domingo, 26 de julho de 2015

RN é pioneiro a adotar Audiência de Custódia

Rio Grande do Norte é o primeiro Estado em todo o país a adotar uma medida que tende a melhorar em muito o contato da justiça com cidadãos presos pela autoridade policial, assegurando que um juiz se pronuncie presencialmente sobre o destino do acusado no máximo 24 horas depois de sua detenção.
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Cláudio Santos: grande passo rumo à maior civilização. 
ROBERTO GUEDES
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Desde meados da semana passada operadores do direito baseados em Natal comemoram um pioneirismo que a seção potiguar da Justiça Federal adotou nacionalmente e logo em seguida levou o Tribunal de Justiça a seguir seu exemplo. Trata-se da adoção da “Audiência de Custódia”. Em no máximo dois meses a providência estará sendo praticada em todo o território potiguar.
Graças a este avanço, daqui por diante todo preso será conduzido diretamente ao Juiz para garantia de seus direitos e verificação da regularidade da prisão. Esse é mais um instrumento apontado para celeridade no processo judicial e a garantia dos direitos humanos.
Segundo a área de comunicação social da Justiça Federal, o primeiro passo para a execução desse projeto foi dado na última quarta-feira com a assinatura de um termo de compromisso por instituições envolvidas nesse processo.
Estreias marcadas
Reunião presidida pelo diretor do Foro da Seção Judiciária em Natal, o juiz Marco Bruno Miranda, e da qual participaram representantes do ministério público federal, secretaria estadual de Justiça e Cidadania, Polícia Federal, Defensoria Pública da União, Conselho Penitenciário, Polícia Rodoviária Federal e Ordem dos Advogados (OAB), definiu o dia 1° de setembro para ser iniciado o procedimento das audiências de custódia na Justiça Federal do Rio Grande do Norte.
Na sexta-feira, 24, anteontem, reunindo-se com uma delegação de advogados criminalistas, com os secretários estaduais de Justiça e Cidadania – responsável pela gestão do sistema penitenciário – e de Segurança Pública, assim como com delegados da Polícia Civil e magistrados que atuam na execução penal no Rio Grande do Norte e membros da Corregedoria Geral de Justiça, o desembargador Cláudio Santos, presidente do Tribunal de Justiça, anunciou sua proposta para implantar a medida no sistema prisional potiguar.
“É passo rumo à maior civilização que a sociedade brasileira está se devendo há muito tempo”, disse Cláudio Santos ao Blog de Roberto Guedes, anunciando, em primeira mão, que a audiência de custódia estará sendo praticada no Rio Grande do Norte em no máximo sessenta dias.
Inserção internacional
Segundo a presidente do Conselho Penitenciário do Rio Grande do Norte, bacharel Cibele Benevides, procuradora da República baseada em Natal, a instituição da audiência de custódia em todo o Brasil foi decidida em fevereiro último numa parceria do Conselho Nacional de Justiça com o ministério da Justiça e o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Cibele, com o secretário França: adoção da audiência
de custódia demandará muitas providências.
A decisão marcou a efetiva adesão do Brasil ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e à Convenção Interamericana de Direitos Humanos, conhecida como “Pacto de San Jose”.  
Em fevereiro, o projeto foi apenas lançado e explicado como ofensiva com o objetivo de garantir a mais rápida apresentação do preso a um juiz nos casos de prisões em flagrante. Ele não havia sido implementado até agora em nenhuma unidade federativa do país.
Presença de advogado
Comemorando o pioneirismo local, a Procuradora diz graças à inovação o acusado será apresentado e entrevistado pelo juiz, em uma audiência em que serão ouvidas também as manifestações do ministério público, da defensoria pública ou do advogado do preso.
Durante a audiência, o juiz analisará a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade da prisão ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares. O juiz poderá avaliar também eventuais ocorrências de tortura ou de maus-tratos, entre outras irregularidades.
Como salienta a presidente do Conselho Penitenciário, as decisões adotadas estes dias em Natal não se esgotam nem se completam com o a realização em si das audiências de custódia, porque requerem desdobramentos a curto, médio e longo prazo.
O projeto nacional prevê também a estruturação de centrais de alternativas penais, centrais de monitoramento eletrônico, centrais de serviços e assistência social e câmaras de mediação penal, que serão responsáveis por representar ao juiz opções ao encarceramento provisório. Muitas das providências caberão ao Tribunal de Justiça; outras, porém, situar-se-ão no âmbito da secretaria de Justiça.
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