terça-feira, 21 de julho de 2015

Funcionários dizem que o Emater está sendo sucateado

Bens do Emater potiguar têm sido doados a organizações vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em detrimento da continuidade de programas e projetos que o instituto governamental deveria estar conduzindo, e funcionários dizem que o governador Robinson Faria sabe de tudo mas não admoesta o diretor geral, César Oliveira, para não criar problema político com a senadora Fátima Bezerra (PT).
Funcionários acusam César de estar transferindo o
patrimônio do Emater potiguar
para organizações ligadas ao MST.
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Roberto Guedes
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Segundo funcionários do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater), o órgão está sendo dura e drasticamente sucateado pelo governo Robinson Faria, lastimando-se que os líderes sindicais do segmento não denunciem este fato. Para eles, o esvaziamento do ente governamental corresponde também a verdadeiro aparelhamento deste pelo braço rurícola do Partido dos Trabalhadores (PT).
Apontado o diretor geral do órgão, engenheiro agrônomo César Oliveira, como quem dirige deliberadamente a desmontagem do Emater, que mais mencionam como “a empresa”, evocando época em que teve mesmo esta constituição jurídica, dizem que ele está repassando toda a estrutura da casa a instituições ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Primeira Dama vê
Ex-assessor especial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, principal nicho de poder que o MST ocupa no governo federal, como dizem, César praticamente já entregou ao movimento tudo o que restava de toda a frota do Emater, incluindo viaturas que serviam a coordenadores de programas e projetos. Estes, garantem, estão sem carros para trabalhar, mas esta decorrência não parece preocupar a cúpula da casa.
Também não parece preocupá-la o fato de a progressiva falta de instrumental estar desativando na prática todos os programas confiados ao Emater. O único ao qual a direção do Emater ainda preserva, ao menos em parte, é o de distribuição gratuita de leite a famílias carentes do Rio Grande do Norte.
A exceção deriva, como dizem, do fato de César ter ciência de que o Emater compartilha a gestão do programa com a esposa do governador Robinson Faria, Julianne, advogada que comanda a secretaria estadual de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sethas).
Os funcionários se dividem a respeito desta parceria e, principalmente, sobre o quanto o Governador conhece e se omite diante do sucateamento do instituto. Eles torciam para que o compartilhamento de um programa que a Sethas considera imprescindível abrisse os olhos de Robinson, por intermédio de Julianne, para a inadequação do estilo de gestão que estaria desmontando o Emater.
Só currículo
Uma parte dos funcionários, porém, dizem que Robinson conhece a situação mesmo sem que a esposa a mostrasse. Jornalistas amigos seus conhecem o problema há meses e tiveram oportunidade de alertá-lo sobre o que ocorre no Emater.
O chefe do executivo também deveria saber o que está acontecendo ali por intermédio do secretário da Agricultura, geólogo Haroldo Abuana Osório, assim como por velhos amigos que teria entre funcionários da casa. A começar pelo diretor administrativo, Aristides Bezerra Filho, funcionário da casa há mais de trinta anos.
O que de pior ocorre aos funcionários é que o Governador sabe de tudo e silencia para não criar problemas políticos em função de apadrinhamentos. Pois, apesar de possuir uma ótima formação escolástica, César, formado pela Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), sediada em Mossoró, especialista em Cooperativismo pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e pós-graduado em Formulação e Análise de Políticas Agrícola e Agrária pelo Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp), a seu ver só chegou ao cargo por indicação política.
Para os funcionários, a excelência do currículo acadêmico de César não se traduz numa gestão prolífica em benefício do instituto. Antes, pelo contrário, o estaria esvaziando tão drasticamente como ocorreu na gestão passada. Rendem-lhe homenagem apenas quanto a esforços visando à erradicação da febre aftosa no território potiguar, mas deploram o fato de haver minimizado drasticamente o de compras a produtores locais, que teria hibernado durante os quatro anos imediatamente anteriores à posse de Robinson.  
Jabutí do PT
César foi indicado a Robinson pela senadora Fátima Bezerra (PT) e em função, notadamente, de vinculações que mantém com expoentes do MST e da chamada “agricultura familiar” desde sua militância em Mossoró e principalmente depois de sua passagem pelos gabinetes de Brasília. Para reforçar a militância, informam, César dedica a maior parte do tempo que passa em Natal a um curso de mestrado em Ciências Sociais que iniciou na Universidade Federal (UFRN). O tema central de seus estudos em função do curso é a agricultura familiar do Rio Grande do Norte.
Robinson não gostaria de admoestar César para não irritar Fátima, que recorrentemente lhe apresenta uma conta de desprestígios em benefício do deputado estadual Fernando Mineiro, seu correligionário que lhe tomou vários órgãos mais importantes da administração potiguar, a começar pela secretaria de Educação.
Agindo sob pressão alheia
Não fosse isto, dizem, e se procurasse administrar objetivamente o Rio Grande do Norte, o Governador já teria tomado providências até porque a excelência do instituto mostra junto à Sethas o quanto é raquítica. Pois, a seu ver, a única ação que vincula o Emater chegou ao sexto mês do governo sem se traduzir em eficácia – ou, pelo menos, na eficácia esperada por Julianne.
Ela teria reclamado, recentemente, de que não saem do papel os ajustes que se mostraram necessários à exumação do programa após o paradeiro que lhe impôs a gestão Rosalba Ciarlini, e deplora que César só o veja num cenário – Mossoró, onde funcionários do Emater acreditam que ele sonha desenvolver projeto político-eleitoral.

Mesmo na chamada “capital do Oeste”, porém, o “Programa do Leite” claudica e só tem experimentado algum avanço burocrático graças a pressões exercidas neste sentido pelo ministério público estadual. O que os funcionários do Emater em Natal sabem como fato mais recente a respeito da execução do programa em Mossoró é que o instituto ainda está promovendo um recadastramento de fornecedores. 
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