quarta-feira, 29 de abril de 2015

Restaurante foi construído em terreno da Caern

Caern quer reaver sua parte do terreno do restaurante.
Inaugurado há pouquíssimos meses e desde então crescentemente transformado numa das melhores referências da alta gastronomia potiguar, o restaurante Nau, especializado em frutos do mar e pertencente à mesma organização que controla a rede Mangai, dedicada à culinária regional nordestina, deverá em poucos dias enfrentar uma demanda administrativa e talvez judicial com a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern).
Segundo funcionários do nível de gerência da estatal, em boa parte o restaurante, cuja construção absorveu investimento de alguns milhões de reais, fora o que foi mobilizado na aquisição do seu terreno, foi erguido em área pertencente à Caern, que deseja reavê-la argumentando tratar-se de espaço indispensável à sua atividade principal.
Este é um dos grandes abacaxis que a gestão Rosalba Ciarlini, encerrada a 31 de dezembro último, legou ao governo Robinson Faria. Quem presidia a Caern na época em que teria surgido o problema era o engenheiro Yuri Tasso Rosado, na época muito elogiado por sua gestão. Ele se reportava formalmente, então, à esposa, engenheira Kátia Pinto, atual presidente da Agência Estadual Reguladora de Serviços (Arsep), na época secretária estadual de Infra-estrutura.
No âmbito da estatal pelejam técnicos e gerentes de pelo menos três áreas, de Planejamento, de Engenharia e de Gestão de Patrimônio, prevendo-se o ingresso em campo da jurídica.
Venda irregular
O problema foi descoberto há poucos meses, quando, em função de um grande projeto que o governador Robinson Faria resolveu executar através da Caern, a área de planejamento da empresa identificou seu terreno supostamente situação no quarteirão da avenida Vereador Odilon Gomes de Lima, em Cidade Jardim, para a realização de uma obra visando ampliar a oferta de água à zona sul de Natal.
Ao realizar a inspeção “in loco”, os técnicos descobriram que ali não existe nenhuma referência a um terreno da Caern e que este teria sido ocupado pelos donos do Nau. Recorreram à gerência de engenharia, levantando as informações que esta possuía, e à área administrativa da estatal, onde souberam que um terreno dela teria sido, sim, vendido aos donos do restaurante, numa transação, porém, que deveria ter deixado uma parte do imóvel para o plano de expansão do sistema de captação d’água da região metropolitana.
Daí consultaram a gerência responsável pelo patrimônio e chegaram à conclusão de que a venda foi irregular porque não respeito normas das quais a Caern não poderia fugir e, pior ainda, ensejou a ocupação, pela empresa privada, de área maior do que a que teria então adquirido. Segundo funcionários da Caern, a área jurídica da empresa deverá decidir na próxima semana a estratégia que adotará com o objetivo de reaver todo o imóvel original da estatal. Prevêem que os donos do Nau não ficarão de braços cruzados.     
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