quarta-feira, 29 de julho de 2015

Robinson já queima Mineiro, como fez com José Dias e Gesane

Ao restaurar o diálogo com o PT, o governador Robinson Faria fez questão de mostrar que seu interlocutor na legenda é a senadora Fátima Bezerra, a quem não atendeu nos primeiros quatro meses de mandato para favorecer ao deputado estadual Fernando Mineiro. Esta manobra faz parte da desconstrução da candidatura de Mineiro a prefeito, que Robinson lançou prematuramente em dezembro último. A estratégia o fez oferecer a candidatura a vários outros políticos.
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Preterido, depois de preferido pelo Governador, Mineiro
agora tem direito a assistir aos afagos de Robinson e Fátima.
ROBERTO GUEDES
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O deputado estadual Fernando Mineiro, líder do governo Robinson Faria na Assembléia Legislativa, começa a despertar entre colegas de parlamento solidariedade em face do escanteamento que, na visão destes, lhe tem sido imposto pelo chefe do executivo potiguar.
Citando fatos, eles dizem que Robinson está “fritando” Mineiro da mesma forma como torrou o deputado estadual José Dias, em janeiro último, levando-o a abrir mão da liderança situacionista na Assembléia Legislativa. Alguns dizem que não se surpreenderão se subitamente o parlamentar abdicar da liderança situacionista.
O procedimento é o mesmo que Robinson teria empregado no ano passado com relação à então deputada Gesane Marinho, forçando-a a abdicar da candidatura à reeleição porque ele teria arrostado todo o seu prestígio numa nova proposta concorrente, a que entregou uma cadeira do senado potiguar ao médico Galeno Torquato, ex-prefeito de São Miguel, na “Tromba do Elefante”. Galeno, coincidentemente, é nome muito citado entre os colegas como o mais forte candidato à sucessão de Mineiro na liderança do governo.   
Reabilitando Fátima
No tocante a Mineiro, os deputados apresentam pelo menos dois fatos que expõem sua queimação nos ambientes palacianos, malgrado a certeza de que a simples divulgação de qualquer notícia a este respeito leve Robinson a procurar mostrar que tudo está bem entre ele e o parlamentar.
Como dizem, Mineiro está sendo queimado “por dentro e por fora”, porque a estratégia aparentemente adotada pelo Governador não apenas o enfraquece aos olhos externos ao PT. Ele o esvazia e destitui como seu interlocutor número 1 na legenda.
Um fato que emergiu na semana passada para reforçar a tese da queimação de Mineiro foi a sucessão de conversas que Robinson manteve com o deputado e com a senadora Fátima Bezerra, com quem ele emula no âmbito interno do PT. O Governador fez questão de divulgar a informação de que estava investindo numa reinserção do partido em seu grupo político, como se o fato de o líder da situação ser petista e a presença de quatro integrantes da legenda em seu secretariado não dissessem que a inserção preexistia.
Para piorar a situação de Mineiro, Robinson ainda divulgou que conversaria em separado com Fátima e com o Deputado, como que investe no dissenso para aparecer em seguida como costurador de um consenso que a recalcitrância de alguém estava atrapalhando. Ao cabo, divulgou a conciliação de ambos sob sua liderança. Nos quatro primeiros meses de governo, ele passou como um trator por cima de todas as reivindicações que Fátima lhe apresentou porque colidiam com as preferências de Mineiro. Graças ao pisoteio do Governador sobre a Senadora, Mineiro emplacou todas as nomeações de secretário de Estado que disputou com Fátima. Hoje, na visão dos deputados, quem está na parte superior da gangorra é ela.       
Robério é o nome que R obinson gostaria de candidatar em Natal.
Outro episódio que expõe o enfraquecimento do parlamentar junto ao Governador tanto quanto a reabilitação de Fátima é o fato de Robinson viver procurando um candidato para prefeito de Natal.
Esvaziando a candidatura
Os deputados elencam a sucessão de conversas que Robinson manteve nas últimas semanas com expoentes de diferentes partidos aos quais tem oferecido a candidatura a prefeito de Natal, em detrimento de Mineiro. Robinson lançou Mineiro como seu candidato à sucessão do seu amigo Carlos Eduardo Alves à frente do governo da capital, peremptoriamente, ainda em dezembro de 2014, entre suas eleição e posse. Este procedimento esvaziou mais a candidatura de Mineiro do que o fato de ela não decolar nas pesquisas eleitorais, dizem os parlamentares.  
Garantidamente, Robinson já convidou para serem “o” seu candidato, e não “mais um dos seus candidatos”, ao deputado estadual Kelps Lima e ao advogado Luizs Gomes, presidentes regionais do SDS e do PEN, e ao vereador Luiz Almir Filgueira Magalhães, que comanda o PV em Natal.
Há quem diga que ele também a propôs, pessoalmente ou por intermédio de interposta pessoa, à vice-prefeita Wilma de Faria, a ex-governadora que comanda o PSB no Estado, e com certeza ele ofereceu a candidatura ao engenheiro Robério Paulino Rodrigues, que tende a entrar na disputa pelo Psol e sem o aval da Governadoria.  
Observando que Mineiro já jogou a toalha de sua candidatura ao declarar, há poucos dias, que não é o candidato do PT a prefeito, os outros deputados se dividem quanto ao merecimento. Alguns acham que Mineiro não merecia ser triturado pelo Governador depois de lhe dar inúmeras demonstrações de lealdade. Outros, porém, o criticam porque não se irresignou quando Robinson apontou para José Dias a porta de saída do grupo que integravam.
Como diz um colega, “Mineiro sabia o que espera quem ajuda Robinson”.
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