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| Marcus Vinícius não passou pelo crivo do Estado Maior... |
Dificuldades que o
Estado Maior da Polícia Militar criou para impedir que o governador Robinson
Faria entregue este mês o comando geral da corporação ao oficial de sua
preferência são o que mais respondem pelo adiamento de promoções que o chefe do
exec
utivo deveria ter canetado no último dia 21.
Oficialmente, o que
está em jogo é a primeira aplicação prática da “Lei de Promoção dos Praças”,
sancionada no ano passado pela então governadora Rosalba Ciarlini para substituir a regulamentação oferecida
desde 1977 pelo decreto 7070, do então governador Tarcísio Maia..
Apesar de ter
contado com um ano para se instrumentalizar a fim de viabilizar sua vigência a
partir deste ano, o executivo dormiu no ponto. Segundo fontes governamentais,
sua lerdeza foi imposta por recomendações que o Ministério Público Estadual e o
Tribunal de Contas do Estado lhe impuseram posteriormente à publicação da lei.
Datas para a soldadesca
No tocante a este
diploma legal e à base da Polícia Militar, formada por praças, cabos e sargentos,
o Governador já acendeu uma luz ao final do túnel, anunciando solenemente duas
datas para situar-se bem com a base da corporação. Na próxima segunda-feira,
27, depois de amanhã, ele apresentará o quantitativo exato de profissionais e
suas respectivas graduações a serem beneficiados com a promoção, que ocorrerá
com efeito retroativo a partir do dia determinado em lei.
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| ...deixando Robinson pensar em rasgar a lista de promoções. |
A segunda medida
foi garantir que até o próximo dia 22 de maio efetivará todas as promoções
previstas na lei, tomando por base o que lhe recomendaram o Ministério Público
Estadual e o Tribunal de Contas do Estado.
Falta, porém,
anunciar a mágica capaz de lhe permitir fazer o que almeja em relação ao
comando geral, onde alguns de seus mais próximos interlocutores ainda hoje
gostariam de ver reentronizado o coronel da reserva Francisco Araújo, que liderou
a Polícia Militar durante todo o governo Rosalba Ciarlini.
Candidato sobrou
Segundo fontes
altamente confiáveis, desde que venceu as eleições de outubro do ano passado
Robinson pretende entregar o comando da Polícia Militar ao tenente coronel Marcus
Vinícius Silva da Cruz, sub-comandante do Comando de Policiamento Metropolitano. Não o nomeou logo a 2 de janeiro, primeiro dia útil de seu
mandato, porque o posto só pode ser confiado a coronel, o “status” mais elevado
da corporação.
Exonerando o então
comandante Araújo, atual assessor militar da presidência da Assembléia
Legislativa, Robinson programou promover Marcus Vinícius até abril, quando
pretendia finalmente entregar-lhe o comando geral.
Neste sentido, confiou
temporariamente o comando ao coronel Ângelo Mário de Azevedo Dantas, uma
espécie de unanimidade a favor entre os companheiros de farda mas também um
nome a que nenhum adotaria como líder número um.
Robinson esperava
que no mínimo o coronel Ângelo Mário orientasse o Estado Maior a promover seu
candidato. Realizada em março último, a reunião para as promoções decepcionou o
Governador ao não contemplar seu preferido.
Sinuca de bico
Levando-o a
imaginar que o coronel Ângelo Mário legislou em causa própria, pois a decisão do
quartel general o evidencia novamente como o fator de união na torre de
comando, Robinson se sentiu então numa sinuca de bico. Para alçar Marcus
Vinícius ao principal posto da Polícia Militar, Robinson teria que promover uma
ruptura institucional, derrubando os critérios profissionais imputados ao
Estado Maior.
Sem considerar a
necessidade de preservar no comando o coronel Ângelo Mário, ele ainda cogitou de
nomear um outro oficial de sua simpatia, mas constatou que a lista elaborada
pelo Estado Maior não incluiu nenhum que preenchesse este figurino. Desde
então, Robinson procura uma forma de ganhar esta parada, e a aquisição de tempo
que lhe ocorreu foi impor à polícia militar um adiamento histórico.
Ancestral e ordinariamente,
todas as promoções anuais na corporação são celebradas no aniversário desta, o “Dia
de Tiradentes”, o patrono das polícias militares de todo o país, a 21 de abril.
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