Caern quer reaver sua parte do terreno do restaurante. |
Inaugurado há
pouquíssimos meses e desde então crescentemente transformado numa das melhores
referências da alta gastronomia potiguar, o restaurante Nau, especializado em
frutos do mar e pertencente à mesma organização que controla a rede Mangai,
dedicada à culinária regional nordestina, deverá em poucos dias enfrentar uma
demanda administrativa e talvez judicial com a Companhia de Águas e Esgotos do
Rio Grande do Norte (Caern).
Segundo
funcionários do nível de gerência da estatal, em boa parte o restaurante, cuja
construção absorveu investimento de alguns milhões de reais, fora o que foi mobilizado
na aquisição do seu terreno, foi erguido em área pertencente à Caern, que
deseja reavê-la argumentando tratar-se de espaço indispensável à sua atividade
principal.
Este é um dos
grandes abacaxis que a gestão Rosalba Ciarlini, encerrada a 31 de dezembro
último, legou ao governo Robinson Faria. Quem presidia a Caern na época em que
teria surgido o problema era o engenheiro Yuri Tasso Rosado, na época muito
elogiado por sua gestão. Ele se reportava formalmente, então, à esposa,
engenheira Kátia Pinto, atual presidente da Agência Estadual Reguladora de
Serviços (Arsep), na época secretária estadual de Infra-estrutura.
No âmbito da
estatal pelejam técnicos e gerentes de pelo menos três áreas, de Planejamento,
de Engenharia e de Gestão de Patrimônio, prevendo-se o ingresso em campo da
jurídica.
Venda irregular
O problema foi
descoberto há poucos meses, quando, em função de um grande projeto que o
governador Robinson Faria resolveu executar através da Caern, a área de planejamento
da empresa identificou seu terreno supostamente situação no quarteirão da
avenida Vereador Odilon Gomes de Lima, em Cidade Jardim, para a realização de
uma obra visando ampliar a oferta de água à zona sul de Natal.
Ao realizar a
inspeção “in loco”, os técnicos descobriram que ali não existe nenhuma
referência a um terreno da Caern e que este teria sido ocupado pelos donos do Nau.
Recorreram à gerência de engenharia, levantando as informações que esta
possuía, e à área administrativa da estatal, onde souberam que um terreno dela
teria sido, sim, vendido aos donos do restaurante, numa transação, porém, que
deveria ter deixado uma parte do imóvel para o plano de expansão do sistema de
captação d’água da região metropolitana.
Daí consultaram a gerência
responsável pelo patrimônio e chegaram à conclusão de que a venda foi irregular
porque não respeito normas das quais a Caern não poderia fugir e, pior ainda,
ensejou a ocupação, pela empresa privada, de área maior do que a que teria
então adquirido. Segundo funcionários da Caern, a área jurídica da empresa
deverá decidir na próxima semana a estratégia que adotará com o objetivo de
reaver todo o imóvel original da estatal. Prevêem que os donos do Nau não ficarão
de braços cruzados.
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