sábado, 25 de abril de 2015

Calçados mostram RN como “Já teve”

Robinson na feira: visita sem desdobramentos pelo setor.
O entusiasmo com que setores governamentais e da imprensa natalense comemoraram a “atração” de indústrias de calçados para o território potiguar, desde que a então governadora Rosalba Ciarlini viajou ao Rio Grande do Sul com o propósito de desviar para Natal uma feira anual do setor, colide frontalmente com uma realidade que associa esta unidade federativa ao setor como a “terra do já teve”.
Denominado "Feira 40 Graus – Calçado e Acessórios", e instalado no Centro de Convenções, com a participação de grandes produtores do sul do país, o evento em Natal já foi realizado, em março. O tema eventualmente atraiu o novo governador, Robinson Faria. Ele chegou inclusive a visitá-la, a exemplo de conterrâneos sem seu poder, e discursou a respeito. Porém, nada de concreto tem sido mostrado, desde então, com o objetivo de transformar o Rio Grande do Norte em cenário da nova indústria calçadista, o que pareceria também um notável resgate.
Em pouco tempo e sem nem chiar Natal perdeu a indústria de beneficiamento de couros e peles que deveria se verticalizar até à produção de calçados, com o fechamento em pouco tempo de duas grandes indústrias concorrentes locais.
No entanto, o Estado silenciou no fechamento do curtume São Francisco, emblema da família Motta, e do outro, capitaneado pelo industrial Luiz Amorim, assim como se calou, bem antes, quando o primeiro grupo fechou a fábrica de botas com que tentou verticalizar suas atividades. O Estado também fez ouvido de mercado quando o grupo paulista Alpargatas fechou a fábrica de tênis que mantinha em Neópolis.
Há mais tempo, morreram sem que ninguém carpisse fábricas de botas, sandálias e sapatos na capital e os parques calçadistas de Mossoró e Nova Cruz. Esta cidade, a propósito, foi, décadas atrás, um florescente produtor de vários tipos de calçados. Chegou a sediar simultaneamente mais de vinte produtoras de sandálias e sapatos, que empregavam muita gente e foram fechando uma a uma num efeito dominó que nenhum desses órgãos ligados à indústria e à economia chegou a estudar.
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