quarta-feira, 10 de junho de 2015

Natal Shopping esvaziou sua praça de alimentação

Para sofrimento dos garçons, as mesas "praça" estão vazias desde anteontem,...
Desde a tarde desta terça-feira, 9, ontem, quem mais reclama contra o aumento de mais de 60% que a administração do Natal Shopping Center impôs à tarifa de seu mais tradicional estacionamento, o situado junto à praça da alimentação, não mais são clientes, e sim proprietários e funcionários e lojas que se abrem para a em que as pessoas bebem e comem no pavimento inferior do centro comercial.
Eles dizem que jamais o local ficou subitamente tão vazio quanto nos últimos dois dias, em decorrência do reajuste, que os administradores do Natal Shopping Center procuraram mascaram como adoção de um regime diferenciado para os donos de automóveis que desejem entregá-los a manobristas em lugar de estacioná-los pessoalmente.
Assim como as lâmpadas verdes que apontam vagas no estacionamento vizinho à praça mostram que as vagas estão vazias, a iluminação interna do Natal Shopping Center mostra o quanto também estão sem ocupantes as mesas da praça da alimentação, para sofrimento dos operadores da área, que ganham proporcionalmente ao que ali é servido e vendido. 
Não sabiam
...a exemplo do estacionamento "VIP" desde a elevação da tarifa deste. 
A queixa desses operadores terminou chamando a atenção mesmo de compradores que já reclamavam contra a elevação da taxa de estacionamento de seis para dez reais a pretexto de se utilizar um serviço desnecessário. Por incrível que pareça, o Natal Shopping Center não se preocupou em explicar antecipadamente a esses trabalhadores a imposição do “plus” ao estacionamento e à sua tarifa. Garçons, cozinheiros e outros trabalhadores dos estabelecimentos da praça e mesmo funcionários da limpeza da área estão conhecendo o que houve nas conversas com os clientes.
Nessas conversas eles mostraram que imaginavam haver lei de causa e efeito entre o esvaziamento das mesas da praça da alimentação e a presença, sobre estas, de uma tendinhas de papelão que a área de marketing do estabelecimento bolou para divulgar a oferta de manobristas no estacionamento vizinho sem salientar a elevação de preço.
Sem vendas, sem comissões
Para alguns trabalhadores, foram os clientes quem lhes mostrou o liame entre a ganância da empresa maior e os danos sofridos pelas menores, revelando que efetivamente o esvaziamento no estacionamento, imposto pela imposição dos 66% de aumento à sua tarifa, é o que determina a ausência de clientes na praça da alimentação.
“Isso acaba com a gente”, deplorou um garçom.
“A gente vive de comissão, e com a praça vazia a gente não ganha nada”, lamentou o trabalhador, fazendo contas para mostrar como ganhou nada ontem e pior ainda se comparando o faturamento do dia com o da terça-feira da semana passada. 
Os depoimentos dos trabalhadores mostram que a investida inflacionária está se revelando um grande tiro pela culatra, pois nela o centro comercial não conta com o apoio de seus principais parceiros, os lojistas – antes pelo contrário.  
Aparentar outra coisa
À parte o dano econômico imposto ao consumidor, a ofensiva do centro comercial passou a se revelar uma jogada em que se faz uma coisa procurando aparentar outra.
O Natal Shopping Center quer que os clientes acostumados a usar o estacionamento inferior, que tem ligação direta com a praça da alimentação, passem a pagar para que valetes levem seus veículos por pouca distância até às vagas. E deseja que todos entendam que estão sendo beneficiados pela oferta de uma agregação de valor que ninguém enxerga, exceto as pessoas a soldo para defender o equívoco empresarial e jogar para debaixo do tapete o prejuízo que ele traz para o consumidor.
Tal iniciativa se justificaria se houvesse escassez de vagas e fosse indispensável mobilizar manobristas para conduzir os carros a estacionamentos situados longe. Fugindo do shopping
Segundo um garçom mantido sob anonimato para não atrair admoestações dos controladores do Natal Shopping, antigos clientes estão simplesmente fugindo da casa para não serem logrados.
Ele narra que amigos situados entre velhos clientes deram no meio-dia de ontem demonstrações de como condenam a a imposição do “Estacionamento VIP”, assim chamado em alusão à sigla em inglês de “Very Important Personnel”.
“Tinha muito pouca gente aqui na praça da alimentação aí eu fui para a entrada do estacionamento ver o que estava acontecendo, e vi meus clientes chegarem às porteiras eletrônicas, serem informadas sobre o ‘Estacionamento VIP’ e darem ré e sair do shopping”, narrou um garçom até hoje merecedor de toda a credibilidade. Segundo ele, os carros que saíam desse estacionamento não demonstravam que se dirigiam ao outro, situado junto à BR 101.
Conflito com lojistas
“A turma que almoçava aqui está mesmo é evitando o Natal Shopping”, assegurou, calculando o prejuízo que o “Estacionamento VIP” está impondo à praça da alimentação como um todo. Outro garçon contou que de modo geral os lojistas do centro comercial estão irritados com a direção da casa – e garantiu que o conflito é muito maior do que pensam os clientes.
Sintoma da gravidade da situação, adiantou, era o fato de para a tarde de ontem ter sido agendada uma audiência de tentativa de conciliação entre os lojistas e a Ancar, a proprietária do Natal Shopping. Liderados, ao que constava aos garçons, pelo comerciante Orismar Carlos, os comerciantes elencam várias queixas contra medidas que a administração do Natal Shopping adotou recentemente em prejuízo deles.
A penúltima tinha sido retirar-lhes arbitrariamente a gratuidade para estacionarem de graça na área de “parking” vizinha à praça da alimentação pelo menos um veículo por loja, noticiada pelo Blog de Roberto Guedes, agravada pela exigência de transferirem para a área de docagem todo movimento de carga e descarga de mercadorias e dispositivos de trabalho. Desde a inauguração do shopping center, há mais de vinte anos, a área de docas eram usadas exclusivamente por grandes caminhões.     
Afastar lojistas locais
Um pouco antes de impingir esta proibição, os empresários natalenses reclamavam contra uma política que se impunha sem que os administradores a declarassem, no sentido de fechar as lojas vinculadas a marcas locais ou controladas por franquiados potiguares, em benefício de grifes do centro-sul e franquiados que estas mandassem de lá.
Diante da forte reação que o reajuste tarifário motivou nas redes sociais, o Natal Shopping Center tem mobilizado empresas especializadas em mídias sociais com o propósito de oferecerem resistência à crítica. Em decorrência, em redes como Facebook e Twitter, começaram ontem a aparecer defensores da providência, que no máximo tentam apagar os termos “aumento” e “reajuste” dizendo que o estabelecimento apenas passou a oferecer um serviço diferenciado. Alguns dos defensores passaram a argumentar, também, que dez reais são pouca coisa, porque em São Paulo, a cidade de economia mais forte do Brasil, hoje se paga até doze reais por estacionamento.
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15 comentários:

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  3. Tiro pela culatra mesmo. Já tido como um shopping de elite, agora até seus fiéis elitistas estão fugindo...

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  8. Tudo isso que tá acontecendo é simplesmente o desajuste da nossa economia. Não existe fiscalização em nada desse país. Onde corto cabelo em menos de dois meses já aumentaram 2 vezes. descontrole total. VAI PIORAR.

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  10. Comparar a renda dos paulistas com a dos natalenses é piada... Já o novo serviço oferecido pelo shopping é falta de noção.... Como diz o ditado: quem tudo quer, nada tem!!! Olha a ganância gente!!!!

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  11. Em plena recessão majorar preços é um equivoco. Ou se ajusta a situação do Brasil , ou esta fadado a fechar as portas.

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