Ângela, Wilma, e Wober: amigos, amigos... |
Enfrentando problemas de saúde em São
Paulo, onde desembarcou ontem levando consigo uma bateria de resultados de
exames médicos a que se submeteu recentemente em Natal e em Recife, a vice-prefeita
Wilma de Faria não participou nesta quarta-feira, 29, hoje, em Brasília, da
reunião em que o diretório nacional do seu PSB decidiu promover a fusão do
partido com o PPS.
Sua ausência, enquanto o ex-deputado estadual
Wober Júnior, presidente regional do PPS, levou observadores da política
potiguar a concluir no início da noite que ele, e não ela, deverá assumir o
comando da nova legenda no Rio Grande do Norte. Pesaria a seu favor o detalhe
de ser muito ligado a um dos principais articuladores da fusão, o deputado federal
Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS.
Apesar de continuar presidindo até agora
o diretório potiguar do PSB, Wilma, por sua vez, estaria um tanto
desprestigiada na sua legenda desde a súbita morte do ex-governador Eduardo
Campos, de Pernambuco, o líder nacional que disputava a presidência da
república quando faleceu em acidente aéreo em Santos, São Paulo.
Poucos dias atrás, quando não se falava
sobre a junção dessas legendas, o que constava em Natal era que Wilma perderia
a condição de presidente de partido para a ex-deputada federal Sandra Rosado,
residente em Mossoró. Em diversos momentos da história de sua cohabitação no
PSB, as duas se enfrentaram internamente. Nos preparativos de candidaturas para
as eleições gerais de 2014, Sandra reagiu duramente a um projeto que poderia
levar Wilma à Câmara Federal.
Palanques
opostos
Quanto a Wober, a crônica política diz
que ele e a esposa, Ângela, sempre foram muito amigos de Wilma e que, independentemente de estarem em palanques
divergentes, ele sempre a ajudou como pode. Acontece, porém, que ambos tendem a
se destacar novamente em palanques opostos.
Desde o início de 2014 Wober está
alinhado com o governador Robinson Faria, que lançou a candidatura do deputado
estadual Fernando Mineiro (PT) à sucessão do prefeito Carlos Eduardo Alves,
presidente regional do PDT, enquanto Wilma almeja renovar a candidatura de 2012
coadjuvando o burgomestre. Este, como se sabe, é o candidato a prefeito do
ministro do Turismo, ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves, presidente
regional do PMDB e desde este mês alçado novamente à condição de único político
potiguar em condições de fazer frente a Robinson.
Quarto
maior
As especulações quanto ao comando regional
cedem lugar, porém, ao impacto que a decisão de fundir as legendas causou no
mundo político, em parte porque PPS e PSB se anteciparam na surdina à
unificação que o Dem e o PTB vivem anunciando e ainda não concretizaram. Os
líderes destes diziam que sua fusão criaria o quarto maior partido do país.
Esta, porém, é exatamente a posição a ser preenchida pelo resultante da união
de socialistas e ex-comunistas abrigados no PPS.
Somados, PSB e PPS passarão a ter três
governadores, 45 deputados federais, 588 prefeitos, 92 deputados estaduais e
5.831 vereadores. Assim que fundidos, terão sete senadores, mas o presidente
nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que com a entrada da senadora Marta
Suplicy, de São Paulo, que acaba de se desfiliar do PT e da sua colega Lúcia
Vânia (PSDB-GO), a bancada na câmara alta do país aumentará para nove.
A idéia dos dois partidos é que até
junho as negociações estejam concluídas e o processo finalizado. Ainda está
sendo discutido o nome e número resultantes da fusão. Carlos Siqueira quer que
o nome passe a ser PSB40 e seja mantido o número dos socialistas. “É uma marca
consagrada que teve 23 milhões de votos em 2014”, salienta. Segundo Roberto
Freire, não há definição quanto a isto.
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