo de
interesse em buscar a verdade dos fatos e a correção de seu rumo.
Pelo contrário, a direção do Natal
Shopping Center resolveu endurecer.
Negou diálogo na audiência de conciliação,
agravando o conflito com os lojistas, e passou a mobilizar mercenários de
mídias sociais para torpedearem as críticas ao reajuste tarifário. Facilmente
identificados pelas relações profissionais e espúrias que mantêm com o Natal
Shopping, os agentes a soldo mais expõem o erro.
Eles simplesmente deixaram de defender o
reajuste, mesmo podendo utilizar a tese desonesta de que simplesmente a empresa
passou a cobrar por um serviço e um espaço novos, se bem que este seja o mesmo,
exceto porque menor, que abriga automóveis desde a inauguração do Natal
Shopping Center, há 22 anos. Diante da fragilidade dos seus argumentos,
passaram simplesmente a tentar desqualificar os críticos - inclusive, é claro,
o profissional de imprensa que tenha noticiado o erro e suas consquências.
Lojistas torcem para que líderes como Afrânio (E),... |
Quanto a esta superposição de erro de estratégia
empresarial ou de marketing, como querem os mercenários a serviço do Natal
Shopping Center, não há muito o que dizer, porquanto o esvaziamento do
estacionamento e da praça da alimentação se tornaram auto-explicáveis. Com esta
característica, os dois esvaziamentos deveriam bastar para sepultar a vaidade
dos estrategistas do afundamento. Pior é o endurecimento do silêncio em face
dos lojistas.
Expulsar
os natalenses
Da ausência de conciliação de anteontem
eles cogitam de partir para uma ofensiva legal mais complexa e capaz de criar
problemas para o shopping center.
...Amaury Fonseca, da Toli,.... |
“Nos próximos dias serão feitas perícias
nos documentos e situação de cada loja para uma nova audiência”, disse o
empresário Orismar Carlos de Almeida, um dos líderes da Câmara de Dirigentes
Lojistas (CDL) de Natal, cujo conselho deliberativo preside, e do grupo que
resolveu enfrentar o Natal Shopping. “Muitos lojistas estão preocupados com o
aumento de custos para permanência”, salientou, remetendo a questão para a
necessidade do levantamento em documentos contábeis.
“Os contratos de locação são de cinco
anos, e quando chegam aos últimos seis meses é o período de início de
tratativas da renovação, que desta vez está prejudicando os empresários de
lojas satélites com aumento de custos e empecilhos burocráticos”, explicou
Orismar, remetendo para uma questão ainda mais grave que emprejuíza natalenses.
Há tempos o Natal Shopping Center
procura livrar-se deles para entregar os espaços que ocupam a empresas que
atrai de outras regiões. Orismar salienta que os colegas natalenses vêem
discriminação contra eles na conduta do centro comercial, pertencente a um
grupo sediado no centro-sul do país.
Rever
contas e contratos
Observando, com base no Direito
Comercial, que as ações renovatórias de contrato são um direito dos lojistas já
instalados, ele diz que os colegas natalenses, incluindo donos de franquias, enfrentam
muito mais dificuldades do que os que o próprio Natal Shopping Center traz do
centro-sul do país.
Segundo outro lojistas, o Natal Shopping
Center adota um tratamento diferenciado em relação às lojas âncoras. Mesmo esta
discriminação, porém, é radicalmente discriminatória. Lojas âncoras potiguares
recebem tratamento pior do que as que o centro comercial conseguiu trazer de
outras regiões. É o caso da Riocenter, cujo proprietário, empresário Sérgio
Alcides de Araújo, ajuizou ação cobrando enorme indenização porque os gestores
do Natal Shopping Center dificultaram o quanto puderam a reabertura de sua
loja, na entrada do estabelecimento, pertinho da BR 101.
Troca-se
banco por padaria
...Flávio Alcides Araújo, da Riocenter,... |
Até mesmo inquilinos governamentais
estão sendo acicatados em benefício de clientes privados dos gestores do Natal
Shopping em cerca de vinte centros semelhantes que operam em todo o país. Os
gestores dificultaram tanto a renovação do contrato de locação com o Banco do
Brasil que este simplesmente decidiu fechar a agência que mantém no centro
comercial.
O pior desse outro equívoco é que o
Natal Shopping procurou na hora errada bancos privados para sucederem ao
governamental. Em decorrência resolveu esquecer a qualificação que o ponto
comercial consolidou ao longo de mais de vinte anos. Assim, passou a oferecer a
vaga a qualquer potencial inquilino.
Terminou trocando banco por padaria. Em
decorrência do seu erro, de fato, uma empresa do setor de alimentos recebe
insistentes convites para se instalar no local do Banco do Brasil. Enquanto
isto, o banco estatal reinstala sua agência num trecho à margem da BR 101 em
Neópolis, onde compartilhará com a Caixa Econômica o que mencionam como “quadra
dos bancos”.
A saída do Banco do Brasil, a propósito,
criou uma dificuldade a mais para os lojistas da praça da alimentação do Natal
Shopping Center. Vendo que a casa bancária, verdadeiro símbolo da solidez do
capitalismo de Estado no hemisfério latino-americano, não resistiu à pressão do
Natal Shopping Center, eles dizem que não podem enfrentar o centro comercial e
preparam-se para minimizar os prejuízos na hora de também tentar deixar o
local.
Líderes
têm força
...e Ricardo Abreu, da Mister Pizza, os defendam e liderem, mobilizando também as entidades de representação do comércio potiguar contra o shopping. |
A saída do Banco do Brasil, a propósito,
criou uma dificuldade a mais para os lojistas da praça da alimentação do Natal
Shopping Center. Vendo que a casa bancária, verdadeiro símbolo da solidez do
capitalismo de Estado no hemisfério latino-americano, não resistiu à pressão do
Natal Shopping Center, eles dizem que não podem enfrentar o centro comercial e
preparam-se para minimizar os prejuízos na hora de também tentar deixar o
local. Eles gostariam que líderes fortes presentes ao cotidiano do centro
comercial os defendessem e os liderassem contra os erros com que o
estabelecimento os prejudica.
A exemplo dos funcionários de suas
lojas, todos os comerciantes que têm conversado com o Blog de Roberto Guedes pedem sigilo da fonte porque não vêem como
enfrentar o Natal Shopping Center. Todos lastimam a inexistência de uma
associação de lojistas ligados ao estabelecimento, algo que funciona em outras
capitais, assim como deploram o fato de os comerciários mobilizados no local
nunca terem constituído um sindicato próprio. E torcem para que as entidades de
representação do comércio abrace sua causa.
Já na noite de hoje alguns vibraram ao
ver que Orismar Carlos está enfrentando o que simbolicamente lhes lembra o
Golias derrubado por David. Ainda bem para eles, como dizem, que um dos líderes
do empresariado potiguar do setor de comércio está enfrentando o Natal Shopping
Center, dizem, deplorando o fato de outros líderes locais do segmento não se
exporem como Orismar.
Pequenos acham que se os grandes lojistas se unirem e os liderarem, o estacionamento vizinho à praça da alimentação voltará a se encher. |
Como citam, entre os donos de lojas no
centro comercial destacam-se Afrânio Miranda, presidente da Federação dos das
Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Norte (FCDL) e vice-presidente
da Federação do Comércio, e pelo menos três ex-presidentes da CDL desta
capital. São eles Amaury Fonseca, dono da rede de lojas Toli, George Ramalho
Vieira, que comanda várias marcas, e Ricardo Abreu, franqueado local da rede
Mister Pizza e, principalmente, dirigente de uma das maiores corretoras de
imóveis do Nordeste.
Por último, lembram Flávio Alcides, que
há mais tempo se destaca na cúpulas das entidades de representação do comércio
potiguar, nas quais também atuou seu pai, Alcides, já falecido.
“Se esses cinco se unirem e nos ajudarem
a nos defendermos, a relação com o shopping melhorará muito”, torce um
“restaurateur” instalado no centro comercial.
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Roberto Guedes:
(Em 150611).
rsrsrsrs tão fácil resolver esta questão. Lojista,se unam e abram um shopping onde todos possam ter acesso às suas mercadorias e possam estacionar sem pagar, porque o que se compra e o que se gasta em um shopping é muito caro, para que este não ofereça sequer um estacionamento para seus clientes. É muita mesquinharia do Natal Shopping, por isso faz anos que nem entro lá, ainda não vi nem mesmo como ficou depois da reforma. Vê lá o Middleway, sempre cheio,estacionamento lotado, por quêe? Porque sabem que têm que oferecer alguma coisa em troca para que o cliente vá comprar, gastar em seu estabelecimento. É a lei da troca. Só o venha a nós e ao vosso reino, nada, não funciona mais.
ResponderExcluirVá aprender a escrever, Roberto!
ResponderExcluirO texto é muito formal. Tente informar informalmente.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns pela matéria Roberto. Esse negócio de estacionamento com manobrista num shopping em Natal é uma grande furada. Um teste bancado pelos logistas.
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