Há mais de um ano
os administradores do aeroporto internacional Aluizio Alves, em São Gonçalo do
Amarante, cobram pela simples entrada de um automóvel no terreno do terminal
aeroportuário, e não pela utilização do estacionamento em si, e mesmo assim os
motoristas natalenses não esboçam qualquer reação contra esta exploração. Ela também
não foi notada pelos servidores públicos que deveriam defender o consumidor.
Basta o automóvel entrar no terreno do aeroporto de São Gonçalo... |
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ROBERTO
GUEDES
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O natalense que precisar ir hoje ao
aeroporto internacional Aluizio Alves, em São Gonçalo do Amarante, e lá não
utilizar o parque de estacionamento da casa terá que pagar como se nele
houvesse deixado algum automóvel, graças a uma estratégia empresarial com que
os proprietários do terminal estão ganhando dos visitantes, na maior moleza, um
dinheiro considerável.
A imposição compulsória da obrigação de
pagar pelo estacionamento está custando entre dez e quinze reais a cada
proprietário de automóvel que simplesmente visita o aeroporto, algo que não
existia no Augusto Severo, em Parnamirim, e nunca foi praticado em qualquer
outro tipo de estabelecimento em Natal. E quem não quiser pagar não pode nem
mesmo retirar-se do aeroporto. O esquema de segurança do estabelecimento não o
permite.
É
proibido parar
Em toda a área do terminal aeroviário, inaugurado
há pouco mais de um ano, não há onde o motorista parar seu carro e demorar-se
alguns instantes sem usar a área de parqueamento. Onde um carro se demora muito
aparece sempre um funcionário mandando tirá-lo do canto porque estorva isto ou
aquilo ou simplesmente porque é proibido parar ali, como preferem dizer.
...para o dono pagar taxa de estacionamento, utilizando ou não esta área. |
E mesmo se houvesse onde parar à distância
do estacionamento a cobrança viria inexoravelmente: no Aluizio Alves, o cidadão
paga pedágio simplesmente porque visitou o aeroporto, algo inconcebível em
qualquer lugar do mundo e que inexplicavelmente ainda não despertou reações em
contrário dos visitantes.
Para entender o que acontece é
necessário partir de um princípio: não é taxa de estacionamento, e sim assalto
ao visitante, uma verdadeira extorsão, o que os donos do aeroporto
internacional Aluizio Alves cobram aos condutores de veículos rodoviários que
precisam apenas ir e voltar ali.
Constatação
tardia
Só depois de passado o primeiro ano
desde a inauguração do terminal é que proprietários natalenses de automóveis
que eventualmente demandam ao terminal aeroportuário começam a se dar conta de
que ali estão pagando, à guisa de estacionamento, pelo simples fato de fazerem
suas máquinas levar algo ou alguém até lá, e mesmo assim sem esboçar qualquer
movimento visando se ressarcir.
Imagine-se um cidadão que leva alguém ao
aeroporto, permanecendo ali menos de cinco minutos, ou mais do que isto, dez,
trinta minutos, sem sair de seu carro e sem colocá-lo no estacionamento, permanecendo
como é lícito a qualquer motorista em qualquer lugar do mundo, salvo aqueles
caracterizados como onde é proibido ficar.
Sem
pagar, não sai
Sofrerá o problema todo e qualquer alguém
que vá dirigindo seu automóvel, para onde o passageiro desce, pega sua bagagem
e penetra na estação de acesso aos vôos. Imagine-se que tão logo o passageiro
começa a andar a pé, o motorista aciona seu carro de volta ao local de sua
origem. Ao sair do terreno do aeroporto, ele terá que passar pela mesma estação
de pedágio pela qual passou ao chegar ao terminal aeroviário.
Na entrada, o condutor recebe um cartão
de plástico ao entrar, magnetizado, programado para medir o tempo em que permaneceu
no terreno do aeroporto; ao sair da estação de passageiros, ele insere o cartão
numa máquina que fixa o valor a pagar, informando simultaneamente aos funcionários
da plataforma de pedágio. Concluído o deslocamento entre a estação de passageiros
e esta plataforma, aí o condutor do automóvel pagará a título de
estacionamento.
A preço de hoje, paga uns catorze reais,
como ocorreu pela demora de alguns minutos à pessoa que enfrentou este processo
para o Blog de Roberto Guedes, ou
mais, segundo outros depoimentos.
Paga-se
para percorrer o aeroporto
O problema é que a taxa de
estacionamento está sendo cobrada aos veículos que não o utilizam, e sim aos
condutores de todos os que tiverem acesso ao terreno do aeroporto, como quem
paga ingresso para entrar numa sala de projeção a fim de assistir a um filme,
ou para instalar-se sob uma lona e deliciar-se com um espetáculo circense. A
relação social e comercial que os donos do estabelecimento impõem é mesmo
semelhante à venda de ingressos para cinema, circo, festas, jogos de futebol, salvo
o fato de receberem o pagamento na saída, e não na entrada.
Inapelavelmente, o consumidor enfrenta a
exigência de um pagamento sem o qual não tem acesso ao local e ao tipo de atividade
almejada para se realizar no espaço da estação de passageiros.
Esta cobrança seria justa se o que
estivesse em jogo fosse percorrer todo o trajeto de uma estrada, como ocorre
nas rodovias cuja manutenção é custeada pela renda de pedágios. Não é justo,
porém, cobrar estacionamento ao dono de um automóvel somente porque entrou no
espaço chão do aeroporto, sem efetivamente utilizar o estacionamento deste.
Admirar
decolagens
A impressão que esta exigência transmite
é a de que os donos do aeroporto procuram impor a Natal uma conduta que até
poderia ser explicada em outras paragens, mas não aqui.
Ela recorda como paulistanos gostam de ir
ao aeroporto, como se deslocar-se até este tipo de terminal fosse uma diversão
em si.
Ancestralmente acontece isto, por
exemplo, aos paulistanos que passam tardes nos aeroportos de Congonhas, na sua
capital, e de Cumbica, no vizinho município de Guarulhos. Simplesmente visitar
aeroporto nunca foi diversão para o natalense. Jamais se ouviu um pai de
família natalense convocar os filhos para irem se deleitar assistindo poucos e
decolagens.
E ao que consta ninguém sai de sua casa
para fazer “tour” entre os dois momentos da relação social e contratual que os
gestores do Aluizio Alves impõem a quem o visita, como se estivesse num rally
com saída e chegada numa plataforma de “chek in” e “chek out”.
Defensores
do consumidor?
Como até agora ninguém reclamou, o
problema ainda não ganhou manchetes. Esta demora talvez se explique por um
motivo: as autoridades governamentais não pagam o pedágio, assunto menor a
cargo dos motoristas que lhes servem. Por isto, dirigentes de órgãos teoricamente
criados para defenderem o consumidor ainda não se deram conta do abuso.
Ao longo de 2015, dirigentes do Procon estadual
viajaram para várias capitais estaduais e para Brasília, utilizando aviões e,
portanto, o Aluizio Alves, mas na volta não fizeram nada contra a cobrança
abusiva. Expoentes do ministério público estadual, inclusive promotores que ganharam
fama enquanto defendiam o consumidor também têm passado pela estação de pedágio
do aeroporto e nunca notaram a exploração indevida.
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Roberto Guedes:
(150712 às 17h29m).
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Reportagem totalmente infundada.
ResponderExcluirExiste uma tolerância de 20 minutos para pagamento, vou 1 vez por semana ao terminal de carga e ao longo deste ano só paguei estacionamento uma vez pois esperei a carga ficar disponível.
E até onde eu sei a partir do momento que estamos dentro do estabelecimento nos encontramos com o veículo segurado o que é ótimo pois onde vou busco deixar meu veículo em esbelecimento onde ofereça segurança, e não estou falando apenas do bem material e sim do bem maio que é vida, pois o controle de estacionamento filtra bastante o acesso dos estabelecimentos nos proporcionando maior segurança.
Esta semana, a imprensa de Natal mostrou que assaltantes estão agindo na estrada asfaltada dentro do terreno do aeroporto.
ExcluirO valor é um absurdo, pagar PARA ENTRAR PQP. Alem do mais não podemos esquecer do pedágio RIDÍCULO que irão implementar só para ter acesso "mais fácil" ao aeroporto mas como ainda não ficou pronto por enquanto ninguém ta nem ai.
ResponderExcluirImaginem o constrangimento, você indo buscar um parente, o voo atrasa 5 min e tenha uma fileira de carro parado na sua frente aguardando no aeroporto, na hora da saída o tempo min de permanência esgotou, então você vai que pagar do próprio bolso ou vai pedir ao seu familiar?
Ninguem aqui ta cagando dinheiro não!
Absurdo, material muito boa.
ResponderExcluirExcelente matéria, a começar pela construção desse monstro distante com outro lindo e reformado novo, ainda tem esse fator do pague ou não entre, isso realmente é um absurdo excelente matéria.
ResponderExcluirNinguém paga para entrar e deixar alguém, existe uma tolerância de vinte minutos, tempo mais do que suficiente para acessar, desembarcar alguém e sair. Portanto, isso é infundado. Quanto a estacionar veículos pelos canteiros de vias de acesso, pelo amor de Deus né, é por causa desse tipo de raciocínio e comportamento que perdemos oportunidades como essa do Hub que surgiu agora. Outra que é papo furado é dizer que isso não acontecia no Augusto Severo, porque você até podia parar fora do estacionamento e não pagá-lo, em compensação, vinha logo os agentes da Secretaria de Trânsito de Parnamirim empurrando a caneta, mais de cem reais de multa, eu mesmo paguei várias, portanto amigos vamos parar de bobagem e pensar como cidade que quer ser grande. Prefiro os dez reais do Aluízio Alves do que os mais de cem reais das multas da SENTRAS de Parnamirim.
ResponderExcluirhttp://www.publikador.com/politica/maracaja/2015/06/hug-bug-hug-bug/
ResponderExcluirhttp://www.publikador.com/economia/maracaja/2015/06/hug-bug/
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