Acossado nas últimas semanas por forte
reprovação popular à sua atuação, constatada inclusive pela mais recente
pesquisa promovida em Mossoró pelo instituto Consult, de Natal, o prefeito
Francisco José da Silveira Júnior enfrenta também dificuldades no seu
relacionamento com o governador Robinson Faria, para cuja eleição atuou
decisivamente como recém-eleito, em 2014, para completar o mandato confiscado
pela justiça à prefeita constitucional Cláudia Regina Freire.
O mais novo indicativo de seu
desprestígio junto à Governadoria é o vai e vem que Robinson Faria impôs ao pai
do alcaide mossoroense, o enfermeiro e ex-deputado Francisco José da Silveira,
mais conhecido em Natal como “Irmãozinho”. Embora tivesse emplacado alguns
amigos no secretariado estadual, o prefeito “Silveirinha” não conseguiu ali um
espaço para o pai. Depois de muita cobrança ao chefe do executivo estadual,
Silveirinha conseguiu que Robinson obtivesse para Francisco José um cargo de
secretário da Assembléia Legislativa, o da área da saúde.
Poucos dias depois de sua nomeação,
porém, o próprio Robinson passou a pedir ao presidente da Assembléia, deputado
estadual Ezequiel Ferreira (PMDB), que indiretamente ajudou a conquistar o
cargo, que desfizesse o ato e devolvesse a secretaria de Saúde da casa à sua
antiga ocupante, a odontóloga Ederlinda Dias, mossoroense como os Silveira porém
transformada em pessoa pública a partir de sua elogiada atuação como titular da
pasta da Saúde da prefeitura de Macaíba durante os oito primeiros anos da
gestão do novamente prefeito Fernando Cunha.
O zigue zague pilotado no episódio por
Robinson Faria não apenas seguiu o modelo que o fez vaguear entre várias
nomeações e desnomeações em sua equipe, desde a posse na Governadoria, a 1° de
janeiro último. Decorreu, também, de falha na avaliação política dos primeiros
atos, que tem conduzido aos desfazimentos.
No caso, Robinson desalojou da direção
de Saúde da Assembléia Legislativa um de seus principais apoiadores em Macaíba,
município que se destacou entre os que primeiramente respaldaram sua
candidatura, ainda em 2013. Para reparar um erro, terminou provocando outro, a exposição
de Francisco José, pai, a comentários desairosos, notadamente em Mossoró, onde
chegou a ser mencionado como “Viúva Porcina”, personagem de novela que “foi sem
nunca ter sido”.
"Cala boca" para o pai.... |
Logo em seguida, Robinson conseguiu,
ainda na casa legislativa, um cala boca para Francisco José, mas os críticos
mossoroenses do burgomestre riem da situação a que foi condenado. Conterrâneos
dizem que para ele teria sido melhor nomear somente o pai, em vez de conseguir
colocações para alguns amigos e não ter prestígio para colocar Francisco José
numa posição de destaque capaz de, ainda por cima, render-lhe dividendos
políticos em Mossoró.
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