O mês de abril está
chegando à sua última semana e não desembacaram ao Rio Grande do Norte os seis
milhões de reais que em março último o governo federal prometeu à senadora
Fátima Bezerra (PT) enviar até o presente mês a Jucurutú com o objetivo viabilizar
a retomada das obras de construção da barragem de Oiticica.
Agora Ministro, Henrique (E) consegue dinheiro mais depressa do que Fátima. |
Este descumprimento
de prazo foi salientado neste fim de semana pela divulgação em Natal, pelo novo
ministro do Turismo, ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves, presidente
regional do PMDB, do envio imediato para esta capital, pela Secretaria Nacional
de Proteção e Defesa Civil, de 5,6 milhões de reais destinados à intensificação
das obras de proteção ao morro de Mãe Luiza contra erosões provocadas por
grandes chuvas.
Tragédia
O prefeito Carlos
Eduardo Alves, primo e aliado político de Henrique Eduardo, tem 360 dias para
utilizar os recursos e depois um mês para apresentar relatório de prestação de
contas à União do que tiver feito com o objetivo de melhorar a infra-estrutura
hidráulica do morro, afastando de sua população a súbita vontade de abandonar
seus lares a qualquer chuvinha.
Este pânico se
estabeleceu em junho do ano passado, quando um imenso toró provocou uma grande
tragédia na avenida Aparecida, uma das principais do bairro, arrastando
milhares de toneladas de areia e restos de construções ladeira abaixo, até à avenida
Governador Sílvio Pedrosa, na orla marítima de Areia Preta. Quando Carlos
Eduardo decreto calamidade pública, mais de 130 famílias haviam deixado suas
casas com receio de que desabassem ou porque elas já haviam desaparecido no sumidouro
das águas rumo ao mar. Desde então, ministros vieram a Natal, recursos foram
prometidos, mas efetivamente não chegavam ao canteiro de obras – até que
Henrique Eduardo, empossado em Brasília, tomou a frente do pleito municipal.
Descrédito
A celeridade com
que o Ministro do Turismo teria arrancado esses recursos de outra pasta
estabeleceu o termo de comparação com o fato de os seis milhões para Oiticica,
se liberados por Brasília, estarem vindo em casco de cágado. Na verdade, quando
Fátima Bezerra anunciou o anúncio da promessa dos seis milhões pelo governo
federal sua iniciativa provocou risos em outros espaços do poder público.
Na época, acólitos
do governador Robinson Faria sorriram por duvidar do cumprimento do prazo
anunciado e, pior ainda, achando pouca a quantia. Pelo que disseram
imediatamente depois do pronunciamento de Fátima, o reinício das obras em
Oiticica precisa imediatamente de no mínimo trinta milhões de reais, o montante
que a construção já devia há um mês a fornecedores. Os acólitos do Governador
achavam até que a chegada aqui de apenas seis milhões de reais provocasse
problemas, como um novo recuo de fornecedores que não receberiam nada com este
repasse.
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