Acordo entre Carlos e Henrique Eduardo segregou... |
Longe de sugerir
fortalecimento do partido, a ocupação de um espaço da gestão do prefeito Carlos
Eduardo Alves pelo PMDB está levando expoentes da legenda em Natal a reclamar
contra o que consideram mero fisiologismo do presidente regional, o novo ministro
do Turismo, ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves.
Receiam que a
pressa com que o presidente regional conduziu a cooptação do partido colide
frontalmente com o interesse que forças emergentes no PMDB, como o deputado
federal Walter Alves, vinham recomendando que a agremiação iniciasse logo
discussões internas sobre objetivos e estratégias a adotar para crescer nas
urnas natalenses do próximo ano, incluindo a possível conquista do governo
municipal.
Eles criticam o
esforço que o Ministro despende há tempos apenas para designar o secretário
municipal da pasta setorial, em detrimento do empresário Fernando Bezerril, um
não correligionário cujo desempenho consideram satisfatório, notadamente quanto
a atrair para Natal atenções de meios de comunicação e investidores para
empreendimentos tangíveis.
Primos excluem primo
Segundo dizem, a
nomeação do candidato de Henrique Eduardo Alves ao posto deverá estar
oficializada até à próxima sexta-feira, 1° de maio. Em decorrência de
entendimento meramente pessoal com o Ministro, Carlos Eduardo já teria
comunicado a Bezerril sua defenestração, pedindo-lhe apoio na passagem do
comando da área para a pessoa indicada pelo PMDB.
Garibaldi Filho (D) e Walter, que quer ver o PMDB disputar. |
Evitando tecer
comentários sobre os méritos do indicado, empresário Fred Queiroz, até porque,
como dizem, não conhecem seu currículo como gestor público, vereadores
peemedebistas salientam que ao entendimento de Henrique Eduardo com Carlos
Eduardo, seu primo, faltou uma discussão com o partido. E, principalmente, com
o senador Garibaldi Alves Filho, ex-ministro da Previdência, que poderia
aconselhar outros rumos para o PMDB natalense.
Apoiar a reeleição
Previsto havia
muito tempo e costurado muito celeremente após a posse de Henrique Eduardo no
ministério, em meados deste mês, o acordo com o burgomestre natalense atrela o
PMDB ao projeto de reeleição de Carlos Eduardo, e o partido precisaria analisar
as conveniências e os inconvenientes deste vínculo, que envolve deputados
estaduais e vereadores em nada motivados para adotar o chefe do executivo
natalense como seu candidato em 2016.
Para que o pacto
fosse celebrado, seria indispensável que o alcaide se comprometesse com a
bancada do partido na câmara municipal no sentido de apoiá-la, o que implicaria
em mudança radical de conduta. De modo geral, os vereadores peemedebistas
reclamam do distanciamento que o Prefeito mantém em relação a todos os
integrantes do Senado natalense e em especial aos da legenda. Reclamam que,
seja quem for o líder do prefeito na câmara, a interlocução com Carlos Eduardo
é péssima.
Segregaram Walter
A banda mais negativa
do acordo entre os dois primos é a segregação que impôs a outro primo, Walter,
que apontam como o líder que ascende na política potiguar. Filho de Garibaldi
Filho e primo em segundo grau de Henrique Eduardo, Walter poderia ser um ótimo
candidato do PMDB à prefeitura de Natal. Além dele, o partido conta ainda com o
deputado estadual Hermano Morais, cuja postura ética citam como ótima referência
para o atual momento da política nacional e seus reflexos na local, tendo em
vista a grande rejeição que a população opõe à corrupção e a pactos de sentido
meramente fisiológico.
Para eles, seria
fácil dizer que a pressa que presidiu o acordo apenas traiu a condição de
ansioso que há muitos anos muita gente aponta em Henrique Eduardo. Desta vez
teria preponderado a necessidade de sair na frente, inibindo a tentativa de
debates internos ensaiada por Walter, como síntese de um projeto que visaria
limitar ao máximo o espaço deste, e por extensão o de Garibaldi Filho, no
diretório regional do PMDB em benefício de planos pessoais ainda não
explicitados pelo Ministro.
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