"Arrastão" em Areia Preta. pode reforçar a tese da necessidade.. |
Dois fatos
aparentemente sem a menor ligação ocorridos nas últimas 48 horas passaram a ser
esgrimidos nesta sexta-feira, 24, hoje, como argumentos para que o governador
Robinson Faria desista de continuar morando no apartamento que mantém na avenida
Governador Sílvio Pedrosa, na praia de Areia Preta, forçando o erário a
custear-lhe o aluguel de uma “residência oficial”.
Na madrugada de
hoje, assaltantes armados voltaram a promover arrastões nas imediações do
prédio à beira mar em que moram Robinson, o prefeito Carlos Eduardo Alves e
outros políticos potiguares. Suas investidas lembraram imediatamente um assalto
em que foram vítimas, em frente ao prédio, poucos dias antes da posse de Robinson,
o então vice-governador eleito Fábio Dantas e a advogada Tatiana Mendes Cunha,
já anunciada como futura chefe da Casa Civil do governo potiguar.
Por volta do
meio-dia de ontem, a despeito da oposição de dez de seus integrantes,
notadamente do deputado estadual Kelps Lima (SDS), a Assembléia Legislativa
desfez decisão adotada em dezembro último extinguindo a instituição da
residência oficial do Governador.
...de residência oficial, colocando Robinson em... |
Esta medida e a
sensação de falta de segurança em Areia Preta exumaram a defesa da proposta de
Robinson se instalar em imóvel em que o executivo potiguar possa montar
estrutura de segurança melhor do que a existente ali. Ordinariamente, condomínios
verticais não aprovam a imposição de esquemas ostensivos em função de apenas um
morador, e a falta de espaço para isto no prédio de Robinson vem estimulando
desde janeiro o discurso de que a presença da cúpula do governo traz mais incômodos
do que bônus aos demais moradores da habitação coletiva.
Contradição
Ainda não se sabe
se por trás da pressão pela volta do Governador a uma residência oficial nasceu
em Robinson ou recebe seu apoio ou tende a enfrentá-lo, embora se manifeste no
mais perto de seu entorno funcional, decerto também como reflexo do pensamento
dos demais moradores do edifício.
...contradição prevista por Kelps Lima e... |
É certo, porém, que
a opção pela casa governamental mostraria o Governador em contradição. Em
dezembro, poucos dias antes de tomar posse, o que ocorreu a 1° de janeiro,
Robinson fez questão de declarar que era por sua vontade que a primeira família
do Estado continuaria a residir no apartamento de Areia Preta. Ao tomar esta
iniciativa, ele procurou minimizar, também, a informação de que alguns dias
antes a Assembléia Legislativa havia aprovado à unanimidade o projeto de lei extinguindo
a residência oficial, de autoria de Kelps Lima.
Falta de segurança
...reforçando a tese da insegurança mostrada por Nélter. |
O pior, para Robinson,
é a certeza de que sua mudança para uma mansão superprotegida espalharia por
Natal a convicção de que, com pouco mais de 120 dias após a posse e tendo
mostrado muito pouco do que seriam seu perfil ou a projeção de suas principais
realizações, seu governo havia se rendido à onda de violência há muito tempo
presente no Rio Grande do Norte.
Durante a campanha
eleitoral em que conquistou seu cargo, Robinson bateu muito na tecla do quanto
a violência estava amedrontando a população potiguar e garantia que seria “o
governador da segurança”. Até o momento, porém, sua gestão mostrou apenas espasmos
de ação neste campo, como a fugaz sensação de haver colocado mais policiais
fardados para a ação ostensiva nas ruas.
Em nenhum momento Robinson
devolveu ao policiamento as centenas de agentes civis e militares que há anos
atuam como civis em outros espaços do serviço público. Esta omissão foi
denunciada há poucos dias, na Assembléia Legislativa, por um parlamentar que
vive sob ameaça de perder a vida pelas mãos de pistoleiros, o deputado estadual
Nélter Queiroz (PMDB), falando em centenas de oficiais, sargentos, cabos e
soldados que vivem à paisana.
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