Para sofrimento dos garçons, as mesas "praça" estão vazias desde anteontem,... |
Eles dizem que jamais o local ficou
subitamente tão vazio quanto nos últimos dois dias, em decorrência do reajuste,
que os administradores do Natal Shopping Center procuraram mascaram como adoção
de um regime diferenciado para os donos de automóveis que desejem entregá-los a
manobristas em lugar de estacioná-los pessoalmente.
Assim como as lâmpadas verdes que
apontam vagas no estacionamento vizinho à praça mostram que as vagas estão
vazias, a iluminação interna do Natal Shopping Center mostra o quanto também
estão sem ocupantes as mesas da praça da alimentação, para sofrimento dos
operadores da área, que ganham proporcionalmente ao que ali é servido e
vendido.
Não
sabiam
...a exemplo do estacionamento "VIP" desde a elevação da tarifa deste. |
A queixa desses operadores terminou
chamando a atenção mesmo de compradores que já reclamavam contra a elevação da
taxa de estacionamento de seis para dez reais a pretexto de se utilizar um
serviço desnecessário. Por incrível que pareça, o Natal Shopping Center não se
preocupou em explicar antecipadamente a esses trabalhadores a imposição do
“plus” ao estacionamento e à sua tarifa. Garçons, cozinheiros e outros
trabalhadores dos estabelecimentos da praça e mesmo funcionários da limpeza da
área estão conhecendo o que houve nas conversas com os clientes.
Nessas conversas eles mostraram que
imaginavam haver lei de causa e efeito entre o esvaziamento das mesas da praça
da alimentação e a presença, sobre estas, de uma tendinhas de papelão que a
área de marketing do estabelecimento bolou para divulgar a oferta de
manobristas no estacionamento vizinho sem salientar a elevação de preço.
Sem
vendas, sem comissões
Para alguns trabalhadores, foram os
clientes quem lhes mostrou o liame entre a ganância da empresa maior e os danos
sofridos pelas menores, revelando que efetivamente o esvaziamento no
estacionamento, imposto pela imposição dos 66% de aumento à sua tarifa, é o que
determina a ausência de clientes na praça da alimentação.
“Isso acaba com a gente”, deplorou um
garçom.
“A gente vive de comissão, e com a praça
vazia a gente não ganha nada”, lamentou o trabalhador, fazendo contas para
mostrar como ganhou nada ontem e pior ainda se comparando o faturamento do dia
com o da terça-feira da semana passada.
Os depoimentos dos trabalhadores mostram
que a investida inflacionária está se revelando um grande tiro pela culatra,
pois nela o centro comercial não conta com o apoio de seus principais
parceiros, os lojistas – antes pelo contrário.
Aparentar
outra coisa
À parte o dano econômico imposto ao
consumidor, a ofensiva do centro comercial passou a se revelar uma jogada em
que se faz uma coisa procurando aparentar outra.
O Natal Shopping Center quer que os
clientes acostumados a usar o estacionamento inferior, que tem ligação direta
com a praça da alimentação, passem a pagar para que valetes levem seus veículos
por pouca distância até às vagas. E deseja que todos entendam que estão sendo
beneficiados pela oferta de uma agregação de valor que ninguém enxerga, exceto
as pessoas a soldo para defender o equívoco empresarial e jogar para debaixo do
tapete o prejuízo que ele traz para o consumidor.
Tal iniciativa se justificaria se
houvesse escassez de vagas e fosse indispensável mobilizar manobristas para
conduzir os carros a estacionamentos situados longe. Fugindo do shopping
Segundo um garçom mantido sob anonimato
para não atrair admoestações dos controladores do Natal Shopping, antigos
clientes estão simplesmente fugindo da casa para não serem logrados.
Ele narra que amigos situados entre
velhos clientes deram no meio-dia de ontem demonstrações de como condenam a a
imposição do “Estacionamento VIP”, assim chamado em alusão à sigla em inglês de
“Very Important Personnel”.
“Tinha muito pouca gente aqui na praça
da alimentação aí eu fui para a entrada do estacionamento ver o que estava
acontecendo, e vi meus clientes chegarem às porteiras eletrônicas, serem
informadas sobre o ‘Estacionamento VIP’ e darem ré e sair do shopping”, narrou
um garçom até hoje merecedor de toda a credibilidade. Segundo ele, os carros
que saíam desse estacionamento não demonstravam que se dirigiam ao outro,
situado junto à BR 101.
Conflito
com lojistas
“A turma que almoçava aqui está mesmo é
evitando o Natal Shopping”, assegurou, calculando o prejuízo que o
“Estacionamento VIP” está impondo à praça da alimentação como um todo. Outro
garçon contou que de modo geral os lojistas do centro comercial estão irritados
com a direção da casa – e garantiu que o conflito é muito maior do que pensam
os clientes.
Sintoma da gravidade da situação,
adiantou, era o fato de para a tarde de ontem ter sido agendada uma audiência
de tentativa de conciliação entre os lojistas e a Ancar, a proprietária do
Natal Shopping. Liderados, ao que constava aos garçons, pelo comerciante
Orismar Carlos, os comerciantes elencam várias queixas contra medidas que a
administração do Natal Shopping adotou recentemente em prejuízo deles.
A penúltima tinha sido retirar-lhes
arbitrariamente a gratuidade para estacionarem de graça na área de “parking”
vizinha à praça da alimentação pelo menos um veículo por loja, noticiada pelo Blog de Roberto Guedes, agravada pela
exigência de transferirem para a área de docagem todo movimento de carga e
descarga de mercadorias e dispositivos de trabalho. Desde a inauguração do
shopping center, há mais de vinte anos, a área de docas eram usadas
exclusivamente por grandes caminhões.
Afastar
lojistas locais
Um pouco antes de impingir esta
proibição, os empresários natalenses reclamavam contra uma política que se
impunha sem que os administradores a declarassem, no sentido de fechar as lojas
vinculadas a marcas locais ou controladas por franquiados potiguares, em
benefício de grifes do centro-sul e franquiados que estas mandassem de lá.
Diante da forte reação que o reajuste
tarifário motivou nas redes sociais, o Natal Shopping Center tem mobilizado
empresas especializadas em mídias sociais com o propósito de oferecerem
resistência à crítica. Em decorrência, em redes como Facebook e Twitter,
começaram ontem a aparecer defensores da providência, que no máximo tentam
apagar os termos “aumento” e “reajuste” dizendo que o estabelecimento apenas
passou a oferecer um serviço diferenciado. Alguns dos defensores passaram a
argumentar, também, que dez reais são pouca coisa, porque em São Paulo, a
cidade de economia mais forte do Brasil, hoje se paga até doze reais por
estacionamento.
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ResponderExcluirTiro pela culatra mesmo. Já tido como um shopping de elite, agora até seus fiéis elitistas estão fugindo...
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ResponderExcluirContrate *
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ResponderExcluirTudo isso que tá acontecendo é simplesmente o desajuste da nossa economia. Não existe fiscalização em nada desse país. Onde corto cabelo em menos de dois meses já aumentaram 2 vezes. descontrole total. VAI PIORAR.
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ResponderExcluirComparar a renda dos paulistas com a dos natalenses é piada... Já o novo serviço oferecido pelo shopping é falta de noção.... Como diz o ditado: quem tudo quer, nada tem!!! Olha a ganância gente!!!!
ResponderExcluirEm plena recessão majorar preços é um equivoco. Ou se ajusta a situação do Brasil , ou esta fadado a fechar as portas.
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