domingo, 26 de abril de 2015

“Cala boca” apaga denúncia contra Marcos do Psol


Cheiro de pizza já faz Marcos voltar a sorrir sem temer denúncia.

Já não tende a dar em alguma sanção a investigação que toda semana a comissão de ética da Câmara Municipal de Natal sugere estar querendo promover para confirmar ou desmentir a informação de que o vereador Marcos Antonio Ferreira, o “Marcos do Psol”, andou embolsando parte dos vencimentos dos funcionários comissionados de seu gabinete.
Sua transformação em pizza, a exemplo do que tem acontecido em quase 100% das investigações que políticos movem contra colegas, teria sido garantida há duas semanas pelo acusado, pela própria comissão de ética e pela cúpula da câmara, com a concessão de extraordinário “cala boca” ao funcionário que teria deflagrado o processo de denúncia.
De acordo com o novo presidente do diretório do PV em Natal, vereador Luiz Almir Filgueira Magalhães, que tentou dar andamento ao processo enquanto presidiu a comissão de ética, até março último, quando foi alçado a uma vice-presidência da câmara, o salário do denunciante, que era de em torno de setecentos reais mensais, foi, discretamente, elevado para mais de 4,2 mil reais.
Para esquecer
O prêmio proporcionaria a desmemoria do autor quanto à ilicitude antes que a comissão de ética tivesse que colher o depoimento de Marcos do Psol, quando este sepultaria o problema mostrando que inexistiria a acusação, a despeito de um vídeo que mostra uma pessoa de sua confiança arrecadando em seu nome parte dos salários dos servidores.
Estaria havendo, porém, uma dificuldade para sacramentar a negação do dito pelo denunciante perante a comissão investigadora, desde março presidida pelo novo vereador Joanilson de Paula Rego, presidente regional do PSDC. Por isto, foi necessário adiar duas vezes o depoimento do acusado, que na última ocasião, quinta-feira da semana passada, apesar de muito falante, apresentou ao grupo um atestado de saúde mostrando-o afônico.
Coleta gravada
Divulgada originalmente pelo PortalNoAr, a denúncia causou tanto impacto entre políticos natalenses que a princípio chegou a dividir a cúpula do Psol nesta capital. Passado o choque inicial, porém, há tempos esta vem movendo um rolo compressor em favor de Marcos e contra não os denunciantes em si, mas os jornalistas que divulgaram a denúncia. Como se sabe, Marcos ajuizou ação contra o repórter Dinarte Assunção, do PortalNoAr, por calúnia e difamação, atraindo contra si uma estranha reação de periodistas. Emitiram muitas notas de solidariedade a Assunção mas não procuraram desenvolver investigações próprias sobre a ilicitude imputada ao vereador.
Nos vídeos divulgados, um funcionário do gabinete de Marcos, identificado apenas como Reginaldo, aparece conferindo o extrato bancário de outros funcionários do gabinete e cobrando um percentual do salário. Não há no vídeo, entretanto, a motivação para a cobrança e nem o destino do valor retirado do salário. Nunca um dos meios de comunicação que abriram grandes espaços para a denúncia ousaram sequer identificar mais precisamente os personagens mostrados no filme. E nunca chegaram ao autor da gravação e de sua postagem nas redes sociais.
Joanilson na berlinda
Enquanto as chicanas avanças em busca do ponto ideal de preparação da pizza, Joanilson de Paula Rego tem sido criticado por concordar com esta procrastinação, como se não estivesse em andamento um teatro para deixar tudo como está. Na semana passada, fontes da câmara natalense chegaram a divulgar a informação de que ele pretendia submeter Marcos do Psol a exame por uma junta médica da casa, por suspeitar de que fosse gracioso o atestado que justificou o adiamento de seu depoimento da quinta-feira 23. Poucos integrantes da casa acreditam que junta governamental alguma examine o denunciado.
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