quarta-feira, 22 de abril de 2015

Estradas estaduais precisam ser municipais



Uma estrada cujo trajeto integral não extrapola o perímetro de um município deve continuar a ser oficialmente considerada estadual, a despeito de o órgão responsável por sua manutenção não lhe dar a menor atenção, em detrimento da satisfação da imensa maioria de seus usuários, que sempre reclamam contra buracos em seu leito?
Roberto Freire: sem manutenção, espera obra faraônica.
Esta é uma interrogação que há tempos se firmava entre as preocupações de muitos natalenses e está prestes a se transformar em reivindicação formal para que o governador Robinson Faria transfira ao governo municipal a gestão de algumas das principais vias de tráfego da capital potiguar que ancestralmente pertencem ao executivo estadual sem que este justifique esta prerrogativa.
Multas
As principais referências são as avenidas Dinarte Mariz, ou “Via Costeira”, Engenheiro Roberto Freire, a “Estrada de Ponta Negra”, e Governador Dinarte Mariz, a “Via Costeira”, três dos principais corredores de tráfego de Natal que são tratadas pelo seu gestor apenas como fontes de multas de tráfego por excesso de velocidade, sem que nada venha sendo providenciado para melhorar seu uso pelos motoristas que as percorrem.
Uma quarta artéria a entrar nesse time é a avenida Moema Tinoco, ligando a ponte de Redinha ao trecho sul da rodovia BR 101, já próximo a Extremoz, que está sendo asfaltada.  
Usuários das três artérias cogitam de procurar os legislativos estadual e municipal na esperança de que pelo menos um de seus integrantes encampe a proposta de municipalização das três e de outras avenidas estaduais que se restringem ao território de Natal, a fim de que tenham mais perto de si uma autoridade a quem cobrar a manutenção do asfalto das mesmas.
Caça-níqueis
Segundo dizem, o atual responsável pelas três, o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), vive fora das prioridades do governo Robinson Faria. De fato, o DER ficou acéfalo durante os quatros primeiros meses da gestão deste, sem que ninguém praticamente o notasse. Esta situação perdurou até o início deste mês, quando Robinson nomeou o general Jorge Fraxe, ex-diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), meses depois de ser defenestrado deste órgão, para exumar o congênere estadual.
Os usuários reclamam que para o governo potiguar as avenidas estaduais de Natal são meros caça-níqueis. Como diz um cidadão, servem apenas como penduricalhos de pardais que registram muitas multas, elevando o nível do caixa do Departamento Estadual (Detran) e da Companhia de Trânsito da Polícia Militar. A destruição do DER nos últimos anos foi tão eficaz que num espaço de 365 os “pardais” multadores só funcionaram no máximo dois meses.  
Obras faraônicas
Ao mesmo tempo, salientam, a prefeitura discursa uma omissão arrasadora, sugerindo que gostaria de melhorar as condições de tráfego nessas artérias se lhe fosse outorgada a gestão das mesmas. No outro extremo, desde a posse da médica Rosalba Ciarlini como governadora, em janeiro de 2011, o Estado, sem cuidar do dia a dia das avenidas, devaneia em relação a elas sonhos mirabolantes de obras faraônicas, dignas das muitas que foram propostas para a região metropolitana antes da realização aqui de jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014, contando para isto com recursos que ainda teria de obter junto à União.
É o caso de transformar a Roberto Freire numa supervia, com várias faixas de rolamento, inúmeros viadutos e a perspectiva de em nada melhorar, concretamente, o sistema viário da zona sul de Natal.
Fraxe tem por tarefa exumar o que restou do DER.
O autismo governamental não permitiu a Rosalba e a Robinson constatarem que, chafurdando em crise econômica quase sem precedentes, a União mal dá conta de suas próprias obras rodoviárias. Já na gestão de Fraxe, o Dnit viu empreiteiras lhe devolverem mais de cem contratos de obras iniciadas e interrompidas por falta de pagamento. Foi o caso da duplicação da “Reta Tabajara”, em Macaíba, vizinho a Natal, e, segundo consta, tende a ser o da construção de viadutos em Igapó e no trecho da BR 101 entre Parnamirim e esta capital.Quem mais conhece o liseu da União em relação a estradas, a propósito, é Fraxe.
Ao trazer a Natal o ministro das Cidades, o paulista Gilberto Kassab, Robinson lhe pediu muito dinheiro para saneamento, mas nada para melhorar as condições de tráfego em Natal e nas estradas estaduais que cortam esta capital. Enquanto isto, bem ou mal, a prefeitura mantém um programa de “tapa buraco” que melhoraria muito a situação dessas avenidas se fosse estendido até elas.
==========================


Siga e recomende o Blog de Roberto Guedes:

Nenhum comentário:

Postar um comentário