quarta-feira, 29 de julho de 2015

Natal já pede água da fonte de Pureza

Um colapso do abatecimento d’água pode mesmo se impor a Natal em 2015. E enquanto as autoridades parecem dormir no ponto, natalenses temem a adoção a toque de caixa do racionamento que incomoda moradores de Campina Grande, na Paraíba, a um pouco menos aos do Seridó potiguar, ou rodízios, de triste memória no Rio Grande do Norte. Eles propõem que o governador Robinson Faria implante logo uma adutora de engate rápido para fortalecer a oferta e mitigar a sede em Natal com água da barragem de Pureza, no Mato Grande.
Alertados pelo conselho de Paulo Varela, no sentido de o Rio Grande
do Norte economizar água ao máximo,...
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ROBERTO GUEDES
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As chuvas que molharam a região metropolitana potiguar nos últimos dias não se mostraram capazes de tranqüilizar alguns de seus moradores quanto a uma perspectiva que os vêm preocupando há tempos. Segundo advertem, a exemplo do que acontece desde 2014 com a “Grande São Paulo”, Natal e seu entorno correm o risco de enfrentar uma forte escassez de água a curto ou médio prazo.
Expoentes do grupo fixam até um período no calendário solar, achando que a Companhia de Águas e Esgotos (Caern) adotará um drástico esquema de racionamento ainda em 2015, a exemplo do que fez há poucas semanas no Seridó, ou de rodízio, que o Rio Grande do Norte experimentou há poucas décadas.
Todos convergem para um ponto: urge começar a tocar o projeto de construção de uma grande adutora visando trazer para Natal boa parte da água que emerge através da fonte de Pureza, na cidade homônima, no encontro entre o vale do Ceará Mirim e a região do Mato Grande.
Dia sim, dia não
A imensa maioria do volume liberado pela fonte de Pureza se encaminha para o oceano Atlântico através do rio Maxaranguape. Diante da urgência quanto a trazer uma boa parte dela para a região metropolitana, natalenses que se preocupam com o problema pedem que o governador Robinson Faria adote logo uma adutora “de engate rápido”, para evitar que o colapso do sistema aconteça já este ano.  
Enquanto as autoridades dormem quanto a esta necessidade, a população se assombra com a perspectiva de ter água em casa dia sim, dia não, como acontece em grande parte do Seridó.
Embora mais leve do que o paraibano, o modelo seridoense se inspira no que a Agência Nacional de Águas (Ana) fez adotar em Campina Grande, onde o líquido chega às torneiras apenas durante quatro dias por semana.
Sua preocupação se baseia também num conselho que o geólogo Paulo Varela, ex-presidente da Ana e ex-secretário de Recursos Hídricos do governo potiguar, transmitiu nesta segunda-feira, 27, anteontem, aos conterrâneos. Diante da escassez de chuvas e de informações exógenas, como a que prevê inverno fraco no Nordeste brasileiro em decorrência do desempenho previsto para o fenômeno “El Ninho”, no Oceano Pacífico, Varela mandou “economizar água”, “economizar água” e “economizar água”. O caminho mais indicado é o do racionamento.
Dois dias a seco
Adotada experimentalmente, a aplicação do racionamento no Seridó ensejou à empresa uma economia de cerca de 52 milhões de litros d’água por semana, conforme relatório entregue recentemente ao deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza (PMDB), responsável por um movimento iniciado há poucos dias no parlamento potiguar em busca de soluções para a crise hídrica que se instalou na região.
Deixando os municípios dois dias sem receber o líquido, o racionamento parece estar sendo a única medida capaz de evitar o colapso total no abastecimento em certas regiões que no Rio Grande do Norte sofrem mais duramente os efeitos da estiagem instalada no Nordeste há alguns anos.
Não há como melhorar a expectativa, vez que as previsões de chuvas feitas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), no tocante ao Rio Grande do Norte, e pelo governo federal em relação a todo o Nordeste intranqüilizam os técnicos da área.
Pouco investimento
Todas as considerações a respeito devem partir do princípio de que a região metropolitana potiguar abriga em nove municípios nada menos do que 49% da população total do Estado.
Observe-se que, segundo a Ana, o Rio Grande do Norte não prevê investimentos na ampliação da oferta do líquido em 59 dos 167 municípios aqui sediados.
....natalenses querem que o Estado comece logo a trazer o líquido da
fonte de Pureza para a região metropolitana, a fim de evitar que o
abastecimento na capital sofra um colapso.
O planejamento para o Estado prevê investimentos para a adequação dos sistemas produtores de 67 sedes municipais, sendo 27 abastecidas por sistemas isolados e quarenta por sistemas integrados, e a adoção de novos mananciais em 41 municípios, predominantemente localizados no oeste do Estado, em função da conexão a novos sistemas integrados.
Rodízio
Apesar do muito que desabou sobre Natal estes dias, a situação aqui e em toda a região litorânea do Rio Grande do Norte continua sofrendo porque os mananciais locais não têm como garantir a alimentação em termos satisfatórios, o que exuma a ameaça do racionamento.
Isto já ocorreu. Em 2013, por exemplo, a Caern adotou uma política de rodízio que, se não afetou drasticamente o consumo em Natal, fez-se sentir em todos os outros municípios das regiões Metropolitana, Agreste e Trairi atendidas pela adutora Monsenhor Expedito Sobral de Medeiros.
Como naquela época, a medida pode ser tomada em decorrência do baixo volume exibido pelos principais reservatórios que abastecem a capital, as lagoas de Extremoz e Jiqui. Segundo funcionários da Caern, as duas estão com pouco mais de 50% de sua capacidade.
Adutora
Localizada em Parnamirim, a sul da capital, a lagoa de Jiquí responde por 30% do abastecimento da parte de Natal situada à direita do estuário Potengí, cabendo a poços cobrirem o restante. Setenta por cento do que a zona norte consome provêm de Extremoz.
Segundo técnicos da Caern, o problema pode se agravar ao ponto de racionamentos não mais resolverem nada se o governo do Rio Grande do Norte não acelerar a construção de uma adutora para trazer água da fonte de Pureza, no município homônimo, para a Grande Natal.
Lançada ainda na década passada pelo responsável pelo Blog de Roberto Guedes, quando organizou um programa de pesquisas de cidadãos junto às nascentes dos principais rios que cortam o território potiguar, a construção do equipamento evitaria que continuassem a ser lançadas ao mar enormes partes do volume do rio Maxaranguape, que nasce em Pureza e só tem sido usado para abastecer esta cidade e pequenas comunidades do Mato Grande e do vale do Ceará Mirim. 
Pela contas da Ana, 32% do que tende a ser investido na ampliação da oferta do líquido no Rio Grande do Norte referem-se ao planejamento para a capital Natal, destacando-se o aproveitamento de novo manancial, que seria o da bacia do Maxaranguape. As prioridades estaduais neste campo, porém, se voltam para as adutoras Alto Oeste e Apodi-Mossoró, no Oeste, ambas ensejadas pela barragem de Santa Cruz, em Apodi.
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(1507029 às 16h02m).

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