Todos os pilotos de projetos de
candidaturas próprias à sucessão do prefeito Roberto Germano passaram a
condicionar seus planos à efetivação da entrada do deputado estadual Vivaldo
Costa (Pros) na disputa. O maior obstáculo que o parlamentar enfrenta são
restrições opostas por irmãos, que sonham com voltarem à prefeitura e temem que
seu verdadeiro objetivo seja entregar o governo municipal ao vereador Nildson
Dantas, a quem não querem ver nem em sonho, ou pesadelo.
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ROBERTO GUEDES
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De repente a candidatura de
Vivaldo Costa a prefeito de Caicó se transformou em pedra angular da sucessão
do prefeito Roberto Germano. Todos os projetos de candidatura passaram a tê-la
como a primeira referência, a favor ou contra. Velhos adversários, como seu
colega Álvaro Dias (PMDB), querem enfrentá-lo nas urnas para restaurarem a
dicotomia que reinou ali durante décadas, desde os tempos de “perrés” e
“pelabuxos”, e correligionários tentam vê-la como única capaz de reunir parceiros
que nos últimos anos adotaram rumos diferentes.
Sua força deverá se projetar
melhor em direção a outras regiões do Rio Grande do Norte neste final de mês,
quando a tradicional festa de Santana atrairá gente de todos os quadrantes para
Caicó. Em ano pré-eleitoral, o que mais se destaca entre os acontecimentos da
festa são, exatamente, fatos que indicam tendências do eleitorado local,
notadamente pela capacidade de persuadirem leitores residentes em Natal e em
outros centros urbanos distantes do município.
Vereador atrapalha
O maior obstáculo que se opõe à
consolidação da pré-candidatura como base para a disputa em torno da sucessão
do prefeito Roberto Germano reside no fato de parentes de Vivaldo não se animarem
a subscrevê-la. Alguns se opõem porque querem pilotar a candidatura. É o caso
do ex-prefeito Bibí Costa, o caçula dos seus irmãos, que ainda conta com força
eleitoral que remanesce de sua gestão. Segundo consta, o engenheiro e
ex-deputado e ex-prefeito Vidalvo, o “Dadá”, mais longe de força residual
própria, também sonha em retornar ao governo caicoense, precisando para isto
que Vivaldo se abstenha de disputá-lo.
Ambições pessoais à parte, porém,
uma parte da família apenas teme que, consolidando-se na cabeça de chapa, Vivaldo
force a barra para candidatar o vereador Nildson Dantas, seu aliado – e unicamente
seu - a quem os outros filhos dos saudosos Pretinho e Santa Costa, pais do
parlamentar, não querem ver nem a quilômetros de distância.
Segundo eles, nessa amizade
Vivaldo só dá, sem retorno, fazendo tudo pelo edil, pois Nildson já emitiu algumas
das declarações publicas que mais prejudicaram projetos do parlamentar, coisa
que nem desafetos, mais do que adversários e concorrentes de Vivaldo, ousaram
erigir contra ele.
Rejeição
Vivaldo já se certificou dessa
rejeição ao procurar, um a um, os irmãos de sangue, dizendo-lhes que seu sonho
é encerrar a carreira política como prefeito. Todos lhe devolveram a mesma
resposta, rejeitando uma candidatura de Nildson a vice-prefeito. A mais cruenta
das respostas teria partido de “Dadá”. Este lembrou-lhe o risco de ser
rejeitado em decorrência da interrupção do mandato.
Aludiu então ao fato de há alguns
anos, Vivaldo ter enfrentado um verdadeiro inferno astral, ou eleitoral, em
função de interrupção de mandato. Transformando vinho em vinagre, nunca mais
restaurou a força da química anterior, a relação que mantinha com o eleitorado
de Caicó.
Honrar o mandato
Depois de ter sido governador e
quando estava em seu segundo mandato na prefeitura, Vivaldo se aventurou a
desembarcar na câmara federal e o eleitorado caicoense reprovou sua renúncia no
meio do mandato executivo, recusando-lhe a votação necessária para passar a ser
o novo deputado federal do Seridó. Depois disso, só chegou a mandato como
suplente. Sua nova efetivação no parlamento potiguar, em junho último, deveria,
na visão do irmão, ser muito mais considerada.
Segundo Dadá, o eleitorado vinha
se solidarizando com Vivaldo desde outubro do ano passado, quando ele não
conseguiu reconquistar sua ancestral cadeira na Assembléia Legislativa, e se
regozijou agora ao vê-lo assumir a titularidade do mandato do jornalista Agnelo
Alves, ex-prefeito de Parnamirim, a despeito de sua ascensão haver decorrido do
falecimento deste.
“Com o mandato novamente na mão,
o caicoense deseja que Vivaldo o exerça plenamente e se consolide outra vez
como representante do Seridó na Assembléia Legislativa”, diz Dadá, achando que
ao se aproximar do octogésimo aniversário o irmão deveria tentar manter-se no
parlamento.
Ajudar adversários
Se insistir na candidatura
majoritária, prossegue Dadá, Vivaldo fará o jogo dos adversários, porque se
tornará presa tão fácil no pleito municipal quanto o atual ministro do Turismo,
ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves, presidente regional do PMDB, o foi
na sucessão da então governadora Rosalba Ciarlini, em 2.014.
“O povo nem saberá a quem terá
entregue a administração municipal, mas terá certeza de que impediu a eleição
de Vivaldo e principalmente de Nildson, o nome que procuraria eleger na
sombra”, diz um vereador caicoense ainda evitando se identificar para não
atrair querelas fora de hora e de lugar em plena véspera da edição deste ano da
“Festa de Santana”, de longe, muito longe, o maior encontro de conterrâneos no
Seridó. A festa está em pleno transcurso e seu ponto alto será o “Baile dos Coroas”.
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