quarta-feira, 22 de abril de 2015

Robinson apaga fogo na Casa Civil

Robinson, entre Tatiana e Mineiro: como se não houvesse...
Três ou mais semanas depois de sua eclosão, aparentemente chegou ao fim a crise que opunha o líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado estadual Fernando Mineiro (PT), e a chefe da Casa Civil da administração potiguar, advogada Tatiana Mendes Cunha, que é procuradora de carreira do parlamento desta unidade federativa.
Deu-lhe fim o governador Robinson Faria, ao constatar que a centelha estava virando fogueira e queimando-o outros aliados seus, como a senadora Fátima Bezerra, correligionária que disputa o comando regional do PT com Mineiro, e líderes municipais de seu partido, o PSD, no Seridó e no vale do Ceará Mirim, aos quais teve que oferecer recompensas imediatas.  
Robinson reuniu os dois colaboradores e pediu que demonstrassem publicamente a inexistência da crise antes que ele viajasse para Fortaleza, onde visitaria um filho que ali busca tratamento de saúde e hoje cumpriria agenda oficial ao lado do secretário de Saúde, cardiologista Ricardo Lagreca. A exteriorização da pacificação coube a uma nota que Mineiro e Tatiana assinaram juntos nesta terça-feira, 21, feriado de Tiradentes, ontem, negando que compartilhassem “convivência insustentável”, afirmando que “mantêm um diálogo profícuo” e dando a blogueiros aliados oportunidade de vitimizarem a Secretária.
“Boquinha”, “Arranjo”...
“Antes mesmo do atual Governador anunciar seu secretariado, poucos setores de imprensa, tentou (sic) e continuam tentando ‘queimar’ a advogada Tatiana Mendes Cunha”, observou o “Blog do BG”, editado pelo executivo Bruno Giovani Oliveira, diretor da TV Assembléia e um dos primeiros profissionais da mídia em Natal a emprestar apoio à candidatura de Robinson a governador em 2014.
Bruno lançou na ocasião uma pergunta para a qual levantou especulações sugestivas sobre a causa desse bombardeio.
“Será que é porque com Tatiana na cadeira não tem ‘boquinha’? Será que é porque com Tatiana na cadeira não tem ‘arranjo’? Será que é porque com Tatiana na cadeira as coisas não são ‘atropeladas’? Ou será que é só porque querem atender os quem (sic) nem sempre pregam as melhores práticas?”
Cargos
...a crise que chegou a Leleu e a Fátima.
O desmentido oficial passou ao largo dos muitos detalhes da crise que ao longo dos últimos vinte dias foram divulgados na mídia potiguar, a começar pela irritação que Mineiro provou em Tatiana ao desfazer a nomeação do produtor cultural Gutemberg Oliveira Nóbrega para a diretoria do teatro Adjuto Dias, em Caicó.
Determinada pessoalmente pelo Governador, ela foi substituída a caminho do “Diário Oficial” pelo diretor da Fundação José Augusto, responsável pelo estabelecimento, o jovem Rodrigo Bico, cujo currículo destaca sua condição de “ator licenciado do Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias”. O mentor da substituição, como Tatiana e auxiliares constataram, teria sido o parlamentar, considerado de longe o político mais próximo a Robinson.
Bico é um dos petistas que Mineiro alojou no estafe de Robinson em prejuízo de nomes indicados por Fátima Bezerra, que teria visto na crise com Tatiana uma oportunidade para desopilar em relação ao correligionário com quem disputa o mando no PT potiguar e quanto à distância que Robinson mantém em relação a ela para atender ao Deputado, ao qual anunciou ainda em janeiro como seu candidato a prefeito de Natal.
O vereador caicoense Leleu Fontes (PSD) garante que ouviu a Senadora dizer que “Mineiro está doido que eu chute o pau da barraca”. Leleu, a propósito, falou várias vezes a jornais de Natal e a blogueiros sobre o “affaire” que afastou o Deputado de Tatiana, recomendando publicamente que esta se precatasse para não perder a chefia da Casa Civil, mas a nota oficial de ontem  tangenciou essas e outras faces e causas do conflito e, principalmente, os prejuízos que este causou a Robinson.   
Perder apoios
Antes de reunir Mineiro e Tatiana, Robinson já havia feito concessões com o objetivo de amenizar, minimizar e, se possível, eliminar o conflito, tendo em vista, justamente, o fato de prejudicá-lo junto a outros aliados. Um dos primeiros a sofrer foi o advogado Júlio Cesar Soares Câmara, líder do PSD em Ceará Mirim, que perdeu o emprego de secretário-adjunto da Casa Civil ao se irresignar contra a anulação da nomeação canetada pelo Governador. Outro, e pelo mesmo motivo, foi seu colega João Dutra, assessor de Tatiana subordinado a Júlio César.
Diante da situação criada liderados de Júlio Cesar em Ceará Mirim passaram a propor que este rompesse com o Governador. A reação de Robinson foi aproveitá-lo como exumador, para presidir a Empresa Gestora de Ativos do Rio Grande do Norte (Emgern).
A inocuidade dessa estatal foi atestada há poucos meses pelo Governador ao excluí-la das gestões que manteve em Minas Gerais e com o ministério público potiguar com o objetivo de cobrar mais de um bilhão de reais inscritos na dívida ativa do executivo estadual.   
Quanto a Dutra, a chiadeira estourou em Jardim de Piranhas, pois seu padrinho é o prefeito Elídio Araújo de Queiroz, outro pioneiro do apoio à candidatura de Robinson, e no entorno de Leleu, em Caicó.
Enquanto o edil vinha a Natal para falar com Robinson sobre o perigo representado por fermentar a força de Mineiro no governo, fontes de Jardim de Piranhas dizem que Elídio mandou à Governadoria um recado lastimando que a exoneração de Dutra o levasse a romper com Robinson. O resultado foi o aproveitamento fortuito do advogado como sucessor de Julio Cesar na sub-chefia da Casa Civil.
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